segunda-feira, 29 de maio de 2017

Os Livros Poéticos – Resumo e Visão Panorâmica




Por Davi Faria de Caires*


         Cinco livros são classificados como poéticos: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cântico dos Cânticos, que podem também ser subdivididos em livros de Sabedoria, ou Sapienciais (Jó, Provérbios e Eclesiastes), e livros Hínicos (Salmos e Cântico dos Cânticos).


OS LIVROS POÉTICOS

         A despeito de haverem alguns trechos esparsos no restante da bíblia que possuem estrutura poética, nestes livros vemos uma presença marcante de rima, ritmo e expressões figurativas básicas, tais como símile, metáfora, personificação, apóstrofe e hipérbole, entre outros.

        Uma característica peculiar da poesia hebraica é utilizar-se de paralelismos. Um paralelismo é identificado por ritmo de ideias, ao invés de ritmo de sons, tal como conhecemos na poesia ocidental. Há paralelismos de diversas formas: paralelismo sinonímico, antitético, sintético, analítico, climático, emblemático e quiasmo. Uma grande vantagem desse recurso é que não ele não se perde quando há tradução, pois como já foi dito, o paralelismo é baseado em ideias, e não entre os sons. Portanto, mesmo em textos traduzidos, como temos acesso hoje, podemos ainda identificar os paralelismos em toda riqueza original da poesia hebraica.


OS LIVROS DE SABEDORIA (OU SAPIENCIAIS)
Salomão é reconhecidamente um homem sábio, e o maior de sua época. Mas não foi o único de seu tempo. Houveram outros que o precederam, e também outros que o sucederam. Os sábios daquele tempo tinham maior preocupação com a vida prática do que com a sabedoria filosófica. Interessavam-se profundamente com a ética e a aplicação correta desta à vida humana. Interessavam-se pelo chão da vida. Eram filósofos de conversa, tal como uma mulher do lar e um homem do campo. Aqueles sábios procuravam aplicar o conhecimento e a sabedoria não apenas para que o homem pudesse viver melhor, mas sim para que o homem tivesse uma perspectiva norteadora em termos de perseguir um ideal.

Se compararmos o sábio com um profeta e com um sacerdote, veremos que possuem abordagens distintas para os mesmos fenômenos. Por exemplo: em relação ao pecado, o sacerdote diria que é uma profanação. O profeta diria que é um pecado. E o sábio diria que é uma loucura. Portanto, o sábio analisava os fatos em uma perspectiva moral com vistas às consequências dos atos, que podiam resultar em felicidade ou desgraça. São três os livros sapienciais: Jó, Provérbios e Eclesiastes. contém sabedorias para um correto entendimento das provações da vida. Provérbios oferece sabedoria para crescimento e disciplina na vida. E Eclesiastes, por sua vez, oferece sabedoria para encontrar o verdadeiro significado da vida.


         Jó é um livro de autoria anônima, embora os autores mais prováveis sejam Moisés e Salomão. Caso tenha sido escrito por Moisés em Midiã, o livro certamente sofreu modificações nos tempos de Salomão. Mas fato é que a autoria é incerta. Este livro tem como objetivo central mostrar como Deus usa as adversidades e a prosperidade para amadurecer o seu povo. Vê-se de modo claro neste livro, a soberania de Deus sobre Satanás, e que este último pode ser usado por Deus para cumprir Seus planos. Aliás, vemos que Satanás é o grande adversário do homem.

         Vemos neste livro a resposta à clássica pergunta: porque sofre o justo? Aliás, o erro dos amigos de Jó foi considerarem que uma pessoa rica e saudável está bem diante de Deus. Ao final do livro, o próprio Jó compreende que ter saúde ou riqueza não significam ter um bom conceito diante de Deus. Aliás, neste livro, vemos que, a despeito de ter saúde ou riquezas terrenas, a religião verdadeira é a confiança em Deus, tendo como alvo a ressurreição e o juízo final: “Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. E depois de consumida a minha pele, contudo ainda em minha carne verei a Deus” (Jó 19.25-26 - ACF).


SALMOS
         Salmos são um hinário, e o maior livro da bíblia, com 150 capítulos. Este livro é uma das maiores fontes de inspiração para oração e louvor a Deus. O livro de Salmos tornou-se o manual de instrução de Israel para oração e culto, tendo em vista que seu conceito dominante é adorar a Deus em oração. Foi escrito por diversos autores: Moisés, Davi, Salomão, Asafe, Filhos de Corá, Hemã, Etã, Ezequias, Jeremias, Ageu, Zacarias e Esdras, além de outros salmos órfãos, de autoria desconhecida. Contudo, quase a metade dos 150 salmos foi escrita por Davi, homem que teve larga experiência como pastor, músico, poeta, guerreiro, fugitivo, amante, teólogo e homem de Estado. Este livro foi escrito em um período de mil anos, tendo início em 1430aC, tendo por Moisés o primeiro escritor deste livro.

Os salmistas escreveram sobre infortúnios, vitórias e louvores nas muitas dificuldades do viver diário, dando expressão e lado emocional da religião. O estilo deste livro é poético, contendo poemas líricos, paralelismos e diversas figuras de linguagem, tais como símile, metáfora, alegoria, metonímia, sinédoque, hipérbole, personificação, apóstrofe, antropomorfismo e antropopatia.  E quanto ao conteúdo, são classificados em diversas categorias, tais como ações de graças, lamento ou queixa, imprecatórios, históricos, messiânicos, louvor e didáticos.


PROVÉRBIOS
         Salomão foi o autor dos capítulos 1 a 24 deste livro. Agur foi o autor do capítulo 30, e Lemuel foi o autor do capítulo 31. Este livro foi escrito no período entre 950 e 700 aC. Salomão proferiu 3 mil provérbios a respeito de muitas áreas da vida, muito mais que os 800 provérbios que estão incluídos no livro de Provérbios. Este livro tem como objetivo, que uma mente disciplinada e um modo de vida orientado por princípios divinos trazem grandes benefícios. E também inversamente, este livro ensina que a indisciplina e a falta de princípios trazem malefícios. Este livro também adverte acerca de perigos que resultam em seguir os ditames da natureza interior e das paixões inferiores.

         Em Provérbios, vemos uma apologia à Sabedoria, especialmente no trecho do capítulo 8, versículos 22 a 31, onde aponta que a Sabedoria existe desde a eternidade. Do ponto de vista neotestamentário, a Sabedoria constante em Provérbios é Cristo. Conforme 1 Coríntios 1.24,30, Cristo é a Sabedoria de Deus, senão, vejamos:

“Mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus. Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção.”

Paulo também ensina, em Colossenses 2.3: “[Cristo], em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência.”


ECLESIASTES
Cântico dos Cânticos, Provérbios e Eclesiastes foram escritos em fases distintas da vida de Salomão. Cântico dos Cânticos foi escrito em sua juventude, Provérbios foi escrito na meia-idade e Eclesiastes, por sua vez, foi escrito por Salomão na velhice. Diferentemente de Provérbios, que possui mais de um autor, Eclesiastes foi escrito unicamente por Salomão, em 935aC. O objetivo do escritor neste livro foi demonstrar, cientificamente e filosoficamente, a futilidade da vida sem Deus, bem como demonstrar também a satisfação e alegria de viver na percepção da soberania divina.

Vale ressaltar que a menção de Deus como Criador aparece pela primeira vez na Bíblia em Eclesiastes: “Lembre-se de seu Criador” (12.1). Esta referência aparece posteriormente em outros livros: Isaías 40.28; Romanos 1.25; 1 Pedro 4.19. Por fim, vale mencionar que este livro é falsamente acusado de conter traços agnósticos, por revelar um notório pessimismo e naturalismo em algumas partes. Mas essa acusação cai por terra na conclusão do livro, onde o autor reconhece e expressa solenemente que o significado verdadeiro da vida só pode ser percebido quando a pessoa teme a Deus e guarda os seus mandamentos.
 

CÂNTICO DOS CÂNTICOS
         Escrito por Salomão em sua juventude, esse livro também recebe o título de Cantares de Salomão. Escrito em 950 aC, este livro foi escrito logo após Salomão tornar-se rei. Seu reinado durou de 970 a 930aC. Portanto, é o livro canônico mais antigo deste autor. Nesta época, ele possuía cerca de 60 a 80 mulheres e concubinas. Número pequeno, em comparação com o harém posterior que veio a ter, de 700 mulheres e 300 concubinas. 

         Alguns teólogos ao longo da história chegaram a afirmar que este livro não deveria fazer parte do Cânon, tendo em vista a linguagem explícita de amor conjugal entre Salomão e a Sulamita. Embora ter sido escrito especialmente para os jovens, a leitura deste livro foi proibida para jovens menores de 30 anos no período intertestamentário. Este livro retrata o a relação amorosa, íntima e conjugal entre Salomão e sua esposa Sulamita. O estilo deste livro é um idílio lírico. Idílios são figuras de cenas rurais agrupadas para se contar uma história. O melhor método de interpretação para ser utilizado neste livro é o ponto de vista típico, que concilia o ponto de vista literal e o ponto de vista alegórico. Literalmente, todo livro deve ser entendido como a expressão do amor conjugal entre os dois personagens. E algumas passagens podem e devem ser interpretadas com tipos alegóricos da representação da relação amorosa entre o Senhor e seu povo Israel, e também o relacionamento de amor entre Cristo e a Igreja. Nesta perspectiva, os dois objetivos deste livro (literal e alegórico), completam-se admiravelmente. 



REFERÊNCIA
Ellisen, Stanley. Conheça melhor o Antigo Testamento: um guia com esboços e gráficos explicativos dos primeiros 39 livros da Bíblia. São Paulo: Editora Vida, 2007.




Sobre o autor:
Davi Faria de Caires
Cristão protestante, casado, residente e natural de Campinas-SP, é membro da Igreja Batista Regular no Jd Liza (Campinas-SP). Músico formado pela Escola Livre de Música (UNICAMP), formado em Psicologia (PUCCAMP) e em Gestão de Recursos Humanos (UNIDERP); graduando em Teologia pela Faculdade Batista Teológica de Campinas (FTBC) e pelo Centro Universitário Filadélfia (UniFil). Psicólogo clínico com atuação em Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) e em Desenvolvimento Humano Organizacional (DHO) na Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). Criador do Grupo de Estudos Teologia com Propósito®Contato: davifariadecaires@gmail.com


Se você gostou deste artigo, está autorizado a reproduzir e distribuir este material em qualquer formato, desde que informe o autor e cite a fonte. Não altere o conteúdo original e não o utilize para fins comerciais.







segunda-feira, 22 de maio de 2017

Os Livros Históricos – Resumo e Visão Panorâmica – PARTE 2/2



Por Davi Faria de Caires*


INTRODUÇÃO AOS LIVROS HISTÓRICOS
         Os doze livros, de Josué a Ester, são chamados livros históricos, pois narram a história do povo de Israel na conquista de Canaã e nos séculos posteriores. O período cobre aproximadamente 1000 anos da história de Israel: entre 1405 a 405 aC, de Moisés até Esdras, o mestre da lei. Nos livros históricos vemos o cumprimento cabal das bênçãos e maldições previstas e preditas por Moisés nos capítulos 28 a 30 de Deuteronômio.
         O contexto geográfico donde se desenrola os fatos dos 12 livros é na atual palestina, a terra santa, ou a terra de Canaã.
         Neste artigo serão abordados os livros de I e II Samuel, I e II Reis, I e II Crônicas, Esdras, Neemias e Ester.


SAMUEL
         O autor de I e II Samuel são desconhecidos, embora os autores prováveis sejam Samuel, Natã e Gade. Os eventos descritos no livro ocorrem no período entre 1100 a 970 aC. O objetivo deste livro é narrar a consolidação da monarquia teocrática, passando de uma anarquia no tempo dos juízes e chegando em um estado organizado e unificado, sob a liderança de Saul, Davi, Salomão e os reis posteriores.
Um destaque relevante neste livro é a oração que inicia o primeiro livro, feito por Ana, mãe de Samuel. É uma poesia que registra uma das orações mais notáveis da Bíblia. Vemos também neste livro a vida do Sacerdote Eli, que portou-se de modo negligente na criação dos filhos Hofni e Fineias, levando a um final de morte trágica. Sua vida foi marcada por falta de disciplina pessoal, ausência de piedade e sem poder para exercer sua tarefa sacerdotal. Neste livro vemos também a trajetória da Arca, que após ter sido capturada pelos Filisteus, percorreu várias cidades, sendo depois devolvida. 
         Um importante personagem neste livro é Samuel, que pode ser comparado a Moisés e Esdras, dada sua importância de liderança espiritual no Antigo Testamento, tal como exerceram os dois personagens supracitados. Samuel ungiu os dois primeiros reis de Israel: Saul, que fora escolhido pelo povo como um rei alto, com qualificações pessoais que agradavam o povo, e Davi, que fora escolhido por Deus, possuindo uma aparência contrastante de Saul, um homem de baixa estatura. Davi foi um homem de qualificações extraordinárias. Foi um homem altamente estimado por Deus e pelos homens. Tanto é que tornou-se o paradigma, através do qual é utilizado como parâmetro de referência para todos os demais reis de Israel nos séculos posteriores. Davi não foi um homem perfeito, mas demonstrava arrependimento genuíno após seus erros. Ele teve 12 esposas e 10 concunbinas, com as quais teve 21 filhos e uma filha. Não foi um pai presente, e falhou na criação dos filhos.
         Este notável personagem, Davi, é considerado um tipo de Cristo, tendo em vista ter exercido ministério tríplice. Tal como o Messias, Davi também foi rei, sacerdote e profeta.


REIS
         Tal como Samuel, os livros de I e II Reis, na bíblia hebraica, era apenas um livro. Na septuaginta (tradução do Antigo Testamento para o grego), os tradutores dividiram-no em dois livros: III e IV Reis, e os livros de Samuel na Septuaginta foram denominados I e II Reis. Provavelmente para ser inserido em dois rolos. Os dois livros possuem autoria incerta, mas podem ter sido escritos por Jeremias, com auxílio de seu secretário Baruque. As histórias narradas neste livro estão situadas no tempo histórico de 970 a 560 aC, desde a morte do Rei Davi, o primeiro rei da Aliança até o cativeiro de Zedequias, último rei de Judá.
         Judá teve ao todo 19 reis e uma rainha, e Israel teve ao todo, 19 reis. Em 2 Samuel, vemos Davi comprando o local do tempo. Em 1 Reis, vemos Salomão preparando a construção do templo, e em 2 Reis vemos a destruição do templo. O templo construído por Salomão foi um portento do mundo antigo. Se valor atual é estimado em 87 bilhões de dólares (tomando como base o cálculo do ouro a 35 dólares cada 28 gramas). Foi uma construção colossal, que envolveu muito dinheiro e recursos, que foram acumulados durante o reinado de Davi. Este templo durou 380 anos.
         Após o reinado de Salomão, o reino foi dividido em Reino do Norte (Israel), e Reino do Sul (Judá). O Reino do Norte foi formado por 10 tribos, e o Reino do Sul foi formado por duas tribos, Judá e Benjamin. Por três motivos houve essa cisão: motivos espirituais, políticos e econômicos. A idolatria, a rivalidade entre Judá e Efraim e também os altos impostos culminaram na divisão entre dois reinos.
         Vemos também neste livro a atuação de dois profetas prolíficos: Elias e Eliseu. Esses dois profetas tiveram uma atuação muito importante, com o desafio principal de combater a idolatria vigente em seu tempo. A despeito da grande idolatria pré-exílica, além dos profetas, houveram também reis que atuaram com reformadores, todos dos quais reinaram no Sul, em um total de 9, que são considerados bons reis. Pela idolatria, por não aceitar as correções dos profetas e também por terem se recusado a guardar o sábado, o povo foi levado para o exílio Assírio-Babilônico.


CRÔNICAS
         O livro de Crônicas contém a mais vasta abrangência cronológica que qualquer livro da Bíblia. Inicia-se em Adão e conclui em Ciro da Pérsia, em 538aC. O nome original deste livro era “Atos de Dias”, ou “Atos dos Tempos”, e Jerônimo, no século IV da Era Cristã renomeou-o com o título de “Crônicas”, sugerindo um registro cronológico da história sob a perspectiva divina. De acordo com a tradição hebraica, o autor deste livro é Esdras, o sacerdote.
         Este livro contém muita semelhança do conteúdo contido em Reis e em Samuel. A despeito de o conteúdo ser bastante semelhante, o propósito é diferente. O enfoque de Crônicas é sacerdotal. Ao invés de focar nos profetas ou nos reis, o livro de Crônicas possui uma nítida ênfase nos Levitas e sacerdotes do templo. Neste livro, o autor registra e sintetiza toda história sagrada afim de lembrar a geração do seu tempo e também às gerações futuras de que Deus é a figura central do seu povo. O autor procurou ressaltar a soberania de Deus.
         O versículo chave desses livros é 2 Crônicas 7.14: “E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.” (ACF - Almeida Corrigida Fiel). Além de ressaltar a soberania de Deus, esse livro possui enfoque em convocar o povo ao culto e à santificação. Enfatiza também o perigo de deixar Deus de lado em época de prosperidade ou poder, que são bênçãos divinas, mas há o perigo de os alcançados por elas se afastarem de Deus.


ESDRAS E NEEMIAS
         Esses livros narram a volta do cativeiro, e foram escritos entre 430 e 425aC. Esdras, o sacerdote, é considerado o autor de quatro livros: Esdras, Neemias, 1 Crônicas e 2 Crônicas. Utilizou-se de memória própria e memória de Neemias, além de utilizar também outros documentos oficiais da época, escritos em aramaico, língua oficial da época. O tema central de Esdras é narrar o retorno de Israel do cativeiro afim de reconstruir o templo para adoração. E em Neemias, o enfoque é a reconstrução do muro e a renovação da aliança. Aliás, vale ressaltar que alguns judeus alcançaram posição de destaque político relevante e altos postos no governo persa, a exemplo de Daniel, Ester e Mardoqueu.
         Em relação ao pensamento religioso da época do livro, foram contemporâneos alguns pensadores bastante conhecidos hoje, tais como Sócrates (c. 469), Platão (427), Aristóteles (384), Zaratustra, ou Zoroastro (628-551), Buda (Gautama, 563-486) e Confúcio (Kung Fu-Tsé, em 551-479 aC). Neste ínterim, Esdras teve um papel fundamental em preservar a religião verdadeira ensinada pelos patriarcas e profetas.
         Esdras, que também escreveu o Salmo 119, ordenou o divórcio a 113 homens, que haviam casado com mulheres de outras nações, que praticavam culto a outros deuses. Contudo, mesmo havendo o divórcio, o texto sugere que foi-lhes exigido manterem o cuidado das esposas e filhos que haviam sido destituídos.


ESTER
         Este livro tem por objetivo narrar o livramento que o povo judeu recebeu no período entre 483 e 473aC, quando eram perseguidos pelos agagitas (Agague, título real do rei dos amalequitas). O nome do livro diz respeito a uma judia que tornou-se rainha e salvou todos os judeus da morte. Neste livro, é descrito uma explicação genuína da origem da festa judaica de Purim, que é praticada anualmente pelos judeus até os dias de hoje, onde inclusive este livro é lido na íntegra. Os acontecimentos deste livro encaixam-se cronologicamente entre os capítulos 6 e 7 de Esdras, e foi escrito no ano 460aC. O autor é desconhecido.
         Este livro possui uma narrativa dramática fascinante. Muito embora não mencione em nenhum local o nome de Deus, vê-se sua mão em todos os acontecimentos, preservando o povo de um genocídio total. Aliás, este livro descreve também o surgimento do antissemitismo e do antijudaísmo em todo o mundo. Embora este termo antissemitismo tenha sido cunhado somente no ano 1879 (Judeus, Deus e a História, p.313ss, Max Dimont, citado por Ellisen, 2007), este fenômeno de ódio aos judeus é relatado pela primeira vez no livro de Ester. Esta luta entre judeus e seus inimigos contemporâneos não possuía penas fundo político ou racial, mas era também uma luta espiritual, com a tentativa de Satanás exterminar o povo sobre o qual haveria de vir o Cristo. Daniel, aliás, descreve essa luta espiritual, nos capítulos 10 e 11 do profeta Daniel. Deus sempre preserva seu povo nas perseguições, propiciando líderes que são levantados para um fim libertador, tal com Cristo, o definitivo Salvador do seu povo.



REFERÊNCIA

Ellisen, Stanley. Conheça melhor o Antigo Testamento: um guia com esboços e gráficos explicativos dos primeiros 39 livros da Bíblia. São Paulo: Editora Vida, 2007.


  


Sobre o autor:
Davi Faria de Caires
Cristão protestante, casado, residente e natural de Campinas-SP, é membro da Igreja Batista Regular no Jd Liza (Campinas-SP). Músico formado pela Escola Livre de Música (UNICAMP), formado em Psicologia (PUCCAMP) e em Gestão de Recursos Humanos (UNIDERP); graduando em Teologia pela Faculdade Batista Teológica de Campinas (FTBC) e pelo Centro Universitário Filadélfia (UniFil). Psicólogo clínico com atuação em Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) e em Desenvolvimento Humano Organizacional (DHO) na Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). Criador do Grupo de Estudos Teologia com Propósito®Contato: davifariadecaires@gmail.com


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segunda-feira, 15 de maio de 2017

Os Livros Históricos – Resumo e Visão Panorâmica – PARTE 1/2




Por Davi Faria de Caires*


INTRODUÇÃO AOS LIVROS HISTÓRICOS
         Os doze livros, de Josué a Ester, são chamados livros históricos, pois narram a história do povo de Israel na conquista de Canaã e nos séculos posteriores. O período cobre aproximadamente 1000 anos da história de Israel: entre 1405 a 405 aC, de Moisés até Esdras, o mestre da lei. Nos livros históricos vemos o cumprimento cabal das bênçãos e maldições previstas e preditas por Moisés nos capítulos 28 a 30 de Deuteronômio.
         O contexto geográfico donde se desenrola os fatos dos 12 livros é na atual palestina, a terra santa, ou a terra de Canaã.
         Neste artigo, serão abordados os livros de Josué, Juízes e Rute.


JOSUÉ
         O livro de Josué narra a jornada de conquista e ingresso do povo de Israel em Canaã. A despeito de haverem discussões, a opinião majoritária é que este livro foi escrito pelo próprio Josué, cujo nome significa “salvação do Senhor”. O período histórico dos relatos deste livro estão situados no período entre 1405 a 1375 a.C. Haviam sete povos que habitavam nesta terra: Heteus, Girgaseus, Amorreus, Cananeus, Ferezeus, Heveus e Jebuseus. Estes povos eram politeístas.
         O objetivo do livro de Josué registrar como se deu a conquista e divisão da terra de Canaã entre as 12 tribos. Neste livro, vemos a travessia do Rio Jordão de forma milagrosa. De modo semelhante à travessia do Mar Vermelho, o Rio Jordão abriu-se e o povo passou em terra seca. Certamente Deus queria também impressionar esta nova geração, que não havia tido a experiência do batismo no Mar Vermelho. Além disto, Josué teve sua liderança confirmada diante do povo, e a arca teve sua representatividade de poder confirmada, simbolizando a centralidade em Deus e seu poder sobre todas as coisas. Vemos também neste livro um fator extraordinário, onde em luta contra os amorreus, o Senhor alongou o dia da batalha e o Sol parou. Mesmo havendo críticos que julguem isto impossível, o relato bíblico reconhece como certo este fato sobrenatural, feito pelo Deus que criou todas as coisas.
         Por falar em críticos, talvez o ponto mais debatido em Josué seja a análise moral sobre a conquista de Canaã por Josué, com o extermínio quase total das nações que lá viviam. Questões surgem, indicando que Deus age de modo carrasco, ou então que Deus seja xenófobo. Deve-se considerar com ponto de apoio bíblico que Canaã possuía religião degradante, com cultura corrompida e ao longo de 400 anos em que possuíram a terra, tiveram oportunidade de se arrependerem de seus pecados. Noé, inclusive, profetizou julgamento para os cananeus, na ocasião em que amaldiçoa seu neto em Gênesis 9.22-27. Além disto, pesa a favor de Israel o fato de Deus reconhecer no relato bíblico que toda Terra Lhe pertence, e já havia prometido esta terra ao povo de Israel desde Abraão (Gênesis 15.8).


JUÍZES
O autor deste livro é desconhecido, mas o autor mais provável é Samuel. O período histórico é bastante abrangente, e envolve um período de 300 anos, de 1375 a 1075 aC. É o maior período relatado entre os demais livros históricos. O objetivo deste livro é registrar a história de Israel no período em que foi governado por juízes independentes, sem um rei sobre a nação.
Este livro narra ciclos de apostasia bem visíveis em Israel, com reincidência, ruína, arrependimento, restauração e trégua. De tempos em tempos, Deus levantava juízes para restaurar a ordem social e espiritual do povo. Dado os ciclos de apostasia frequentes, a narrativa deixa claro que o povo precisava de um monarca teocrático. Saul é escolhido dentre a tribo de Benjamin, e finaliza o período de juízes para iniciar o período monárquico em Israel. E por falar na Tribo de Benjamim, desta Tribo descenderam líderes tais como o juíz Eúde, o rei Saul e o apóstolo Saulo de Tarso. Porém na época dos juízes, esta Tribo inteira quase foi exterminada, devido à iniquidade.
Um líder de destaque neste livro é Gideão, homem com perfil semelhante a Moisés, por sua humildade e obediência a Deus. Gideão, em seu tempo ofereceu uma libertação de seu povo. Mas quando foi chamado por Deus, pediu confirmação através de um sinal físico e visível. Fez isto para certificar-se de que de fato Deus o estava recrutando para uma missão especial. Em tempos não de apostasia, e a despeito de demonstrar reverência a Deus, Gideão não obedeceu a Deus de imediato. Antes, pediu-lhe sinais. Não devemos utilizar a mesma prática de Gideão. Não devemos colocar uma lã diante de Deus ou aguardar qualquer sinal físico, pois a vontade completa de Deus já foi manifestada no AT e no NT. Mas disto, aprendemos que é importante certificarmos com certeza de que uma ação que exija alto grau de fé estará sendo realizada de acordo com a vontade de Deus, e não por motivações egoístas.
Outro relato importante é o voto insensato Jefté. Este ofereceu sua filha ao Senhor, e diante de um pedido realizado por Deus, Jefté cumpre sua promessa e pelo que indica o texto, este designou sua filha à virgindade perpétua, sacrificando sua descendência, pois não tinha mais filhos. Portanto, não se pode depreender disto que Jefté tenha oferecido em holocausto. De acordo com Ellisen (2016), a interpretação mais plausível e provável é que o sacrifício tenha sido o celibato de sua filha.
Um juíz que foi dotado de maior capacitação especial para o ofício foi Sansão: o único nazireu do Antigo Testamento. Assim como Isaque, Samuel, João Batista e Jesus, o seu nascimento foi predito por um anjo. Sua atuação foi desastrosa. Saul agiu por impulso, e teve um final trágico.
Em Juízes vemos muitos tipos de Cristo. Os juízes relatados neste livro apontam para Cristo, o Justo Juiz, que virá para julgar seu povo, destruir os inimigos e trazer justiça plena a seu povo.


RUTE
Rute é um dos dois livros bíblicos que levam o nome de uma mulher. O autor provável deste livro é Samuel. A história deste livro aconteceu no ano 1340aC, em uma época que houve fome em Belém, cujo nome, aliás, significa casa do pão!
O objetivo deste livro é relatar o amor de duas mulheres: Noemi e Rute, e também relatar minuciosamente a relação genealógica de Davi com Moabe. Ou seja, este livro preserva uma descrição detalhada da genealogia de Cristo nas gerações anteriores a Davi. Uma peculiaridade deste livro é narrar a história de uma família, ao invés de narrar a história de uma tribo ou uma nação. Essa narrativa voltada para uma família é única em todo o Antigo Testamento.
Uma leitura neotestamentária de Rute nos permite ver referências de Cristo, que neste livro aparece como o Redentor. Boaz é um tipo de Cristo no livro de Rute. Cristo, o Redentor do Cristão, torna-se Redentor para pagar todas suas dívidas; é também, o Vingador, Mediador e Noivo da Igreja.
Para entender o resgate feito por Boaz a Rute, é mister entender o levirato. A Lei Mosaica protegia a descendência de alguém que morresse. Neste caso, o irmão do marido morto, que fosse mais jovem e que ainda não fosse casado, se preenchesse as qualificações descritas em Levítico 25 e Deuteronômio 25, poderia casar-se com a esposa do irmão falecido, resgatando os débitos do morto que estivesse endividado, ficando noivo e sendo provedor da esposa que fora resgatada.         


REFERÊNCIA

Ellisen, Stanley. Conheça melhor o Antigo Testamento: um guia com esboços e gráficos explicativos dos primeiros 39 livros da Bíblia. São Paulo: Editora Vida, 2007.





Sobre o autor:
Davi Faria de Caires
Cristão protestante, casado, residente e natural de Campinas-SP, é membro da Igreja Batista Regular no Jd Liza (Campinas-SP). Músico formado pela Escola Livre de Música (UNICAMP), formado em Psicologia (PUCCAMP) e em Gestão de Recursos Humanos (UNIDERP); graduando em Teologia pela Faculdade Batista Teológica de Campinas (FTBC) e pelo Centro Universitário Filadélfia (UniFil). Psicólogo clínico com atuação em Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) e em Desenvolvimento Humano Organizacional (DHO) na Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). Criador do Grupo de Estudos Teologia com Propósito®Contato: davifariadecaires@gmail.com


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domingo, 7 de maio de 2017

O Pentateuco – Resumo e Visão Panorâmica




Por Davi Faria de Caires*


O PENTATEUCO
O Pentateuco foi escrito por Moisés, a despeito de haverem críticos liberais que tentam contestar a autoria mosaica, redundando em um “mosaico” (diversos autores). Este conjunto de cinco livros versa sobre os inícios: o início do cosmos, o início do povo hebreu, a origem da revelação de Deus ao homem e também a história de redenção ao mundo através do povo hebreu.


GÊNESIS
Gênesis, escrito por Moisés em 1443 aC, teve sua autoria questionada nos últimos séculos, desde 1671, por Spinoza. Afirmar que foram outros autores trazem sérias implicações negativas. Ao se negar a autoria de Moisés, abre-se precedente de negar a inspiração divina. Com isto, todos os dados históricos passam a ser questionados, dando origem à atribuição de mitos e lendas, ao invés de fatos verídicos e autênticos. Moisés escreveu Gênesis durante a peregrinação no deserto, após a experiência da sarça ardente. Utilizou-se também de fontes primárias e tradição oral, selecionando-as sob influência divina.
O livro de Gênesis abrange um período cronológico de 2369 anos, iniciando na Criação e culminando na morte de José. A ação geográfica dos eventos descritos em Gênesis é em todo o fértil crescente, o berço da humanidade. O objetivo deste livro é narrar a origem do homem, da criação, da queda e do plano de redenção. O livro prima também por ressaltar a soberania de Deus e a responsabilidade do homem para com o Deus soberano, com consequências claras para as ações de obediência e desobediência. Deus, como ser incriado e soberano, aparece no livro sem mencionar sua origem. O livro fala também de alianças feitas de Deus com o homem, além de mencionar juízos que Deus trouxe ao homem (Dilúvio, Babel, Sodoma e Gomorra...). Por fim, vê-se neste livro tipologias que apontam para Cristo (José, Isaque, Melquisedeque, Abraão...).


ÊXODO
Êxodo, escrito por Moisés em 1440, protagonista principal do livro, o nome do livro significa saída. O livro descreve Moisés em três períodos de quarenta anos cada: quarenta anos no Egito, quarenta anos exilado em Midiã e quarenta anos no deserto, na condição de líder de Israel. O cenário geográfico principal do livro é o Egito. O autor faz um panorama do Egito, com seus reis, religião e deuses. O objetivo principal do livro de Êxodo é descrever como Deus tirou o povo do Egito que vivia em idolatria e servidão e guiou-os pelo deserto. O livro culmina na travessia pelo deserto, onde recebem a Lei de Deus e ocorre também a construção do tabernáculo. A lei mosaica é um ponto central do livro. O objetivo da lei é revelar a santidade de Deus e a determinação de que o povo também deveria ser santo. A lei era, ao mesmo tempo, eterna e temporária. Os princípios morais são eternos, já as regulamentações do culto eram temporárias. E por falar em culto, estes eram feitos no tabernáculo, que tipificava a obra redentora de Cristo para trazer os pecadores a Deus.


LEVÍTICO
Levítico foi escrito em 1440 aC por Moisés, e significa “e chamou o Senhor”. O tema central do livro é purificação e santificação. Durante a peregrinação no deserto, o povo foi limpo da idolatria, e recebeu a revelação da Lei de Deus e o tabernáculo. A palavra sangue aparece noventa e três vezes. A palavra expiação aparece neste livro cinquenta e uma vezes, e a palavra santo aparece mais de noventa vezes! A palavra santo significa reservado para o Senhor.
O Livro de Levítico narra em detalhes como deveriam ser feitas as cerimônias religiosas no tabernáculo. Algumas destas festas são praticadas pelos judeus até hoje. O objetivo dessas festas era tríplice: fortalecimento político, reunião social e manutenção religiosa do povo. O número sete é um número bastante recorrente, que aparece diversas vezes, em dias, meses e anos.


NÚMEROS
Este título foi dado na tradução grega, devido ao censo que nele aparece. Mas o nome hebraico é “falou o Senhor”, ou “no deserto”. Este livro foi escrito por Moisés em 1405aC. Os fatos narrados no livro abrangem um período de trinta e oito anos.
O livro traz dados portentosos da peregrinação nos últimos trinta e oito anos pelo deserto, bem como do exército de seiscentos mil homens, sugerindo haver na época uma população total de no mínimo dois milhões e meio de pessoas entre o povo hebreu. Vê-se então que era um povo numeroso. A despeito disto, outra geração que nasceu no deserto entrou na terra prometida. Todos que saíram de Gósen (exceto Josué e Calebe), inclusive Moisés, morreram no deserto. Esta pena de morte, porém, não está relacionada à vida eterna. Receberam o castigo, porém não significa que estiveram privados de terem recebido a vida eterna.  


DEUTERONÔMIO
O título em hebraico significa “são estas as palavras”. Em grego, significa “repetição da lei”. Foi escrito por Moisés em 1405aC. O final do livro narra a morte de Moisés. Esse trecho foi acrescentado por outro autor, posteriormente. O período de tempo em que é narrada a história desse livro compreende o final da peregrinação no deserto, quando o povo estava prestes a ingressarem na Terra Prometida. O objetivo do líder Moisés era reiterar à nova geração a Lei de Deus, dada no monte Sinai.      Portanto, o conteúdo de deuteronômio, em grande medida, é uma repetição dos temas abordados nos três livros anteriores, com algumas diferenças no tom e no conteúdo. A abordagem em deuteronômio possui tom mais pastoral e exortativo, apelando à consciência e ao coração, e não apenas ao intelecto do ouvinte.
Quanto à unidade de Deus, o termo utilizado em Deuteronômio é echad¸ que pressupões uma unidade divisível, ao invés do termo yakeed, que denotaria uma unidade indivisível. Na revelação maior contida ao longo do cânon, vemos que Deus é composto de Pai, Filho e Espírito Santo, embora sendo único Deus. Deuteronômio é o livro mais citado no restante do antigo testamento, e foi também muito utilizado em citações por Jesus e seus apóstolos.  



REFERÊNCIA
Ellisen, Stanley. Conheça melhor o Antigo Testamento: um guia com esboços e gráficos explicativos dos primeiros 39 livros da Bíblia. São Paulo: Editora Vida, 2007.





Sobre o autor:
Davi Faria de Caires
Cristão protestante, casado, residente e natural de Campinas-SP, é membro da Igreja Batista Regular no Jd Liza (Campinas-SP). Músico formado pela Escola Livre de Música (UNICAMP), formado em Psicologia (PUCCAMP) e em Gestão de Recursos Humanos (UNIDERP); graduando em Teologia pela Faculdade Batista Teológica de Campinas (FTBC) e pelo Centro Universitário Filadélfia (UniFil). Psicólogo clínico com atuação em Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) e em Desenvolvimento Humano Organizacional (DHO) na Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). Criador do Grupo de Estudos Teologia com Propósito®Contato: davifariadecaires@gmail.com


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