segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Famílias com propósito: refletindo a imagem de Deus


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por Davi Faria de Caires*

O homem precisa de um propósito para viver. Todo ser humano tem anseio pela eternidade, pois Deus mesmo colocou o anseio da eternidade no coração do homem (Ec 3.11). Todo homem possui um senso de divindade (Sensus Divinitatis). Todo ser humano busca coisas como verdade, amor, justiça, beleza e eternidade. Questões sobre a existência, sobre a morte e sobre o propósito da vida são assuntos que permeiam o coração e os pensamentos do homem, em todo lugar e toda época. Vivemos, contudo, em um período de crise existencial nessa geração pós-moderna, onde não há absolutos, onde há ausência de restrições, onde não existe figura de autoridade. As pessoas vivem sem rumo e sem direção. Falta um senso de propósito de vida. O espírito do nosso tempo rege que somos produtos do tempo e do acaso. Imperam em nossos dias o cientificismo, o naturalismo e o evolucionismo darwinista, que exclui Deus da vida e da existência cotidiana.
Infelizmente, muitos cristãos, absortos pelo espírito da filosofia pós-moderna, deixam-se levar por esses valores fluidos, e esquecem-se dos valores perenes e imutáveis da Palavra de Deus. Muitos sequer consultam o manual da vida para obterem respostas às suas vidas e à sua existência, contudo, continuam perguntando: ‘o que estou fazendo com a minha vida?’; ‘porque estou aqui?’; será que minha vida faz alguma diferença no mundo?’. Muitos até ascendem profissionalmente e economicamente, porém, ainda lhes falta um senso de propósito.
O Catecismo de Westminster (o Maior e o Breve) e o Catecismo puritano, e também o mais contemporâneo, Catecismo Nova Cidade, começam com a primeira pergunta:

Pergunta: Qual é o fim principal do homem?
Resposta: O fim principal do homem é glorificar a Deus e desfrutá-lo para sempre.
        
         Mas ainda fica a questão: como fazer isso na prática? Como glorificar a Deus? Como desfrutá-lo? Ora, temos essa questão respondida na Bíblia, no primeiro capítulo, que responde essas questões no ato da criação do homem e da mulher. Diz-se que os agentes do FBI dos Estados Unidos, para inibir a disseminação de moedas falsas, estudam minuciosamente a moeda. Porém, ao invés de estudarem todos as técnicas de notas falsas, eles estudam em profundidade as características das cédulas verdadeiras! Devemos fazer o mesmo. Não precisamos nos perder estudando toda miríade de falsas definições sobre propósitos de vida produzidos por vãs filosofias. Devemos nos ater, prioritariamente, pelo que diz a Escritura, sobre o que ela diz acerca do nosso propósito de vida. Ao estudarmos e deleitarmo-nos sobre o que diz a Escritura a nosso respeito, seremos capazes de identificar e discernir os falsos ensinos sobre nossa natureza, sobre nosso propósito e sobre a família.
         A bíblia diz, em Gênesis 1.26-28:

“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.”

O trecho acima focaliza o plano original de Deus para o homem e para a família. Esse trecho é fundamental, pois estabelece o tríplice propósito para o qual Deus nos criou. Existem três propósitos nessa passagem que aponta para a família:
(1) refletir a imagem de Deus;
(2) reproduzir a imagem de Deus e
(3) representar a imagem (reino) de Deus.

Refletir a imagem de Deus
Cristo, de modo perfeito, é o primogênito de toda criação, e a imagem do Deus invisível (Cl 1.15). O homem também, no ato da criação, foi feito à imagem de Deus. O valor e a glória do homem consistem no fato de ter sido feito à imagem de Deus. Logo, o nosso universo está centrado em Deus, e não no homem. Devemos ter uma abordagem do universo em perspectiva teocêntrica e teorreferente, ao invés de uma abordagem humanista e antropocêntrica. Deus é o centro, a causa e o significado primaz do Universo, e não o homem. Isso coloca em perspectiva correta a visão sobre família. O ponto de vista e o ponto de partida é sempre Deus, e não o homem. O dever do homem é adorar a Deus (ler Salmo 29.1,2).

Plural e Singular
         Deus criou toda vida vegetal (Gn 1.11,12) e toda vida animal (Gn 1.20-25); cada um conforme a sua espécie. Ou seja, de forma criativa, Deus imprimiu características novas ao reino vegetal e ao reino animal, de acordo com suas próprias características peculiares e inerentes. O termo “conforme a sua espécie” repete-se dez vezes, quando diz respeito à vida vegetal e à vida animal. E Depois de ter criado os vegetais e os animais, Deus também criou a vida humana (Gn 1.26). E quais características Deus imprimiu na raça humana? O texto diz que o ser humano foi criado à imagem de Deus, conforme a Sua semelhança. Isso não significa que o homem seja um pequeno deus, ou parte de Deus, mas significa que ele passa a possuir atributos e caraterísticas que refletem a natureza de Deus e que nenhuma outra criatura possui – seja do reino vegetal ou do reino animal. O ser humano – o primeiro casal – foi criado à imagem e semelhança de Deus.

Trindade
         O texto usa a palavra ‘façamos’, conjugado na primeira pessoa do plural, evidenciando um ato criativo da trindade que atuou em conjunto. A pluralidade de Deus é demonstrada na criação da pluralidade do ser humano: homem e mulher. A única vez em todo o livro de Gênesis em que Deus se refere a si mesmo na primeira pessoa do plural é na criação do ser humano. Isso mostra que o relacionamento entre o homem e a mulher refletem o relacionamento divino entre as três pessoas da trindade. As três pessoas da trindade estabelecem papéis diferentes na criação e na redenção do homem. Isso é um aspecto elementar da teologia. Somente quando o homem a mulher se unem, em uma só carne, no casamento, é que estão refletindo a relação de amor do Deus triúno.

Imagem e Semelhança
O termo imagem não diz respeito à aparência física, mas sim diz respeito à esfera espiritual, intelectual e moral. Neste aspecto, o homem é diferente dos animais e dos vegetais, e semelhante à Deus. Normalmente, o termo imagem na bíblia tem o significado de ídolos, que indica algo negativo e reprovado por Deus. Mas aqui a conotação é diferente. Deus abomina o uso de ídolos, pois sua representação já é refletida no ser humano! O homem foi criado à imagem de Deus. O homem não é apenas uma representação de aspectos do ser divino; ele é a melhor e mais exata representação de Deus na terra. O homem herdou de Deus, na criação, aspectos e atributos tais como: personalidade, vontade, intelecto, espírito, emoção, memória e cognição.

Imagem como comunidade
Vemos, portanto, que há estreitas relações entre a trindade e o ser humano, quando se unem no casamento. As três pessoas da trindade são distintas, porém há somente um Deus. Existe absoluta unidade na diversidade dentro da trindade. Homem e mulher, quando se unem no casamento, são distintos. Porém, de algum modo, tornam-se uma só carne. Vemos também unidade na diversidade. São relacionamentos que se complementam. Isso é um mistério.  A criação do homem como macho e fêmea refletem a unidade da trindade, criados por um Deus triúno que se comunica, que age e que se relaciona.

Algo faltando
A única vez que ele declarou que algo não era bom na sua criação original foi depois que ele vê a solidão do homem que criara: “não é bom que o homem esteja só” (2.18). Contudo, isso não significa que havia algum pecado, alguma imperfeição ou algum erro. Não havia. Mas havia evidências de que algo estava faltando. Em outras palavras, faltava a união, a complementaridade e a intimidade entre o homem e a sua mulher. Somente depois de criar a mulher, Deus declara: “e viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom” (1.31). A obra está encerrada e completa somente depois da criação da mulher para complementar o homem. A frase contém dois adjetivos, que qualificam positivamente a avaliação que Deus estabelece sobre sua criação. E, depois de fazer uma companheira para o homem e estabelecer o primeiro casamento, Deus encerra sua avaliação, afirmando que era tudo “muito bom”.  E para celebrar esse ato criativo, vemos a primeira poesia na bíblia (v27):

“E criou Deus o homem à sua imagem;
à imagem de Deus o criou;
homem e mulher os criou.”

Proteção da imagem a dois
Vemos, portanto, que casamento é coisa séria. O casamento não foi criado pelo homem. O casamento foi estabelecido por Deus, e reflete verdades teológicas sérias e profundas. O casamento, tal como Deus o criou, entre um homem e uma mulher, refletem a magnificência da e expressam características da própria trindade. Como devemos reagir frente à esta revelação? Em termos práticos, o relacionamento entre marido e esposa deve ser protegido a qualquer custo. No casamento, dois são um. Isso é uma sombra, uma parábola de como na Trindade, três são um.
A configuração que Deus estabeleceu é bem clara: um homem e uma mulher. Essa é a estrutura elementar da criação. O que passa disso é distorção e desvio. Outras configurações e combinações não podem ser chamadas de ‘casamento’, pois o casamento é entre um homem e uma mulher.

Ataque satânico
Em Gênesis, vemos o relato de toda criação de Deus. Com o poder da sua palavra, e pelo seu ato deliberativo, pela sua própria vontade e pelo seu próprio poder, Deus criou o tempo e o espaço. Ele criou o universo, criou as estrelas, o planeta terra, as águas, o reino vegetal e o reino animal. Criou o homem e a mulher. Em Gênesis vemos o início dos povos, a entrada do pecado no mundo e o plano de Deus para redenção do seu povo (Gn 3.15).
O casamento faz parte da criação, e é um elemento fundamental da obra  de Deus. Tudo o que Deus criou era muito bom, porém, desde o início da criação, Satanás e seus demônios lutam ativamente para perverter e distorcer a obra perfeita de Deus. O diabo sempre procura atacar e desviar esse relacionamento humano estabelecido por Deus: o casamento. Nós, cristãos, devemos estar preparados para combater o bom combate e defender o próprio casamento e a instituição do matrimônio, a qualquer custo. 

Conclusão
O propósito do casamento é refletir a imagem de Deus. Portanto, Deus faz isso para a sua própria glória. Quando Deus une duas pessoas no casamento, ele não o faz pensando primeiramente nelas. Quando Deus une duas pessoas no casamento, ele está pensando em si mesmo. Lembre-se: o propósito da criação é o próprio Deus, e não o homem. A visão que devemos ter sobre o casamento deve ser teocêntrica e teorreferente; não humanista e antropocêntrica. O propósito maior de Deus para nossos casamentos não é a nossa felicidade. O propósito é bem maior que isto! O propósito primaz do casamento é refletir a glória de Deus.  O fim principal não é o prazer próprio, e sim a glória de Deus.



Davi Faria de Caires

Casado, natural de Campinas-SP e residente em Atibaia-SP, acadêmico do Master of Divinity (M.Div) pela Escola de Pastores da Primeira Igreja Batista de Atibaia-SP (EPPIBA). Membro da Igreja Batista Regular no Jd Liza (Campinas-SP). Criador do Grupo de Estudos Teologia com Propósito®.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Lar, Família e Casamento: Crise Cultural ou Espiritual?

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por Davi Faria de Caires*


"Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela." - Sl 127.1


Muitas são as preocupações e ocupações do ser humano. O homem sempre se preocupou com segurança, abrigo e criação da família. Esse salmo toca em três grandes preocupações do homem: construção, segurança e criação do lar, da família. A palavra 'casa' possui dois significados. Na poesia hebraica, refere-se a moradia e família.

Esse versículo pode ser dividido em duas partes. Na primeira metade ("Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam"), diz respeito aos atos de 'produzir' e 'construir'. A segunda metade ("se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela"), fala de 'guardar' e 'preservar'.

Trabalhamos para produzir e construir coisas, e também cuidamos em guardar e preservar o fruto do nosso trabalho. São apenas duas opções: (1) Deus realiza a construção e concede a segurança ou (2) Tudo é em vão. Não há terceira via! Não há outra opção. Nós trabalhamos para edificar a nossa casa e protegê-la. Porém, devemos reconhecer, sobretudo, que a prosperidade, a segurança e a fecundidade provém de Deus.

No presente século vivemos em tempos difíceis e trabalhosos (2 Tm 3). Vivemos em tempos de crise cultural em relação ao casamento e à família. O mundo contém valores que contradizem e se opõem frontalmente à palavra de Deus. O errado é tido como o certo, e o certo é tido como errado. São tempos difíceis. Provavelmente você conheça alguma família (até mesmo de cristãos) que passou por um divórcio. Como foi o impacto desse divórcio sobre essa família, e sobre os filhos? A igreja (de modo geral), poderia ter sido mais ativa na prevenção do divórcio e na restauração do casamento? De quais formas a igreja poderia ajudar? Pense nisto, antes de prosseguir na leitura deste artigo.

Há muitas verdades convivendo no dia de hoje, mas somente a Bíblia contém a primeira e última palavra sobre família e casamento.

         Definição:
De acordo com a Bíblia, casamento é uma aliança de exclusividade e fidelidade, monogâmica, vitalícia e indissolúvel entre um homem e uma mulher, selado diante de Deus (ainda que o casal não reconheça isso).

É monogâmico, pois ocorre entre duas pessoas, somente. Ao contrário do que alguns pensam, o casamento não é para sempre. O casamento é vitalício: dura até o final da vida. Não há casamento depois da morte. No porvir não haverá casamento entre homem e mulher. Somente entre Cristo e a Igreja. Por isto, o casamento é indissolúvel, e não deve haver separação. O que Deus uniu não separe o homem! O casamento é entre um HOMEM e uma MULHER. E ocorre na presença de Deus, pelo qual ele é a principal testemunha.

Há 50 anos atrás, em uma pregação, não era preciso definir 'casamento' e 'família'. Mas hoje em dia uma definição é necessária. Até alguns anos atrás, uma família 'normal' era constituída de pai, mãe e filhos. Porém este modelo tem sido visto como algo retrógrado e ultrapassado. Hoje em dia há muitas configurações de família. A palavra de ordem é diversidade e tolerância.

Hoje em dia não há um padrão. O padrão de pai, mãe e filhos é apenas uma opção, dentre tantas outras definições possíveis. Quando você faz um cadastro pela internet, não existe mais o gênero ‘masculino’ ou ‘feminino’. Você pode colocar uma infinidade de gêneros possíveis. Por falta de padrões, o que importa são os prazeres e a vontade própria.

Essa situação cultural é apenas a superfície da algo que está acontecendo em nível mais profundo. Esses valores culturais apenas refletem a situação espiritual da nossa sociedade. Os valores e fundamentos estão sendo corroídos e fragmentados. Deus, através da sua Palavra, já estabeleceu os padrões sobre família e casamento. Existe uma batalha espiritual. Existe uma guerra sendo travada neste momento. Satanás é inimigo de toda criação de Deus, e desde o jardim do Éden, ele tenta desfigurar e desconfigurar os padrões de família e casamento. O diabo não perde tempo, e desde o primeiro casamento, ele tem trabalhado 24hs por dia para desfacelar os relacionamentos através do pecado. Após a Queda, houve conflitos entre Adão e Eva, e os filhos foram atingidos, ocasionando no primeiro homicídio. Depois do pecado, houveram consequências de morte. Toda natureza foi também contaminada pelo pecado. Então esse problema não é apenas cultural ou social. A origem dessa desfragmentação de valores é de origem espiritual. Portanto, a solução para nossa sociedade, para a família e para o casamento deve ser de origem espiritual, e não apenas a nível de padrões ou de costumes.

Como igreja, precisamos urgentemente retornar aos princípios basilares das Escrituras, quando falamos em família e casamento. A palavra de Deus não depende de aprovação humana. Ela é eterna e absoluta, e não fica calada. Ela contém respostas e soluções para os males que afligem nossa sociedade. Foi Deus quem planejou a família. Foi Deus quem criou o casamento. A bíblia começa e termina com casamentos. Os três primeiros capítulos da bíblia e também os três últimos capítulos da Bíblia falam sobre casamentos. Confira em Gn 2.18,21-24; Ap 19.7; 21.9 e 22.17. O casamento é uma metáfora, uma parábola temporária de uma realidade muito maior e eterna: o amor de Jesus por sua igreja. O maior e principal casamento de toda história é o casamento entre Cristo e sua Igreja. Todo casamento -- mesmo que esteja oscilante; mesmo que esteja manchado pelo pecado e mesmo que o casal não dê a mínima para Jesus -- todo casamento é um retrato e uma metáfora entre o relacionamento entre Cristo e sua noiva; a Igreja. O casamento dar-se-á nas bodas, e ambos -- Cristo e sua Noiva -- deleitar-se-ão unidos para todo sempre, por toda eternidade, no Novo Céu e Nova Terra.

Mas o pecado manchou o plano perfeito de Deus para o casamento. O modelo cultural de hoje é: "que seja eterno enquanto dure". Por falta de padrões, vemos um número alto de divórcios. Por falta de padrões, hoje em dia é comum haver sexo fora do casamento. Trata-se de relacionamento sexual ilícito, e as consequências disso são notórias: gravidez na adolescência e o aborto; para citar apenas dois exemplos. Outro problema por falta de padrões é a homossexualidade. Os filhos são privados de serem criados com pai e mãe, com a figura masculina e feminina dentro de casa. Por falta de padrões, os papéis dentro de casa são voláteis, incertos e indefinidos. Qual o papel do homem? Qual o papel da mulher? O sexo (masculino e feminino) foi criado não apenas para determinar o gênero, mas também deve identificar toda estrutura de comportamentos. Por falta de parâmetros, há distorções, tais como o machismo ou o feminismo. Por conta da falta de padrões e pelo abandono dos valores bíblicos, a família e o casamento estão sendo destruídos, nos moldes que Deus planejou.

Satanás é inimigo da igreja, inimigo de Deus e inimigo da família e do casamento. O primeiro lugar que Satanás atacou foi o coração do homem (Pensamentos, vontade) no contexto do lar (família, casamento). Deus criou a família para espelhar e espalhar sua imagem na terra. Mas o diabo, astuto, infiltrou-se no jardim do Éden e enganou o primeiro casal com suas mentiras, desfigurando e distorcendo a imagem de Deus no primeiro casal.

Devemos orar e clamar por reavivamento da igreja no Brasil. Mas o primeiro lugar em que deve começar o avivamento é em nossas famílias. Como já lemos: "Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam..." (Salmo 127.1a). Um dos propósitos pelas quais Cristo veio a este mundo foi para resgatar a família pela sua obra na cruz. A única esperança para resgatar as famílias de acordo com a vontade de Deus é a obra da Cruz. A cruz vazia e o túmulo vazio, são dois vazios que preenchem a lacuna e o grande vazio do coração do homem.

A família é um campo missionário. Nossa família constitui-se em uma grande oportunidade para alcançarmos outras pessoas com o evangelho de Cristo. Pela graça de Deus, Cristo refaz famílias destruídas pela tragédia do pecado! Pela obra de Cristo na cruz e pelo poder do Espírito Santo, casamentos podem ser reconstituídos e reconstruídos. Por causa do pecado, a família e o casamento foram afetados, e não refletem mais com perfeição a imagem de Deus. É possível reverter os efeitos da Queda? É possível haver restauração na família e no casamento? Isso parece um enorme desafio. Será que isso é possível? A resposta está na bíblia: "Porque para Deus nada é impossível." (Lucas 1.37)

Mas então fica a pergunta: como Deus refaz a família?  Como Deus reconstitui e reconstrói famílias? Como Ele realiza esta obra?

Resposta:

pelo poder da Palavra e pelo poder do Espírito!

Comparemos Efésios 5.18 até 6.9 e Colossenses 3.16 a 4.1, especialmente os versículos iniciais:

"E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do  Espírito;" - Efésios 5.18

"A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria,  ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e  cânticos espirituais, cantando ao SENHOR com graça em vosso coração." - Colossenses 3.16


O primeiro trecho fala sobre a plenitude do Espírito. O segundo trecho fala sobre a plenitude (habitação) da palavra. Ser cheio do Espírito Santo e da Palavra de Deus. Compare os dois trechos, e verás que uma vida cheia do Espírito Santo e que é habitada e saturada pela Palavra de Deus produzirá os mesmos resultados:


Efésios 5.18 até 6.9
Colossenses 3.16 a 4.1

  • Edificação mútua
  • Adoração
  • Gratidão
  • Submissão mútua
  • VIDA NO LAR:
    • mulheres
    • homens
    • filhos
    • pais
    • servos
    • senhores

  • Edificação mútua
  • Adoração
  • Gratidão
  • Submissão mútua
  • VIDA NO LAR:
    • mulheres
    • homens
    • filhos
    • pais
    • servos
    • senhores



Aquele que é cheio do Espírito Santo e que é guardião e portador da palavra de Deus manifestará sua conduta dentro de sua própria casa. Os resultados dessa abundância serão vistas no lar. A principal evidência de transformação genuína será vista dentro de casa! O lar é onde somos o que somos. Lá nós tiramos a máscara. Se a fé cristã produz algum efeito, esse feito será visto no próprio lar. Se o nosso cristianismo é verdadeiro, ele terá que permear até mesmo a privacidade do nosso lar. Se nosso cristianismo não for visto no lar, será que de fato somos cristãos? Se o Espírito me controlar, os resultados serão vistos no meu lar.

Quando lemos as passagens acima, em Efésios e Colossenses, podemos nos questionar: porque esses trechos falam sobre família? Porque será que Deus chama atenção sobre os papéis das mulheres, dos homens e dos filhos? Os trechos são conhecidos por falarem de batalha espiritual e da armadura de Deus. É dentro do lar que a imagem de Deus foi manchada na Queda. Quando o pecado entrou no mundo, todos os relacionamentos dentro do lar foram afetados. Mas uma vida cheia do Espírito Santo e da Palavra de Deus será capacitada a restaurar a imagem de Deus perdida dentro do casamento e da família. Cristo, pelo poder do Espírito Santo e pela sua Palavra pode restaurar a imagem de Deus afetada e manchada pelo pecado no coração do homem. Que seja este o nosso alvo de vida: nossas famílias refeitas em Cristo pela presença do Espírito Santo e pelo poder da Palavra de Deus.



Referências:

Derek Kidner. Série cultura bíblica. Salmos 73 a 150: introdução e comentário. São Paulo: Mundo Cristão, 1984.

Merkh, David J. Comentário bíblico lar, família e casamento: fundamentos, desafios e estudo bíblico-teológico prático para líderes, conselheiros e casais. São Paulo: Hagnos, 2019.

Köstenberger, Andreas J; David W. Jones. Deus, casamento e família: reconstruindo o fundamento bíblico. São Paulo: VIda Nova, 2015.




Sobre o autor:
Davi Faria de Caires
Casado, natural de Campinas-SP e residente em Atibaia-SP, acadêmico do Master of Divinity (M.Div) pela Escola de Pastores da Primeira Igreja Batista de Atibaia-SP (EPPIBA). Membro da Igreja Batista Regular no Jd Liza (Campinas-SP). Criador do Grupo de Estudos Teologia com Propósito®






segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

O Argumento Cosmológico da existência de Deus




por Davi Faria de Caires



Em tempos de ceticismo religioso, parece não haver espaço para a fé no presente século. O debate sobre a existência de Deus é tão antigo quanto a humanidade. Porém, em tempos pós iluminismo, nossa era cientifista e naturalista pretende banir a fé do debate público, à guisa de pretensa superioridade lógica, metodológica e epistemológica. O cristão não deve ficar alheio a este debate. Pelo contrário, ele é desafiado pela a fornecer justificativas racionais para a fé cristã (1 Pedro 3.15,16), santidade, conhecimento e mansidão. Entretanto, é possível saber que Deus existe? Quais são os argumentos sobre a sua existência? Sim, existem argumentos racionais favoráveis à existência de Deus, tais como o argumento cosmológico, o argumento do design e o argumento moral.  Neste espaço, vamos nos ater somente ao primeiro: o argumento cosmológico. 

O argumento cosmológico sobre a existência de Deus é um argumento que foi criado pelos muçulmanos na idade média. É o argumento 'KALAM', um termo derivado do vocábulo árabe que designa a escola islâmica medieval, o movimento intelectual responsável pelo desenvolvimento desse argumento. O objetivo desse argumento é refutar a teoria da eternidade do universo. Os gregos trabalhavam com a concepção de que o universo era eterno, e que sempre existiu. Para os hebreus, contudo, o universo teve um início: "no princípio, criou Deus os céus e a terra" (Gênesis 1.1). O argumento Kalam irá mostrar que o universo teve um início e que como nada surge do nada, então uma causa transcedente (Deus) deu causa ao universo. Esse debate já intrigou cientistas na história. Einstein, por exemplo, odiava a ideia de o universo ter tido um início. Contudo, ele percebeu que suas equações apontavam um início para o universo e camuflou suas próprias equações!

Nesse argumento, há três premissas: (1) qualquer coisa que começa a existir tem uma causa; (2) o universo começou a existir; (3) portanto, o universo tem uma causa. A primeira premissa é um princípio autoevidente. Aqueles que negam essa premissa devem acreditar que viemos do nada, por meio do nada e para nada, o que é certamente implausível. Se algo pudesse surgir do nada, então seria inexplicãvel porque todas as coisas ou qualquer coisa não surgem do nada. Porque esse princípio não continua se aplicando? Porque uma bicicleta ou Beethoven não surgem de forma não causada? Isso é contrário à nossa experiência. Céticos dizem que, na física moderna, partículas subatômicas, chamadas de partículas virtuais, e até mesmo o universo, podem passar a existir do nada, mas isso é apenas o vácuo, e não o nada. A premissa lógica é que o universo começou a existir. Portanto, o universo tem uma causa. E como deve ser essa causa? O argumento cosmológico Kalam propões que essa causa deve ser: (1) autoexistente, atemporal e não espacial; (2) imutável; (3) imaterial; (4) inimaginavelmente poderosa; (5) pessoal.

Em última análise, é preciso reconhecer que estes argumentos não provam a existência de Deus. Isso parece antagônico, paradoxal e emblemático. Mas é impossível provar Deus. Se fosse possível, não precisaríamos de fé. Fé é acreditar naquilo que não vemos (Hebreus 11.1-3). Ter fé não significa que a crença em Deus seja irracional, ou então que daremos um salto cego no escuro. Existem, sim, argumentos sobre a existência de Deus! Eles são úteis e demonstram que nossa fé não é irracional ou desprovida de argumentos lógicos.


Davi Faria de Caires
Casado, natural de Campinas-SP e residente em Atibaia-SP, acadêmico do Master of Divinity (M.Div) pela Escola de Pastores da Primeira Igreja Batista de Atibaia-SP (EPPIBA). Membro da Igreja Batista Regular no Jd Liza (Campinas-SP). Criador do Grupo de Estudos Teologia com Propósito®

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

COMO SABEMOS QUE DEUS EXISTE? – O ateísmo e o absurdo da vida sem Deus




por Davi Faria de Caires


Um episódio recente, neste final de 2019, tem marcado embate cultural entre religiosos, especialmente cristãos, e ateístas. O canal de streaming Netflix lançou um média-metragem de natal, chamado 'A Primeira Tentação de Cristo', produzido pelo grupo Porta dos Fundos. O conteúdo é provocativo e tem gerado polêmicas. O enredo se passa no aniversário de 30 anos de Jesus e satiriza o seu retorno após 40 dias de jejum no deserto. De acordo com a imprensa, no vídeo, Jesus, interpretado por Gregório Duvivier, leva para casa um amigo esquisito, interpretado por Fábio Porchat, com quem vive um romance gay. Parece haver um triângulo amoroso entre Jesus e outros personagens. O ator principal, Gregório Duvivier, é ateu. A trama é evidentemente anti-cristã, e tal como já declarado pelos produtores, foi propositalmente ofensivo. Diante desse furdunço cultural e religioso, muitos cristãos iniciaram manifestações através de abaixo-assinados que ultrapassam um milhão de assinaturas, boicotes e cancelamento de assinaturas na Netflix e centenas de milhares de postagens que repudiam este ato.

Mas, como deveria o cristão lidar diante de fatos como este? Como deve o cristão defender a fé diante do ateísmo? Fatos como esse não deveriam gerar surpresa ou comoção no meio cristão. Jesus já havia dito e predito que:


“Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, me odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia. Lembrai-vos da palavra que vos disse: Não é o servo maior do que o seu SENHOR. Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa. Mas tudo isto vos farão por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou.” - João 15.18-21 (ACF)


Jesus já havia alertado os discípulos, e essa exortação cabe a nós também nos dias de hoje. O ódio que a igreja vem a sofrer é por causa do nome de Cristo. Toda essa suposta ofensa ocorre pelo fato de não conhecerem o nome de Jesus. O NOME do Mestre sempre foi vilipendiado, desde o primeiro século desta era até os dias de hoje. Foi acusado de beberrão e glutão (Mt 11.19) e até de ser associado com o príncipe dos demônios (Mt 12.24). Em tempos de ceticismo religioso, parece não haver espaço para a fé no presente século. O debate sobre a existência de Deus é tão antigo quanto a humanidade. Porém, em tempos pós iluminismo, correntes tais como o cientificismo, o racionalismo, o materialismo e o naturalismo pretendem banir a fé do debate público, à guisa de pretensa superioridade lógica, metodológica, epistemológica e racional.
O cristão não deve ficar alheio a este debate. Pelo contrário, ele é desafiado pela Escritura a fornecer justificativas racionais para a fé cristã:

“Antes, santificai ao SENHOR Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós, tendo uma boa consciência, para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, fiquem confundidos os que blasfemam do vosso bom porte em Cristo.” - 1 Pedro 3.15,16

De acordo com a Escritura, o cristão deve, portanto, estar preparado para responder sobre sua fé. A partir deste texto, o cristão necessita de 3 coisas para fazer apologética: santidade, conhecimento e atitude. Santidade envolve intimidade com Deus, leitura bíblica e reconhecimento do senhorio de Cristo. Conhecimento envolve estar pronto para responder, conhecimento das Escrituras e saber o que a bíblia diz. Atitude envolve mansidão, temor e boa consciência.
Diante dessas coisas podemos nos perguntar: quais são as consequências se Deus não existir? Como é uma vida sem Deus? A existência é para todos, em todas as épocas, um mistério. Não conseguimos entender a vida em toda sua complexidade. O homem é o único ser em todo o planeta que faz esse tipo de perguntas: Quem sou eu? Porque estou aqui? Para onde estou indo? Porque existe algo em vez do nada? Sobre essas questões, Blaise Pascal, um cientista cristão que viveu no século XVII, escreveu:

"Não sei quem me enviou ao mundo, nem o que o mundo é, nem quem eu mesmo sou. Sou terrivelmente ignorante de tudo. Não sei o que meu corpo é, nem meus sentidos, nem minha alma e essa parte de mim pensa o que eu digo, que reflete sobre si mesma assim como sobre todas as coisas externas, e não tem mais conhecimento de si mesmo do que delas. Assim como não sei de onde venho, também não sei aonde vou. Somente sei que, ao deixar este mundo, caio para sempre no nada ou nas mãos de um deus irado, sem saber qual desses dois estados será meu destino eterno. Essa é minha condição, cheia de fraqueza e incerteza." - Blaise Pascal

Portanto, se Deus existe, a vida possui sentido, valor e propósito. Mas, e se Deus não existe? Ora, apenas como hipótese, podemos levantar algumas conjecturas sobre o absurdo da vida sem Deus, ou de sua inexistência. (1) Sem imortalidade e Deus, a vida não possui um sentido fundamental; (2) Se Deus não existe, não há um valor fundamental; (3) Se Deus não existe, não há um propósito fundamental. Portanto, no absurdo da vida sem Deus, a vida não possui sentido, valor e propósito! Ou seja, na visão ateísta, a vida é fruto do acaso. Nascemos, vivemos e morremos. Se não há imortalidade e se não há Deus, então, todo empreendimento humano é um trabalho inútil. É como correr atrás do vento. Apesar de reconhecermos a falta de sentido em correr atrás do vento, continuaríamos executando nossas tarefas diárias aguardando o dia de nossa morte. O homem não precisa apenas de imortalidade para conferir sentido à sua vida! A imortalidade sem Deus seria uma maldição e não traria sentido à vida. A imortalidade também precisa de Deus. Se tivesse existido só imortalidade, a vida continuaria sem sentido. É um absurdo pensar a vida sem Deus. Somente ele é o sentido da vida e da existência humana.
Deus é a fonte única da moralidade no homem. Sem Deus, não há sentido em falar em bom e mau; em certo e errado. O certo e o errado passariam a ser uma convenção social, uma questão de gosto pessoal ou então como produto sócio-biológico da evolução. A bíblia diz:
"Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; Os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os;" - Romanos 2.14,15

Nesse texto, Paulo fala de uma lei moral que está presente em todos os seres humanos. Não apenas nos judeus! Eu não preciso ser um cristão para saber que o assassinato é errado. Mas, se Deus não existe, então tudo passa a ser relativo. O ateísmo traz consequências niilistas à existência humana. Uma vida sem Deus, baseada no ateísmo, destrói o significado da existência humana. Contudo, será que a maior parte dos ateus dá cabo à sua filosofia? Não! Eles buscam placebos para sua realidade.
Mas, é possível saber que Deus existe? Quais são os argumentos sobre a sua existência? Sim, existem argumentos racionais favoráveis à existência de Deus. Argumento moral, argumento do design, argumento ontológico, argumento cosmológico... Há diversos argumentos para a existência de Deus. A lista é imensa. Contudo, é preciso afirmar inicialmente e incisivamente que não é possível provar a existência de Deus. Isso parece antagônico, paradoxal e emblemático. Mas é impossível provar Deus. Se fosse possível, não precisaríamos de fé. Fé é acreditar naquilo que não vemos, como já registrou o autor aos Hebreus:

"ORA, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem. Porque por ela os antigos alcançaram testemunho. Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente." (Hebreus 11.1-3).

Contudo, ter fé não significa que a crença em Deus seja irracional, ou então que daremos um salto cego no escuro. Existem, sim, argumentos sobre a existência de Deus! O maior, melhor e mais preciso argumento é a Escritura; a revelação especial de Deus, “de sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus” (Romanos 10:17). Ninguém pode vir a crer por métodos racionais ou argumentos, por melhores que eles sejam. Crer em Deus, do jeito que diz a Escritura, é um milagre produzido somente pelo Espírito Santo, através da pregação da palavra, transformando o coração do homem em uma nova criatura, à semelhança do caráter de Cristo, para a glória de Deus Pai (João 16.7-11).
Robert Jastrow, um astrônomo americano do século XX disse certa feita:

"para o cientista que vive de acordo com sua fé no poder da razão, a história termina como um pesadelo. ele escalou as montanhas da ignorância; está a ponto de conquistar o pico mais alto. Ao chegar à última rocha, é cumprimentado por um bando de teólogos que estavam sentados ali havia séculos".

Todo sentido da vida pode ser encontrado somente em Deus. Há muitas evidências que Deus existe. E ainda que não houvesse evidências, seria mais racional escolher o cristianismo do que não escolhê-lo. O cristianismo responde às principais questões da vida! Em outras palavras, porque existe algo em vez de nada? De onde em vim? Porque eu existo? Como devo viver? Para onde vou? Deus é ou não é. Há um caos infinito que nos separa. E na extremidade dessa distância, a moeda está sendo jogada e dará cara ou coroa. Pense nisto! O que você apostará?
Pascal afirmava que há três tipos de pessoas: (1) as que buscaram a Deus e o encontraram; (2) as que o estão buscando, mas ainda não o encontraram; (3) as que não o buscaram e não o encontraram. As do primeiro grupo são razoáveis e felizes; as do segundo são razoáveis e infelizes; as do terceiro grupo são pouco razoáveis e infelizes. A aposta de Pascal deve ao menos estimular-nos a ser razoáveis e a buscar a verdade (João 14.6).


Davi Faria de Caires
Casado, natural de Campinas-SP e residente em Atibaia-SP, acadêmico do Master of Divinity (M.Div) pela Escola de Pastores da Primeira Igreja Batista de Atibaia-SP (EPPIBA). Membro da Igreja Batista Regular no Jd Liza (Campinas-SP). Criador do Grupo de Estudos Teologia com Propósito®