Transcrição
do debate entre Adeildo Belisário e Isaac Silva, sob o tema: " Expiação Limitada x Expiação Ilimitada ", ocorrido
em 10 de Abril de 2017 no Grupo de Estudos “Teologia com
Propósito”.
Conheça cada
teólogo em sua apresentação inicial logo abaixo:
EXPIAÇÃO
LIMITADA:
Adeildo Belisário: Eu sou Adeildo
Espíndola Belisario, sou de Caruaru-PE, estou cursando Bacharelado em Teologia
na FAETEO (Faculdade de Teologia e Cursos de Capelania), instituição on-line
mesmo. Vou defender primeiramente que
Jesus Cristo não morreu por todos. Seu sacrifício substitutivo foi a favor de
um grupo específico. E este grupo específico é a igreja.
EXPIAÇÃO
ILIMITADA:
Isaac Silva: Bom dia a todos e em especial ao nobre
servo de Cristo meu irmão Adeildo, desde já um grande prazer poder estamos aqui
para agregarmos conhecimento. Sou servo de Cristo, meu nome Isaac Silva, quero
dizer que não sou calvinista e nem arminiano; sou biblista e estarei me
postando ao que a bíblia fala, que todos pecaram (Rm 3.23), e como todos é
todos, Cristo morreu por todos.
Confira abaixo o desenvolvimento da terceira parte deste debate, com
pergunta, resposta, réplica e tréplica.
PERGUNTA:
Adeildo
Belisário: Como já falamos de texto e contexto, pergunto:
Qual a diferença da palavra "mundo" nos textos de João 3.16 e João 14.17?
"Porque Deus amou o mundo de tal
maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não
pereça, mas tenha a vida eterna." (João 3.16)
"O Espírito de verdade, que o
mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis,
porque habita convosco, e estará em vós." (João 14.17)
RESPOSTA:
Isaac
Silva: Quero fazer uma análise em João 3.16. [extraído de: Lucas Banzoli: “Calvinismo
versus Arminianismo. Quem está com a razão”. Fonte:
<http://www.cacp.org.br/expiacao-limitada-ou-ilimitada/>. Acesso em: 10
de Abril de 2017]. Uma vez que os calvinistas não têm mais textos,
analisaremos agora os vários versículos bíblicos que foram usados pelos Pais e
doutores da Igreja cristã por quinze séculos até Teodoro de Beza, na defesa da
doutrina da expiação universal, a qual nem o próprio Calvino tinha a mínima
dúvida a respeito. O primeiro e mais
famoso texto é o de João 3:16, que diz: “Porque Deus tanto amou o mundo que deu
o seu Filho Unigênito, para que TODO o que nele crer não pereça, mas tenha a
vida eterna” (João 3:16). Os calvinistas interpretam o termo “MUNDO” como se
referindo apenas aos eleitos. Isso tem tanta cara de distorção bíblica que até
o calvinista Arthur Pink, um dos maiores defensores da expiação limitada,
admitiu:
“Pode parecer para alguns de nossos
leitores que a exposição que demos de João 3:16 no capítulo sobre ‘Dificuldades
e Objeções’ é forçada e não natural, na medida em que nossa definição do termo
‘mundo’ parece estar fora de harmonia com o significado e escopo desta palavra
em outras passagens, onde, fornecer o mundo de crentes (os eleitos de Deus)
como uma definição de ‘mundo’ parece não fazer sentido”
[Fonte: Arthur Pink. A Soberania de
Deus. Editora Fiel. Disponível em:
http://www.monergismo.com/textos/comentarios/joao3_16_pink.htm Acesso em: 10 de
Abril de 2017.]
[extraído
de: Lucas Banzoli: “Calvinismo versus Arminianismo. Quem está com a razão”.
Fonte: <http://www.cacp.org.br/expiacao-limitada-ou-ilimitada/>. Acesso
em: 10 de Abril de 2017]. A verdade é que qualquer pessoa
que ler o Evangelho de João, pelo menos uma vez na vida, irá facilmente se
deparar com o fato de que a palavra “mundo” ali nunca significa somente os
eleitos.
A palavra “mundo”
aparece 57 vezes em João, e em lugar nenhum tem esse significado. Tente, por
exemplo, interpretar “mundo” como se referindo somente aos eleitos nestas
passagens:
“Jesus fez também muitas outras
coisas. Se cada uma delas fosse escrita, penso que nem mesmo no mundo inteiro
haveria espaço suficiente para os livros que seriam escritos” (João 21:25)
“Disse Jesus: ‘O meu Reino não é deste
mundo. Se fosse, os meus servos lutariam para impedir que os judeus me
prendessem. Mas agora o meu Reino não é daqui’” (João 18:36)
“Pai justo, embora o mundo não te
conheça, eu te conheço, e estes sabem que me enviaste” (João 17:25)
“Eles não são do mundo, como eu também
não sou” (João 17:16)
“Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os
odiou, pois eles não são do mundo, como eu também não sou” (João 17:14)
“Eu rogo por eles. Não estou rogando
pelo mundo, mas por aqueles que me deste, pois são teus” (João 17:9)
“Já não lhes falarei muito, pois o
príncipe deste mundo está vindo. Ele não tem nenhum direito sobre mim” (João
14:30)
“Se o mundo os odeia, tenham em mente
que antes me odiou” (João 15:18)
“Se vocês pertencessem ao mundo, ele os
amaria como se fossem dele. Todavia, vocês não são do mundo, mas eu os escolhi,
tirando-os do mundo; por isso o mundo os odeia” (João 15:19)
“Digo-lhes que certamente vocês
chorarão e se lamentarão, mas o mundo se alegrará. Vocês se entristecerão, mas
a tristeza de vocês se transformará em alegria” (João 16:20)
“O Espírito da verdade. O mundo não
pode recebê-lo, porque não o vê nem o conhece. Mas vocês o conhecem, pois ele
vive com vocês e estará em vocês” (João 14:17)
“Disse então Judas (não o Iscariotes):
‘Senhor, mas por que te revelarás a nós e não ao mundo?’” (João 14:22)
“Deixo-lhes a paz; a minha paz lhes
dou. Não a dou como o mundo a dá. Não se perturbe o seu coração, nem tenham
medo” (João 14:27)
“O mundo não pode odiá-los, mas a mim
odeia porque dou testemunho de que o que ele faz é mau” (João 7:7)
Interpretar “mundo”
nestas e em outras passagens similares no Evangelho de João como significando
“os eleitos” seria um delírio. Um exame
mais detido deste evangelho nos mostra que a palavra “mundo” só possui dois
significados: o natural (o mundo geográfico) e o espiritual (os perdidos). Em
nenhum texto há o significado intrínseco de “mundo dos eleitos”, como uma
referência exclusiva aos crentes. Afirmar que João 3.16 e textos similares que
estendem a expiação ao mundo todo são exceções à regra geral é algo infundado e
oriundo puramente dos próprios pré-conceitos calvinistas, onde a exegese é
deixada de lado para dar luz a interpretações fantasiosas que se encaixem na
sua teologia.
João também escreveu
sobre a expiação ilimitada de Cristo ao mundo inteiro em sua primeira epístola,
em dois momentos diferentes: “Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não
somente pelos nossos, mas também pelos pecados de todo o mundo” (1ª João 2:2) e
“Nós temos visto e testificamos que o Pai enviou a seu Filho como Salvador do
mundo” (1ª João 4:14). Ele não diz que
Cristo era somente salvador dos eleitos, ou que expiou somente os nossos
pecados. Ele diz que ele é o salvador do mundo e que propiciou não somente os
nossos pecados, mas também os pecados do mundo todo. João usou a palavra
“mundo” em sua primeira epístola 16 vezes, e, mais uma vez, ela nunca teve o
sentido de “eleitos”, como podemos ver nestes textos:
“Sabemos que somos de Deus e que o
mundo todo está sob o poder do Maligno” (1ª João 5:19)
“Quem é que vence o mundo? Somente
aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus” (1ª João 5:5)
O que é nascido de Deus vence o mundo;
e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1ª João 5:4)
“Eles vêm do mundo. Por isso, o que
falam procede do mundo, e o mundo os ouve” (1ª João 4:5)
“Filhinhos, vocês são de Deus e os
venceram, porque aquele que está em vocês é maior do que aquele que está no
mundo” (1ª João 4:4)
“Meus irmãos, não se admirem se o mundo
os odeia” (1ª João 3:3)
“Vejam como é grande o amor que o Pai
nos concedeu: sermos chamados filhos de Deus, o que de fato somos! Por isso o
mundo não nos conhece, porque não o conheceu” (1ª João 3:1)
“O mundo e a sua cobiça passam, mas
aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre” (1ª João 2:17)
“Pois tudo o que há no mundo – a
cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens – não provém do
Pai, mas do mundo” (1ª João 2:17)
“Não amem o mundo nem o que nele há.
Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele” (1ª João 2:15)
Substituir “mundo”
por “eleitos” nestas passagens seria cômico. João sempre usava a palavra
“mundo”, quando em sentido espiritual, para se referir aos incrédulos.
Portanto, pelo mesmo critério e coerência, o “mundo” de 1ª João 2:2 e de 1ª
João 4:14 deve ser estendido aos próprios descrentes. Cristo também morreu por
eles e expiou seus pecados. Paulo diz que “Deus em Cristo estava reconciliando
consigo o mundo, não lançando em conta os pecados dos homens, e nos confiou a
mensagem da reconciliação” (2Co 5:19). O calvinista tem todo o direito de
interpretar a palavra “mundo” do jeito que bem entender. Só não tem o direito
de dizer que a interpretação de “eleitos” é séria, exegética ou criteriosa,
porque não é. À luz de uma exegese
criteriosa, tal interpretação soa mais como um deboche [extraído de: Lucas Banzoli: “Calvinismo versus Arminianismo. Quem está
com a razão”. Fonte:
<http://www.cacp.org.br/expiacao-limitada-ou-ilimitada/>. Acesso em: 10
de Abril de 2017].
RÉPLICA:
Adeildo
Belisário: Mundo é kosmos
em João 3.16. Creio que isso diz
respeito à sua criação, não somente a todos os homens. A palavra que vão afetar
nossa compreensão da palavra mundo está em “TODO o que nele crê”, “Deus enviou
seu filho ao mundo para que ele fosse salvo” (v17), “aquele que não crê já está
condenado”.
Como essa parcela dos
que não creem pôde estar inserida no mundo do versículo 16? O v. 36, mata a
compreensão de que a ira de Deus permanece em quem não crê. Logo não podemos
colocar o mundo que não crê com o mundo que crê no mesmo mundo que ele amou de
tal maneira. A mesma palavra em João 14. Será que esse mundo do v.17 é todas as
pessoas, já que dentre o mundo há os que conhecem e recebem o Espírito? Logo, o
fato de o Espírito habitar e estar em vós é a diferença entre receber é ou
não. No dicionário a palavra mundo tem o
mesmo significado, mas diante de contexto e é uma ideia central percorrendo o
livro, vê-se que há outros significados.
TRÉPLICA:
Isaac
Silva: [extraído
de: Lucas Banzoli: “Calvinismo versus Arminianismo. Quem está com a razão”.
Fonte: <http://www.cacp.org.br/expiacao-limitada-ou-ilimitada/>. Acesso
em: 10 de Abril de 2017]. A primeira razão pela qual os arminianos rejeitam
a visão de uma expiação limitada é porque ela limita o amor de Deus,
restringindo-o aos eleitos. Se textos como João 3:16 não falam que Deus amou o
mundo todo e se entregou por ele, mas apenas pelo “mundo dos eleitos”, então o
amor de Deus é limitado a eles. Deus não poderia verdadeiramente amar alguém
sem nem ao menos oferecer uma oportunidade de salvação a ele. Deus não amaria
alguém por quem ele não quis morrer. Morrer pelo próximo é um ato de amor (Jo 10.11-16),
que os calvinistas negam aos não-eleitos.
Talvez essa não fosse
a principal objeção de Calvino à expiação limitada, mas é a primeira conclusão
que qualquer arminiano chega ao ouvir que Deus limita a expiação de Cristo.
Vários calvinistas
reconhecem que a expiação limitada também limita o amor de Deus, como William
Ames, que disse que “Deus odeia os não-eleitos. Esse ódio é de negação ou de
privação, porque nega a eleição, mas tem um conteúdo positivo, porque Deus
deseja que alguns não possuam a vida eterna”.
John Owen, que foi
provavelmente o maior defensor da expiação limitada, também disse que “Deus, tendo
‘feito alguns para o dia do mal (…) odiou-os antes que fossem nascidos’ (…) e
‘ordenou-os de antemão para a condenação”. Essa visão que limita o amor de Deus
e que o restringe aos eleitos é condenada tanto filosoficamente como
biblicamente. Foi exatamente este conceito distorcido do amor de Deus que levou
o filósofo cristão William Lane Craig a rejeitar a visão de Deus no islamismo
em um debate com o muçulmano Jamal Badawi. Ele disse:
“Além de ser todo-poderoso,
onisciente, onipresente, etc, o maior ser que pode ser concebido deve ser
também todo-amoroso, pois obviamente é melhor ser amoroso do que ser
não-amoroso, e Deus é um ser moralmente perfeito. Portanto Deus, como o ser
moralmente perfeito, deve ser todo-amoroso, e isto é exatamente o que a Bíblia
afirma. A Bíblia diz: ‘Deus é amor, e nisto consiste o amor: não fomos nós que
amamos a Deus, mas foi ele que nos amou, e nos enviou o seu Filho para ser
sacrificado pelos nossos pecados’. E ainda: ‘Deus demonstra seu amor por nós
porque, quando ainda pecadores, Cristo morreu por nós’”
Fonte: CRAIG, William Lane. Debate
Cristão x Muçulmano. Disponível em:
htttp://apologiacrista.com/index.php?pagina=1079980198. Extraído de: Lucas Banzoli: “Calvinismo versus
Arminianismo. Quem está com a razão”. Fonte:
<http://www.cacp.org.br/expiacao-limitada-ou-ilimitada/>. Acesso em: 10
de Abril de 2017.
Norman Geisler também
percebe a fragilidade do calvinismo neste ponto e escreve:
“Um
Deus que ama parcialmente é menos que um Deus supremamente bom a ideia que os
calvinistas extremados fazem de ‘Deus’ não é o Bem supremo, ela não representa
Deus de forma alguma. O Deus da Bíblia é infinitamente amoroso, isto é,
todo-benevolente. Ele deseja o bem de toda a criação (At 14.17; 17.25) e a
salvação de todas as almas (Ez 18.23,30-32; Os 11.1-5,8,9; Jo 3.16; lTm 2.4;
2Pe 3.9)”. [GEISLER, Norman. Eleitos, mas Livres: uma perspectiva equilibrada
entre a eleição divina e o livre-arbítrio. Editora Vida: 2001, p. 158. Extraído
de: Lucas Banzoli: “Calvinismo versus Arminianismo. Quem está com a razão”.
Fonte: <http://www.cacp.org.br/expiacao-limitada-ou-ilimitada/>. Acesso
em: 10 de Abril de 2017.]
Além disso podemos
ver a ilógica calvinista nas seguintes palavras: É lógico que esta perspectiva
parece negar a ‘ONIBENEVOLÊNCIA’ (amor total) de Deus. A Bíblia diz que ‘Deus é
amor’ (1 João 4:16) e que Ele ama o mundo (João 3:16). De fato, ‘para com Deus
não há acepção de pessoas’ (Rom. 2:11), não apenas no que concerne à Sua
justiça, mas em todos os Seus atributos, inclusive Seu amor (Mat. 5:45). De
fato, se Deus é simples, Seu amor estende-se por toda Sua essência, e não
apenas em parte. Daí decorre que Deus não pode amar parcialmente. Mas, se Deus
é todo-amor, de que maneira pode Ele amar apenas a alguns, de modo a conceder-lhes,
e somente a eles, o desejo de salvar-se?
No calvinismo, Deus
pode limitar seu amor, mas não pode limitar sua glória. Essa é uma enorme
contradição à luz do esvaziamento da glória de Cristo descrita em Filipenses
2:5-8. Olson observa isso e diz:
“Aparentemente,
Deus pode (ou deve) limitar seu amor, mas ele não pode limitar sua
autoglorificação. Eu inverteria a ordem das coisas e diria que, à luz do auto
esvaziamento de Cristo (Fp 2), Deus pode limitar sua glória (poder, majestade,
soberania), mas não seu amor (porque Deus é amor; ver 1 João 4!)” [OLSON,
Roger. Contra o Calvinismo. Editora Reflexão: 2013, p. 180. Extraído de: Lucas
Banzoli: “Calvinismo versus Arminianismo. Quem está com a razão”. Fonte:
<http://www.cacp.org.br/expiacao-limitada-ou-ilimitada/>. Acesso em: 10
de Abril de 2017.]
Além disso, para um
calvinista ser sincero, ele não pode anunciar a todos que Jesus morreu por
eles, pois isso seria falso. Ele não pode chegar a um pecador e dizer: “Jesus
te ama e ele morreu por você”, quando crê que Jesus morreu apenas pelos eleitos
e que a grande maioria das pessoas no mundo não são “eleitas”. Consequentemente,
para qualquer descrente que ele anunciar o evangelho há sempre uma
possibilidade maior de ele não ser um eleito, de Jesus não ter morrido por ele
e de Deus não amá-lo. É algo de outro mundo em se tratando de evangelismo, mas
é o que deveria ser feito caso os calvinistas levassem seu calvinismo a
sério.
Como que um
calvinista, pregador do evangelho, isso sem mencionar Deus, pode dizer a uma
congregação ou a outro ajuntamento de pessoas: ‘Deus te ama e Jesus morreu por
você para que você possa ser salvo, isso se você se arrepender e crer no Senhor
Jesus Cristo’, sem acrescentar a advertência, ‘se você for um dos eleitos de Deus’?
O pregador calvinista não pode fazer isso com a consciência limpa. Assim sendo,
um calvinista não pode dizer para qualquer pessoa que Jesus morreu por ela. Ele
no máximo pode dizer que Jesus pode ter morrido por ela. Se ela não é uma
pessoa eleita, dizer que Jesus morreu por ela seria uma mentira e uma
enganação. Iria iludir alguém que pode até pensar que Jesus a ama
incondicionalmente – o que seria a pior das heresias. Como Gary Schultz
afirmou, “se a expiação foi apenas para os eleitos, pregar esta mensagem aos
não eleitos seria, no seu melhor, dar a eles uma falsa esperança e, no seu
pior, falso” [Gary L. Schultz, Jr., “Why a Genuine Universal Gospel Call
Requires an Atonement That Paid for the Sins of All People”, Evangelical
Quarterly 82:2 (2010), p. 115. Extraído de: Lucas Banzoli: “Calvinismo versus
Arminianismo. Quem está com a razão”. Fonte:
<http://www.cacp.org.br/expiacao-limitada-ou-ilimitada/>. Acesso em: 10
de Abril de 2017].
O evangelismo
calvinista então deveria ser feito dizendo ao pecador ainda não-convertido que
Jesus pode ter morrido por ele, que ele o ama se ele for um eleito, e que ele
tem uma chance de ser salvo contanto que tenha a sorte de não ter sido
rejeitado desde antes da fundação do mundo. É um evangelismo que nos faz gelar
o sangue nas veias. Isso difere de forma gritante do ensino bíblico, onde
alguém como Paulo desejava até ser amaldiçoado e separado de Cristo por amor
dos descrentes de Israel (Rm 9.1-)
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