sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Quais objetivos deve ter um pregador ao preparar um sermão?






Por Davi Faria de Caires*



O ministério de Jesus e dos apóstolos foi baseado e pregações. Os milagres também acompanharam o ministério de Jesus e dos apóstolos, porém o ministério central era a pregação da Palavra. Os apóstolos tinham uma clareza muito firme de que o ministério da Palavra era tarefa primordial. Ao perceberem que o serviço de assistência social estava ocupando o tempo que deveriam ocupar-se na oração e pregação, os apóstolos delegaram a importante tarefa de assistência social a sete diáconos afim de se  dedicaram somente “à oração e ao ministério da palavra" (Atos 6.4). Portanto, a oração e o ministério da Palavra é de longe a tarefa mais importante para a liderança cristã. Vejamos então alguns elementos de ordem prática e subjetiva que o pregador deve considerar no momento da preparação e da exposição do texto sagrado.

Preparando o sermão
A começar pela preparação do sermão, deve o pregador se preocupar com a compreensão do texto (O texto está claro para mim? O que esse texto quer dizer? Quem escreveu? Quando foi escrito? Para quem foi escrito? Qual o significado deste texto na época em que foi escrito?). Deve também o pregador relacionar o texto escolhido com o contexto geral da bíblia, pois qualquer texto interpretado isoladamente pode sofrer distorções de interpretação. Não apenas compreender o texto, mas também identificar a aplicação (Qual o significado deste texto para os dias atuais? Como aplicar esse texto na vida prática de nossos dias? Como esse texto se relaciona com os desafios deste tempo e deste momento?). E por fim, ainda nesta fase de preparação, faz-se mister responder à principal pergunta: como esse texto aponta para Jesus?. Sabemos que Jesus Cristo é a chave hermenêutica das Escrituras. Toda Escritura, da primeira à última página, aponta para Jesus. Pregar textos sobre personagens do antigo testamento, por exemplo, sem aponta-lo para Jesus, pode incorrer em mensagens de auto-ajuda. O único meio de evitar isto, é reconhecendo que, seja através de tipos, doutrinas ou narrativas, todas as páginas da bíblia convergem para o Messias, sem o qual os melhores textos não poderão ser satisfatoriamente compreendidos.

Expondo o sermão
De ordem prática, no momento da pregação, deve o pregador ocupar-se de expor o texto bíblico. Não apenas pregar sobre a bíblia, mas sim pregar a própria bíblia. Deve ocupar-se de explicar o texto aos ouvintes, tornando-o claro e compreensível a todos os que o ouvem. O entendimento dos ouvintes é um fator primordial na exposição do texto bíblico. Logo após o cativeiro assírio-babilônico, todo povo se juntou para ouvir a mensagem da Lei de Deus que seria anunciada pelo sacerdote Esdras. Os ouvintes eram constituídos de homens e mulheres, todos que podiam entender a mensagem. Todo o povo ouviu atentamente, desde o raiar do dia até o meio dia. Esdras não apenas leu as Escrituras, mas também interpretou, e explicou-a ao povo, afim de que pudessem entender o que estava sendo lido. Senão, vejamos: “Assim, no primeiro dia do sétimo mês, o sacerdote Esdras trouxe a Lei diante da assembleia, que era constituída de homens e mulheres e de todos os que podiam entender. Ele a leu em alta voz desde o raiar da manhã até o meio-dia, de frente para a praça, em frente da porta das Águas, na presença dos homens, mulheres e de outros que podiam entender. E todo o povo ouvia com atenção a leitura do Livro da Lei. Leram o Livro da Lei de Deus, interpretando-o e explicando-o, a fim de que o povo entendesse o que estava sendo lido” (Neemias 8.2,3,8).
O entendimento bíblico não deve diferir entre um estudo bíblico, uma pregação ou um discipulado. Pela bíblia, vemos que o diácono Filipe corria para a carruagem, onde havia um eunuco lendo o livro do profeta Isaías. Filipe pergunta ao eunuco se estava entendendo. Logo, o Eunuco responde que, naquele momento, seria incapaz de entender O Livro, se alguém não explicasse. Filipe subiu na carruagem, explicou o texto, anunciou as boas novas de Jesus e o Eunuco foi batizado. Vejamos: “Então Filipe correu para a carruagem, ouviu o homem lendo o profeta Isaías e lhe perguntou: “O senhor entende o que está lendo?”. Ele respondeu: “Como posso entender se alguém não me explicar?”. Assim, convidou Filipe para subir e sentar-se ao seu lado. Então Filipe, começando com aquela passagem da Escritura, anunciou-lhe as boas novas de Jesus” (Atos 8.30,31,35).

Cuidados de ordem subjetiva do pregador
Deve o pregador não apenas se ater aos aspectos práticos e externos da preparação. É também de vital importância a vigilância das motivações que predominantemente o conduzem à tribuna. A teologia dos galardões nos ensina que todos os justos serão devidamente recompensados pelas obras que tiverem feito nesta vida. O material da obra de cada um será julgado. As obras com material aprovado são comparadas a ouro, prata e pedras preciosas. As obras com material reprovado, que sofrerão prejuízo, são comparadas a madeira, feno e palha (“E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo.” - 1 Co 3.12). Não é o tamanho da obra que importa. O que realmente importará no tribunal de Cristo para os galardões será a motivação que eliciou a realização de cada obra.
As Escrituras nos ensinam que o amor é mais valioso que todos os dons espirituais. Ainda que, alguém possua dons e possua muito conhecimento, sem amor, sua obra não teve valor algum (“Ainda que eu tenha o dom de profecia e saiba todos os mistérios e todo o conhecimento, e tenha uma fé capaz de mover montanhas, se não tiver amor, nada serei” (1 Coríntios 13.2). Portanto, seja na preparação ou no momento da pregação, devemos fazer tudo para a glória de Deus! (“Assim, quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus.” - 1 Coríntios 10.31). Vigiar nossas motivações. Fazemos para a glória de Deus, ou para o gozo de nossa mostração? A satisfação demasiada com o resultado de nosso trabalho não está resultando em soberba? Em que nível anda nosso amor por Deus, pela Sua Palavra e pelos perdidos? Da parte humana, cabe a vigilância em relação a cultivarmos as melhores motivações e expugnar as piores, com oração e contínua dependência ao Espírito Santo. E todo resultado positivo que advir de nossas pregações, o mérito deve-se ao poder imanente da Palavra de Deus. Nos esforçamos, lutamos, preparamos e pregamos, porém, ao final de tudo, reconhecemos que não foi mérito nosso. Todo bom resultado se deve somente à graça de Deus atuando em nós e através de nós.


Sobre o autor:
Davi Faria de Caires
Cristão protestante, casado, residente e natural de Campinas-SP, é membro da Igreja Batista Regular no Jd Liza (Campinas-SP). Músico formado pela Escola Livre de Música (UNICAMP), formado em Psicologia (PUCCAMP) e em Gestão de Recursos Humanos (UNIDERP); graduando em Teologia pela Faculdade Batista Teológica de Campinas (FTBC) e pelo Centro Universitário Filadélfia (UniFil). Psicólogo clínico com atuação em Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) e em Desenvolvimento Humano Organizacional (DHO) na Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). Criador do Grupo de Estudos Teologia com Propósito®Contato: davifariadecaires@gmail.com



Se você gostou deste artigo, está autorizado e incentivado a reproduzir e distribuir este material em qualquer formato, desde que informe o autor e cite a fonte. Não altere o conteúdo original e não o utilize para fins comerciais.


Pode um cristão viver amasiado?





Por Davi Faria de Caires*


Em nenhum lugar a bíblia declara explicitamente em que ponto Deus considera um casal oficialmente casados. Contudo, a ausência de formalização explícita do casamento torna as cerimônias civil dispensáveis na igreja? No meu entendimento, a obrigatoriedade do casamento civil e religioso para cristãos está pautado na tradição. Defendo que tradição é útil e necessária. Defendo também que o casamento civil e religioso deve ser praticado.

Vou comentar sobre o peso e necessidade de uma tradição. Há um peso indissociável da tradição que pesa sobre o culto, a liturgia, os costumes e a vida da cristandade e igreja local. Se por um lado, essa tradição não pode sobrepujar ou equivaler à escritura, como fazem os católicos romanos, por outro lado não é indissociável à igreja local. É consenso que na cristandade reformada de que nas escrituras existe razoável liberdade para questões práticas e doutrinárias periféricas. Dentro dos limites doutrinários fundamentais, vivemos um espaço para diferenças periféricas, que resulta em diversidade nas liturgias, práticas, tendo como exemplo visível disto a existência de denominações. Essas diferenças, contudo, não descaracterizam a igreja protestante. E isso também é consenso.

Essa tradição é necessária, por exemplo, para o teólogo, haja vista que sua teologia deve ser consolidada na práxis, e vice versa. Seu discurso deve ser exercido na vida, e é a vida dá sentido ao discurso, em relação recíproca e dialética. Fé e obras. Bíblia e igreja local. Teologia e tradição. A tradição não é dispensável, porque é a prova histórica da cristandade. Se não existisse, a bíblia seria apenas um livro teórico. Mas a historicidade da igreja, ao invés de competir com a bíblia, confirma-a. Os credos e confissões são fruto de uma tradição da igreja. É uma tradição, útil. Não é imutável, visto que pode ser modificado, contudo, fornece meios úteis para defesa do evangelho e combate de heresias históricas que renascem de tempos em tempos, a exemplo do arianismo e semi-pelagianismo, só para citar dois exemplos. Neste caso, tanto o Credo de Atanásio e o movimento da reforma, respectivamente, são tradições históricas que sobrepujaram estas heresias e continuam sendo úteis ainda hoje. Não dá para dissociar igreja e tradição. Visto que a igreja é histórica, e possui uma tradição.

Citei no início os pormenores de uma igreja local. A tradição se reflete em liturgia, usos, costumes, etc. O que fazer? Retirar todo resquício de tradição e criar uma comunidade independente, do 'zero', sem vieses, pautada somente na palavra? Impossível! Estaríamos a partir daí criando outra tradição, com finas raízes antigas que insistiriam em perspassar toda tentativa de ruptura com o passado. Roupas, corte de cabelo, vestimentas, usos e costumes, tipos de comida, cerimônias de casamento... São construtos históricos e regionais, com diferenças visíveis de acordo com o tempo e o local. Igrejas diferentes lidam com essas questões a partir de tradições em que se alicerçam e pelo entendimento que possuem das Escrituras. Em tudo isso, há a liberdade cristã que Paulo escreveu em 1 Coríntios 8 - 10. Ao falar de alimentos permitidos ou proibidos, ao invés de simplesmente dizer sim ou não, Paulo discorreu com maestria, enaltecendo a importância da ética, do amor e do altruísmo que precisam predominar na vida cristã.

O cumprimento dos votos de amor e fidelidade conjugal são mais importantes do que a cerimônia, mas não dispensa-a. Não há mandamento bíblico para casamento no civil e religioso, contudo, considerando o peso e a necessidade da tradição na cristandade, é saudável e importante que esse costume sejam praticado. Casamento civil e religioso não contrapõe à bíblia. Se o casamento civil e religioso não contrapõe a bíblia; se a tradição possui papel vital na igreja, e se a ausência desta causa escândalos, então defendo que o casamento civil e religioso deve sim, ser praticado por todo cristão. 


Sobre o autor:
Davi Faria de Caires
Cristão protestante, casado, residente e natural de Campinas-SP, é membro da Igreja Batista Regular no Jd Liza (Campinas-SP). Músico formado pela Escola Livre de Música (UNICAMP), formado em Psicologia (PUCCAMP) e em Gestão de Recursos Humanos (UNIDERP); graduando em Teologia pela Faculdade Batista Teológica de Campinas (FTBC) e pelo Centro Universitário Filadélfia (UniFil). Psicólogo clínico com atuação em Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) e em Desenvolvimento Humano Organizacional (DHO) na Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). Criador do Grupo de Estudos Teologia com Propósito®Contato: davifariadecaires@gmail.com



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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Como preparar um sermão expositivo?







Por Davi Faria de Caires*

Um sermão expositivo é a explicação da Escritura. É o sermão que externa, que mostra e expõe uma verdade contida em um determinado texto das Escrituras. A principal função do sermão expositivo é tornar claro o texto bíblico, explanar o texto e dizer exatamente o que o texto quer dizer. Pregação expositiva é pregar a Palavra de Deus, e não ‘sobre’ a palavra de Deus.  Pregação expositiva é pregação centrada na Bíblia. O foco, conteúdo, as ideias, as divisões e a aplicação do sermão devem ser centrados na passagem bíblica, e não nos critérios, pensamentos e opiniões do pregador.
O sermão expositivo é essencialmente bíblico. Sua divisão é feita de forma lógica e cronológica, para que o ouvinte acompanhe com clareza o raciocínio do pregador. A preocupação primordial que o pregador deve ter na elaboração de um sermão expositivo é a de explanar o texto, isto é, dizer exatamente aquilo que o texto quer dizer. Isto posto, vamos a um exemplo prático sobre como preparar um sermão expositivo.

Exemplo de Sermão Expositivo

Texto base: “Pois Esdras tinha decidido dedicar-se a estudar a Lei do Senhor e a praticá-la, e a ensinar os seus decretos e mandamentos aos israelitas”. Esdras 7.10

Tarefas:
1. Dividir o versículo;
2. Analisar cada palavra;
3. Explicar e aplicar o texto.

Tarefa 1 - Identificar e destacar as principais palavras chave do versículo:

“Pois [Esdras] tinha [decidido] [dedicar-se] a [estudar] a [Lei do Senhor] e a [praticá-la], e a [ensinar] os seus [decretos] e [mandamentos] aos [israelitas].”

Retirar as palavras escolhidas e enumerá-las na ordem:
A - Esdras
B - Decidido
C - Dedicar-se
D - Estudar
E - [Lei do Senhor] + [decretos] + [mandamentos] = aqui juntei 3 palavras que possuem o mesmo sentido
F - Praticá-la
G - Ensinar
H - Israelitas

Tarefa 2 - Explicar e aplicar todos os pontos do versículo:

A - [Esdras] - Significado do nome: Aquele que ajuda, Ajudador, Auxiliador. Esdras liderou o segundo grupo de retorno de israelitas que retornaram de Babilônia em 457 a.C. Descendente de Arão, o primeiro Sumo Sacerdote de Israel, Esdras era escriba (copista da lei de Moisés). Por ser escriba, ele tinha grande conhecimento da Lei de Moisés (ler Esdras 7.6 – “Este Esdras subiu de Babilônia; e era escriba hábil na lei de Moisés, que o SENHOR Deus de Israel tinha dado; e, segundo a mão do SENHOR seu Deus, que estava sobre ele, o rei lhe deu tudo quanto lhe pedira.”).

B - [decidido] – Esdras decidiu obedecer a Deus e à sua Palavra. Todos nós podemos fazer o mesmo. Apesar de nossa inclinação natural para o pecado, de certa forma temos a capacidade de firmar em nosso coração a decisão de seguir à Cristo e à sua Palavra. Conforme disse o salmista: "ESCOLHI o caminho da fidelidade; DECIDI seguir as tuas ordenanças" (Salmos 119.30), e mais adiante, ele diz: "Obedecerei constantemente à tua lei, para todo o sempre" (Salmos 119.44). Destaque: atitude do salmista, escolha e decisão.

C - [dedicar-se] – Esdras não apenas estudou, praticou e ensinou a Palavra de Deus. Mas ele se dedicou a tudo isso. Àquele que prega ou ensina a Palavra de Deus, deve se dedicar muito! (Leia Romanos 12.7: “Se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino;). Não podemos fazer a obra do Senhor de modo negligente, ou relaxadamente (Ler Jeremias 48.10: “Maldito aquele que fizer a obra do SENHOR fraudulosamente”).

D - [estudar] – Esdras estudava a Lei. A bíblia ensina que o crente deve estudar, meditar e examinar as Escrituras. Não apenas ler, de modo superficial. Deus exortando a Josué, disse: "Não deixe de falar as palavras deste Livro da Lei e de meditar nelas de dia e de noite, para que você cumpra fielmente tudo o que nele está escrito. Só então os seus caminhos prosperarão e você será bem sucedido." (Josué 1.8)

E - [Lei do Senhor] + [decretos] + [mandamentos] = Escrituras
A Bíblia é a Palavra de Deus, que aponta verdadeira condição do homem e o caminho da salvação. Suas doutrinas são santas, seus preceitos são justos, suas histórias são verdadeiras e suas decisões são imutáveis. É o mapa do viajante, o cajado do peregrino, a bússola do piloto, a espada do soldado e o guia do cristão. Deve encher a mente, governar o coração e guiar os pés. Devemos lê-la lenta e freqüentemente e em oração. É uma mina de riqueza, um paraíso de glória e um rio de prazer. Disse o salmista: "Ensina-me, Senhor, o caminho dos teus decretos, e a eles obedecerei até o fim. Dá-me entendimento, para que eu guarde a tua LEI e a ela obedeça de todo o coração. Dirige-me pelo caminho dos teus mandamentos, pois nele encontro satisfação." (Salmos 119.33-35)

F -[praticá-la] – Disse o pregador D.L. Moody: “A bíblia não foi dada para aumentar nosso conhecimento, mas para mudar nossas vidas”.  Devemos ser praticantes da Palavra, e não apenas ouvintes (Tiago 1.22).

G- [ensinar] – A grande comissão (leia Mateus 28.19,20) envolve: ir, fazer discípulos, batizar e ensinar a Palavra de Deus. Essa é a principal tarefa da Igreja. Se essa não for a prioridade, estamos falhando. Mas não basta ir. Não basta batizar. A tarefa deve ser completa. Também é necessário ensinar as Escrituras.

H -[israelitas] – Esdras ensinou aos israelitas (Leia Gênesis 35.10-11). Israel é o povo que Deus escolheu para dele trazer o salvador ao mundo. A aliança de Deus com Israel não foi quebrada. Deus mantém sua aliança. Contudo, como gentios (não judeus), a igreja foi enxertada, e através de Cristo, descendente da linhagem de Davi, temos Salvação. (leia Romanos 11.17-18 e Romanos 11.1).


RESUMO - Exemplos de APLICAÇÃO PRÁTICA em cada ponto:

A - Esdras - todo crente é chamado para sermos cooperadores, auxiliadores e ajudadores da obra;
B - Decidido - como cooperadores, todo crente devemos ser decididos, convictos e resolutos;
C - Dedicar-se - exortação ao zelo e à dedicação;
D - Estudar - exortação ao estudo da Palavra de Deus;
E - [Lei do Senhor] + [decretos] + [mandamentos] = ressaltar a importância da Palavra de Deus para nossos dias;
F - Praticá-la - ressaltar a necessidade de praticar a Palavra de Deus;
G - Ensinar - estimular a reflexão sobre a necessidade de fazer missões;
H - Israelitas - ensinar sobre o Deus que cumpre aliança. Tal como a aliança com Israel está de pé até hoje, Ele permanece fiel com sua Igreja e com cada um de nós.


            Neste esboço acima vimos um exemplo de preparação e desenvolvimento de um sermão expositivo. As partes de cada um dos pontos devem ser dissecadas com cuidado, visto a riqueza de detalhes que cada texto bíblico encerra. Para esse meticuloso trabalho de preparo de sermões expositivos, é importante não fugir do texto. Fique nele. Explique-o. Não seja meramente teórico. Seja prático na aplicação da passagem escolhida. Estude bem o texto, cada palavra, cada frase. Não seja superficial. Tenha conhecimento pleno do texto que se pretende expor no sermão. Cultive a leitura sistemática e completa da bíblia. Todo texto bíblico deve ser interpretado em consonância com a Bíblia, pois a bíblia deve ser interpretada como uma unidade, e não somente a partir de textos isolados.


Obras consultadas
CABRAL, Elienai. Homilética: falando de Deus aos homens. EETAD: Campinas, 2006
LOPES, Hernandes Dias. Pregação Expositiva. São Paulo: Hagnos, 2008



Sobre o autor:
EDITORES:
Davi Faria de Caires
Cristão protestante, casado, residente e natural de Campinas-SP, é membro da Igreja Batista Regular no Jd Liza (Campinas-SP). Músico formado pela Escola Livre de Música (UNICAMP), formado em Psicologia (PUCCAMP) e em Gestão de Recursos Humanos (UNIDERP); graduando em Teologia pela Faculdade Batista Teológica de Campinas (FTBC) e pelo Centro Universitário Filadélfia (UniFil). Psicólogo clínico com atuação em Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) e em Desenvolvimento Humano Organizacional (DHO) na Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). Criador do Grupo de Estudos Teologia com Propósito®Contato: davifariadecaires@gmail.com




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Tipos de Sermão






Por Davi Faria de Caires*

Há basicamente três tipos de sermões. Os mais comuns são o temático, o textual e o expositivo.

Sermão temático
O Sermão temático é um sermão mais livre. Estabelece-se um tema (uma frase), um texto base e dois, três ou quatro pontos para o desenvolvimento da mensagem (início, meio e fim). De modo geral, três pontos é um bom número. Mas pode ser mais ou menos, de acordo com a mensagem.

Exemplo de sermão temático:
Tema: O Poder do Evangelho
Texto base: Romanos 1.16
1º Ponto principal: O EVANGELHO LIBERTA
2º Ponto principal: O EVANGELHO TRANSFORMA
3º Ponto principal: O EVANGELHO CURA


Sermão textual
O sermão textual é parecido com o sermão temático, porém a divisão dos pontos necessariamente deve obedecer a passagem bíblica que estiver sendo utilizada.

Exemplo de sermão textual:

Tema: Jesus visita um pecador
Texto base: Lucas 19.1-10
Divisão:
I- Foi uma visita inesperada (vv. 1-6)
II- Foi uma visita transformadora (v. 8)
III- Foi uma visita salvadora (vv. 9,10)


Sermão expositivo
Um sermão expositivo é a explicação da Escritura. É o sermão que externa, que mostra e expõe uma verdade contida em um determinado texto das Escrituras. A principal função do sermão expositivo é tornar claro o texto bíblico, explanar o texto e dizer exatamente o que o texto quer dizer. Pregação expositiva é pregar a Palavra de Deus, e não ‘sobre’ a palavra de Deus.  Pregação expositiva é pregação centrada na Bíblia. O foco, conteúdo, as ideias, as divisões e a aplicação do sermão devem ser centrados na passagem bíblica, e não nos critérios, pensamentos e opiniões do pregador.

Exemplo bíblico de sermão expositivo:

"todo o povo juntou-se como se fosse um só homem na praça, em frente da porta das Águas. Pediram ao escriba Esdras que trouxesse o Livro da Lei de Moisés, que o Senhor dera a Israel. Os levitas Jesua, Bani, Serebias, Jamim, Acube, Sabetai, Hodias, Maaséias, Quelita, Azarias, Jozabade, Hanã e Pelaías, instruíram o povo na Lei, e todos permaneciam ali. Leram o Livro da Lei de Deus, [interpretando-o] e [explicando-o], a fim de que o povo [entendesse] o que estava sendo lido." - Neemias 8.1,3,7-8

Em Neemias temos um exemplo de sermão expositivo sendo colocado na prática. Interpretação, explicação e entendimento são os pontos chaves de um sermão expositivo, conforme vimos em destaque no texto bíblico supracitado.
A despeito das vantagens reconhecidas, este método é pouco usado porque é o que mais exige do pregador. Cada palavra do texto escolhido deve ser explicada. Não basta pregar a passagem escolhida. Deve-se antes conhecer o contexto da passagem, o livro, o autor, seus propósitos. E também todos os pontos devem estar evidentemente em harmonia com o restante das Escrituras. A pregação expositiva dá ao pregador a liberdade de ser fiel em vez de ser bem sucedido. A pregação expositiva tem o compromisso de explicar a Palavra de Deus. Este foi o estilo mais frequentemente empregado pelos profetas, Jesus, apóstolos, reformadores e os pregadores mais conhecidos da História (Lutero, Calvino, Charles Spurgeon, DL Moody, entre outros).


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Obras consultadas:
CABRAL, Elienai. Homilética: falando de Deus aos homens. EETAD: Campinas, 2006

LOPES, Hernandes Dias. Pregação Expositiva. São Paulo: Hagnos, 2008



Sobre o autor:
Davi Faria de Caires
Cristão protestante, casado, residente e natural de Campinas-SP, é membro da Igreja Batista Regular no Jd Liza (Campinas-SP). Músico formado pela Escola Livre de Música (UNICAMP), formado em Psicologia (PUCCAMP) e em Gestão de Recursos Humanos (UNIDERP); graduando em Teologia pela Faculdade Batista Teológica de Campinas (FTBC) e pelo Centro Universitário Filadélfia (UniFil). Psicólogo clínico com atuação em Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) e em Desenvolvimento Humano Organizacional (DHO) na Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). Criador do Grupo de Estudos Teologia com Propósito®Contato: davifariadecaires@gmail.com



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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

O que é a Grande Tribulação?




Por Davi Faria de Caires*


         Após o arrebatamento da igreja, sucederá na terra um estado de sofrimento e horror, conhecido como Grande Tribulação, assunto que ocupa treze capítulos do livro de Apocalipse (Ap 6 - 18). Neste tempo, caracterizado por juízo divino, Deus derramará o cálice de sua ira sobre todos aqueles que escolheram viver na prática do pecado e rejeitaram o sacrifício do Filho de Deus. Esse assunto, apesar de muito terrível, deve despertar em nós o temor. Não o temor do porvir, mas sim o temor e o tremor ao Senhor, que é o princípio da sabedoria (Pv 9.10)

É bem verdade que Satanás jamais conseguirá ser igual a Deus, porém desde o princípio, ele tenta imitá-lo. E essa frustração faz dele um imitador das obras divinas, porém com intenções más. Pelas Escrituras, sabemos nós que no início da Grande Tribulação, Satanás formará uma tríade, a sua falsa trindade, constituída pelo Dragão, pelo Anticristo e pelo Falso Profeta, que neste período de sete anos, tomarão posse temporariamente da Terra. De acordo com 2 Tessalonicenses 2.3-10, é o Espírito Santo quem impede que o anticristo se manifeste antes do tempo. Quando o anticristo surgir, o Espírito Santo será retirado como restritor do pecado, e o pecado terá livre curso. Porém, a operação de salvação dos pecadores continuará acontecendo por obra do Espírito Santo.

O início da carreira do Anticristo será algo insignificante. Daniel relata esse aparecimento inicial como um chifre pequeno (Dn 7.8). Mas logo depois, o anticristo derrubará três reis, ocupará três países e prosseguirá em crescimento de força e poder, tornando-se governante de uma confederação de dez países (Dn 7.24). O anticristo (a besta de Apocalipse 13.1-8) será um líder político, um ditador mundial. O falso profeta será seu ministro de cultos, que estará à frente da igreja mundial de Satanás, a falsa igreja, que se projetará através da unificação de todas as religiões.

No primeiro período da Grande Tribulação, duas testemunhas surgirão para pregarem. A bíblia não diz quem serão essas testemunhas, mas a suspeita é que sejam Enoque e Elias. Estes dois homens são os únicos do Antigo Testamento que foram trasladados e não provaram a morte física. Essas duas testemunhas morrerão no início do segundo período da grande tribulação, e depois ressuscitarão à vista de todos e finalmente ascenderão ao céu (Ap 11.3-12).

O juízo de Deus será derramado em toda a terra, simbolizados por sete selos, sete trombetas e sete taças. Os quatro primeiros selos são representados por quatro cavalos: branco, vermelho, preto e amarelo. O cavalo branco representa o surgimento do anticristo. O cavalo vermelho representa o surgimento de muitas guerras. Em virtude das guerras, haverá muita fome (cavalo preto). E em decorrência de guerras e fomes, um quarto da população mundial será exterminada. Essa mortandade é representada pelo cavalo amarelo (Ap 6.2-8).  Apesar de tão grande calamidade, esses quatro selos são apenas o início das dores, pois ainda restam o quinto, o sexto e o sétimo selos; as sete trombetas e as sete taças. Haverá muitos mártires neste tempo (quinto selo). O sexto selo (Ap 6.12,13) indica que haverá grande tremor de terra, escurecimento do sol e mudança de aspecto da lua, tornando-se como o sangue. Essas catástrofes físicas encerram a primeira parte da grande tribulação. A segunda parte da grande tribulação inicia-se com o sétimo selo (Ap 8.1-5), e está relacionado a novas catástrofes na terra e comoções no céu físico.

As sete trombetas estão descritas nos capítulos 8 e 9 do Apocalipse. Ao analisarmos o texto bíblico, veremos que um terço da vegetação será destruído com saraivada, fogo e sangue que cairão sobre a terra (primeira trombeta). Um terço da vida marinha e das embarcações será destruído com a queda de algo grande como uma montanha caindo no mar (segunda trombeta). Rios e fontes serão contaminados, e um terço de toda a água da terra será poluído (terceira trombeta). Haverá muita escuridão na terra, pois um terço do brilho do sol, da lua e das estrelas desaparecerá (quarta trombeta). A terra será invadida por demônios em forma de gafanhotos gigantes, e os habitantes da terra serão atormentados por cinco meses (quinta trombeta). A terra será invadida por duzentos milhões de seres infernais, comandados por quatro anjos caídos. Nesta ocasião, um terço da população da terra será exterminada (sexta trombeta). A sétima e última trombeta introduz os últimos e mais severos juízos de Deus, sob as sete taças.

As sete taças da ira de Deus estão descritas nos capítulos 15 e 16 de Apocalipse. Serão flagelos e catástrofes em escala mundial e de efeitos destruidores jamais conhecidos. Os adoradores da besta serão acometidos por muitas chagas malignas (primeira taça). O mar se tornará em sangue, e por tornar-se completamente contaminado, toda vida marinha desaparecerá (segunda taça). Os rios e fontes de água doce também serão contaminados (terceira taça). Haverá aumento de temperatura do sol, queimando os homens (quarta taça). Haverá muitas blasfêmias na maior parte da humanidade, e por não se arrependerem, serão acometidos de muitas trevas e morderão suas línguas de dor (quinta taça). Hostes demoníacas dominarão os homens, levando exércitos de guerra a se concentrarem em Israel com o intuito de destruírem Jerusalém e o próprio Deus (sexta taça). Espetaculares mudanças ocorrerão na superfície da terra através de um terremoto mundial, destruindo cidades, aplainando montanhas e alterando todo o contorno dos mares. Toda geografia do planeta será alterada (sétima taça).

No início da Grande Tribulação, Israel gozará de privilégios e se fortalecerá, a ponto de o Anticristo fazer pacto com ela. Os sacrifícios em Israel serão retomados, e após três anos e meio, o anticristo anulará o pacto e começará a perseguir os judeus. Dentre as doze tribos, haverão cento e quarenta e quatro mil judeus que serão salvos e testemunharão em toda a terra: “E ouvi o número dos assinalados, e eram cento e quarenta e quatro mil assinalados, de todas as tribos dos filhos de Israel (Ap 7.4).” Mais adiante, esses cento e quarenta e quatro mil judeus serão martirizados, como dá a entender Apocalipse 14.1-3. Os judeus lutarão desesperadamente. Israel será quase destruída. Será muito grande a mortandade em Israel (Zc 13.8). Quando não houver mais esperança de salvação para os judeus, eles clamarão a Deus, e nesse momento Jesus descerá visivelmente sobre o monte das Oliveiras para prender Satanás por mil anos e instaurar o Seu Reino milenial. No momento em que Jesus tocar o Monte das Oliveiras este se dividirá o meio, produzindo um grande vale, e toda Jerusalém se tornará uma planície. O Mar Morto, onde atualmente não há vida, será um viveiro de peixes. Com a vinda visível de Jesus sobre o monte das Oliveiras, finda-se, então, o período da Grande Tribulação.



Obras Consultadas

ANDRADE, Claudionor Corrêa de.  Vem o fim, o fim vem: a doutrina das últimas coisas. Revista Lições Bíblicas, CPAD, 4º Trimestre de 2004.

CABRAL, Elienai.  Escatologia: o estudo das últimas coisas. Revista Lições Bíblicas, CPAD, 3º Trimestre de 1998.

RENOVATO, Elinaldo. O final de todas as coisas. Rio de Janeiro: CPAD, 2015

RENOVATO, Elinaldo. Escatologia. Revista Lições Bíblicas. Rio de Janeiro: CPAD, 1º Trimestre de 2016

SILVA, Antônio Gilberto da. Daniel e Apocalipse: o panorama do futuro. Campinas: EETAD, 2008.

ZIBORDI, Ciro Sanches. Erros escatológicos que os pregadores devem evitar. Rio de Janeiro: CPAD, 2012



Sobre o autor:
Davi Faria de Caires
Cristão protestante, casado, residente e natural de Campinas-SP, é membro da Igreja Batista Regular no Jd Liza (Campinas-SP). Músico formado pela Escola Livre de Música (UNICAMP), formado em Psicologia (PUCCAMP) e em Gestão de Recursos Humanos (UNIDERP); graduando em Teologia pela Faculdade Batista Teológica de Campinas (FTBC) e pelo Centro Universitário Filadélfia (UniFil). Psicólogo clínico com atuação em Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) e em Desenvolvimento Humano Organizacional (DHO) na Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). Criador do Grupo de Estudos Teologia com Propósito®Contato: davifariadecaires@gmail.com



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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

A justiça e o amor de Deus




Por Davi Faria de Caires*


"Porque Deus tanto amou o mundo que deu seu filho unigênito para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna" - João 3.16


Deus nos ama tanto que, entre todas as coisas que foram criadas, o homem é a única criatura que foi feita à imagem e semelhança de Deus. Os anjos, com todo poder e capacidade que possuem, não foram feitos à imagem de Deus. O Arcanjo Miguel, com toda a importância que possui não foi feito à imagem de Deus. As estrelas do universo, com toda a grandeza que possuem não foram feitos à imagem de Deus. Somos a única criatura feita à imagem de Deus. Conforme Gênesis 1.27 "Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou, homem e mulher os criou". Deus é trino: Pai, Filho e Espírito Santo. Nós, como sua imagem e semelhança também somos trinos: espírito, alma e corpo.
Ele não apenas nos ama, mas ele também ama a si mesmo! Temos isso em 2 Reis 19.34: “Eu a defenderei e a salvarei, por amor de mim mesmo e do meu servo Davi’ ”. Neste contexto, Senaqueribe, rei da Assíria desafia o povo de Israel e insulta a Deus. O Rei Ezequias humilha-se perante Deus e ora pedindo proteção a Deus. Através do profeta Isaías Deus promete a salvação ao povo, não for amor ao povo, mas sim por amor d’Ele mesmo.
A bíblia é clara: Cristo veio para conquistar a nossa salvação por causa do amor fiel (ou misericórdia) de Deus e da sua justiça.  Amor de Deus é realçado em João 3.16: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. A justiça de Deus é reafirmada quando Paulo escreve que Deus ofereceu Jesus como “uma propiciação” (Romanos 3.25), isto é, um sacrifício que leva a ira de Deus para que, assim, Deus olhe de modo favorável para nós. Paulo diz que isso foi feito para demonstração de sua justiça e também “para que ele seja justo”. Vejamos: “Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus, para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus” (Romanos 3.25,26). Em outras palavras, os pecados que Deus deixou de punir anteriormente ou não puniu antes de Cristo vir à terra tinham de ser punidos de alguma forma se Deus quisesse ser justo. Portanto, alguém teria de sofrer o castigo por aqueles pecados, e esse alguém foi Jesus. Na vida e morte de Jesus, encontramos a expressão completa da justiça de Deus (o pecado é punido) e do amor fiel (Deus deu o seu próprio Filho para levar o castigo).
Então hoje Deus nos ama por causa de sacrifício de Cristo. Antes de olhar para nós, ele olha para o sacrifício do seu filho amado. Vemos aí o cumprimento da promessa feita no início dos tempos em Gênesis 3.15: "Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua descendência e o descendente dela; este lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar”. João 3.16, portanto, é o cumprimento de Gênesis 3.15. O homem falhou; o homem falha, mas junto com a queda veio a promessa de salvação em Jesus Cristo. E assim o fez por sua bendita justiça e por seu inefável amor.



Sobre o autor:
Davi Faria de Caires
Cristão protestante, casado, residente e natural de Campinas-SP, é membro da Igreja Batista Regular no Jd Liza (Campinas-SP). Músico formado pela Escola Livre de Música (UNICAMP), formado em Psicologia (PUCCAMP) e em Gestão de Recursos Humanos (UNIDERP); graduando em Teologia pela Faculdade Batista Teológica de Campinas (FTBC) e pelo Centro Universitário Filadélfia (UniFil). Psicólogo clínico com atuação em Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) e em Desenvolvimento Humano Organizacional (DHO) na Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). Criador do Grupo de Estudos Teologia com Propósito®Contato: davifariadecaires@gmail.com


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