Por Davi Faria de Caires*
1- Qual a melhor tradução
da Bíblia?
A versão impressa mais fiel aos originais é a
Almeida Corrigida Fiel. Recomendo também a NVI (Nova Versão Internacional) e
como paráfrase, recomendo a Bíblia Viva. Para leitura completa da Bíblia,
recomendo a Bíblia Cronológica.
2- Quais são as
principais versões da Bíblia em Língua Portuguesa?
- Almeida Revista e Corrigida (ARC)
- Almeida Revista e Atualizada (ARA)
- Almeida Edição Contemporânea (AEC)
- Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH)
- Almeida Corrigida Fiel (ACF)
- Almeida Século 21 (A21)
- Bíblia Viva (Viva)
- Nova Versão Transformadora (NVT)
- Bíblia de Jerusalém
- Bíblia King James Atualizada
- Tradução Ecumênica da Bíblia
- Bíblia Hebraica
- Tradução Brasileira
- Reina-Valera em Português
3- Porque existem tantas
traduções/versões da bíblia?
Vários motivos. Um dos motivos é que a língua
é dinâmica, e as versões vão sendo atualizadas para melhor se adaptar à
linguagem corrente.
4- Todas versões e
traduções estão corretas?
A rigor, a bíblia inspirada por Deus conforme
2 Timóteo 3.16 é somente os primeiros manuscritos originais (conforme Norman
Geisler, “Introdução Bíblica”, Editora
Vida). Estes não existem mais. Contudo, pesquisas mostram que as versões mais
confiáveis que dispomos hoje em língua portuguesa corresponde em cerca de 97%
de fidelidade em relação aos manuscritos mais antigos (Augustus Nicodemus, palestra
sobre versões bíblicas). Isso por si só já se constitui um milagre. Segundo os
linguistas, nenhum outro livro da antiguidade chegou até nós com tamanha
precisão. As versões principais possuem alto grau de precisão. Geralmente, as
pequenas diferenças não afetam a interpretação bíblica em seu escopo
doutrinário mais geral.
5- Devemos confiar em
todas versões da Bíblia?
Para preparar sermões, principalmente, o ideal
é sempre comparar duas ou mais versões. E na dúvida, consultar os léxicos para
eliminar possíveis erros de tradução. Então, é imprescindível planejar, em
algum tempo, estudar os idiomas em que a bíblia originalmente foi escrita.
Lembrando que o Antigo Testamento foi escrito em hebraico, e o Novo Testamento
foi escrito em Grego, com pequenos trechos em aramaico em Daniel e no NT. Mas hoje
em dia o acesso a esses idiomas se tornou mais fácil. Há diversos cursos e
livros disponíveis para estudo dos idiomas originais da bíblia.
6- Devemos analisar uma
por uma?
Para leitura devocional, uma leitura moderna é
o suficiente. Mas para preparar sermões, é bom comparar uma versão mais antiga
com uma mais moderna, e o uso de uma terceira versão, uma paráfrase, para
explicar o texto.
7- Quem foi João Ferreira
de Almeida?
A
grande maioria dos evangélicos do Brasil associa o nome de João Ferreira de
Almeida às Escrituras Sagradas. Afinal, é ele o autor (ainda que não o único)
da tradução da Bíblia mais usada e apreciada pelos protestantes brasileiros.
Disponível aqui em duas versões publicadas pela Sociedade Bíblica do Brasil — a
Edição Revista e Corrigida e a Edição Revista e Atualizada — a tradução de
Almeida é a preferida de mais de 60% dos leitores evangélicos das Escrituras no
País.
Se
a tradução de Almeida é largamente conhecida, o mesmo não se pode dizer a
respeito do autor. Pouco, ou quase nada, se tem falado e escrito a respeito
dele. Almeida nasceu por volta de 1628, em Torre de Tavares, Portugal, e morreu
em 1691, na cidade de Batávia (atual ilha de Java, Indonésia). O que se conhece
da vida de Almeida está registrado na “Dedicatória” de um de seus livros e nas
atas dos presbitérios de Igrejas Reformadas (calvinistas) do Sudeste da Ásia,
para as quais trabalhou como pastor, missionário e tradutor, durante a segunda
metade do século XVII (Fonte: SBB).
8- Porque há diferenças
entre as almeidas?
Os princípios que regem a tradução de Almeida
são os da equivalência formal, que procura seguir a ordem das palavras que
pertencem à mesma categoria gramatical do original. A linguagem utilizada é
clássica e erudita. Em outras palavras, Almeida procurou reproduzir no texto
traduzido os aspectos formais do texto bíblico em suas línguas originais – hebraico, aramaico e grego – tanto no
que se refere ao vocabulário quanto à estrutura e aos demais aspectos
gramaticais.
9- Qual a diferença entre
RC e ARA?
A ARC e a ARA são as mais utilizadas. Tanto a
edição Revista e Corrigida quanto a Revista e Atualizada foram constituídas a
partir dos manuscritos, traduzidos por João Ferreira de Almeida no século XVII.
As pequenas diferenças entre uma e outra edição devem-se ao fato de os próprios
manuscritos em hebraico, aramaico e grego trazerem algumas variantes e
suportarem mais de uma tradução correta para uma palavra ou versículo. As
principais diferenças referem-se basicamente aos manuscritos originais
disponíveis na época de Almeida. Descobertas arqueológicas e estudos de
teólogos e historiadores em torno das Escrituras Sagradas tiveram grandes
avanços desde o século XVIII até os dias de hoje. Tais documentos não existiam
na época de Almeida. Dessa forma, a RC é a expressão dos textos originais com
que Almeida trabalhou.
A diferença entre as duas é que cada uma foi
baseada em um tipo de manuscrito. A RC
foi traduzida a partir do Textus Receptus (ou Majoritário). A ARA foi traduzida
a partir do Texto Crítico (ou Minoritário). A ARA tem cerca de 7 mil palavras a
menos que a RC. Apesar de a ARA ser uma linguagem mais fácil de entender, a RC
é mais fiel aos manuscritos mais antigos.
10 – O que é equivalência formal e equivalência dinâmica?
O método de equivalência formal procura seguir
a ordem das palavras que pertencem à mesma categoria gramatical do idioma original.
Ou seja, a tradução é feita palavra por palavra. Exemplos: NVI, todas almeidas,
exceto NTLH. O método de equivalência dinâmica procura seguir as ideias do idioma
original, em forma de paráfrase (ideia por ideia), preocupando-se em manter o
mesmo sentido. Exemplos: NTLH e VIVA
Para reflexão:
"Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido." (Josué 1:8 [ACF])
Sobre o autor:
Davi Faria de Caires
Cristão protestante, casado, residente e natural de Campinas-SP, é membro da Igreja Batista Regular no Jd Liza (Campinas-SP). Músico formado pela Escola Livre de Música (UNICAMP), formado em Psicologia (PUCCAMP) e em Gestão de Recursos Humanos (UNIDERP); graduando em Teologia pela Faculdade Batista Teológica de Campinas (FTBC) e pelo Centro Universitário Filadélfia (UniFil). Psicólogo clínico com atuação em Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) e em Desenvolvimento Humano Organizacional (DHO) na Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). Criador do Grupo de Estudos Teologia com Propósito®. Contato: davifariadecaires@gmail.com
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