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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Continuísmo versus Cessacionismo: qual das visões está correta? [PARTE 3]





Transcrição do debate entre os teólogos Renato Oliveira Pimentel e Cleuberth Lima, sob o tema: "Continuísmo versus Cessacionismo", ocorrido dia 29 de Janeiro de 2017 no Grupo de Estudos “Teologia com Propósito”.


         Veja abaixo a posição de cada teólogo neste tema:


Renato Oliveira Pimentel:
“Eu pretendo defender a doutrina continuísta, visto que não existe em lugar nenhum das escrituras sagradas algo que diz o contrário a isso.”


Cleuberth Lima:
“Neste debate, irei defender o cessacionismo por acreditar que tal sistema teológico interpretativo é coerente que os textos bíblicos que tratam dos dons carismáticos.”


Confira abaixo o desenvolvimento da terceira (e última) parte deste debate, a partir das considerações finais de cada teólogo sobre o tema.

Para ler a primeira parte deste debate, clique aqui.

Para ler a segunda parte deste debate, clique aqui.


CONSIDERAÇÕES FINAIS DE CLEUBERTH LIMA:
Como homens que dedicaram suas vidas a Deus no transcorrer da história do cristianismo compreenderam a questão dos dons espirituais em seus respectivos tempos?

1. João Crisóstomo (344–407)

A passagem inteira (falando sobre 1 Coríntios 12) é muito obscura, mas a obscuridade é produzida por nossa ignorância dos fatos referidos e por sua cessação, fatos que ocorriam, mas agora não tem mais lugar. (Fonte: João Crisóstomo, Homilias em I Coríntios, 36.7 Crisóstomo está comentando 1 Co. 12:1-2 como introdução ao capítulo inteiro. Citado de 1-2 Coríntios in: Ancient Christian Commentary Series, 146.).

2. Agostinho (354-430)

Nos tempos antigos o Espírito Santo veio sobre os crentes e eles falaram em línguas que não haviam aprendido, conforme o Espírito concediam que falassem. Estes foram sinais adaptados ao tempo. Pois aquilo foi o sinal do Espírito Santo em todas as línguas [idiomas] para mostrar que o Evangelho de Deus era para ser espalhado a todas as línguas sobre a terra.  Isto foi feito por um sinal, e o sinal findou. (Fonte: Agostinho. Homilias sobre a Primeira Epístola de João, 6.10. Cf. Schaff, NPNF, First Series, 7:497-98).

3. Teodoreto de Ciro (393-466)

Em tempos antigos, aqueles que aceitaram a divina pregação e que foram batizados para a sua salvação, receberam sinais visíveis da graça do Espírito Santo trabalhando neles. Alguns falaram em línguas que eles não sabiam e que ninguém lhes havia ensinado, enquanto outros realizaram milagres ou profetizaram.  Os coríntios também fizeram essas coisas, mas não usaram os dons como deveriam ter usado. Eles estavam mais interessados em se mostrar do que em usar os dons para a edificação da igreja... Mesmo no nosso tempo a graça é dada para aqueles que são julgados dignos do santo batismo, mas não pode assumir a mesma forma que possuía naqueles dias. (Fonte: Teodoreto de Ciro. Comentário sobra a primeira epístola aos Coríntios, 240, 43; em referência à 1Co 12:1,7.  Citado de 1-2 Coríntios, ACCS, 117).

4. Martinho Lutero (1483-1546)

Na Igreja primitiva, o Espírito Santo foi enviado de forma visível.  Ele desceu sobre Cristo na forma de uma pomba (Mt. 3:16), e à semelhança de fogo sobre os apóstolos e outros crentes.  (Atos 2:3) Esse derramamento visível do Espírito Santo foi necessário para o estabelecimento da Igreja primitiva, como também foram necessários os milagres que acompanharam o dom do Espírito Santo. Paulo explicou o propósito destes dons miraculosos do Espírito em I Coríntios 14:22, “as línguas são um sinal, não para os que crêem, mas para os que não crêem”.  Uma vez que a Igreja tinha sido estabelecida e devidamente anunciada por estes milagres, a aparência visível do Espírito Santo cessou. (Fonte: Martinho Lutero, traduzido por Theodore Graebner [Grand Rapids, Michigan: Zondervan, 1949], pp  150-172. A respeito do comentário de Lutero sobre Gálatas 4:6.).

5. João Calvino (1509-1564)

Embora Cristo não declare expressamente se Ele pretende que esse dom [de milagres] seja temporário ou permaneça perpetuamente na Igreja, é mais provável que os milagres tenham sido prometidos apenas por um tempo, para dar brilho ao evangelho enquanto ele era novo ou em estado de obscuridade. (Fonte: João Calvino, Comentário sobre os Evangelhos Sinóticos, III:389.).

O dom de cura, como o resto dos milagres, os quais o Senhor quis que fossem trazidos à luz por um tempo, desapareceu, a fim de tornar a pregação do Evangelho maravilhosa para sempre. (Fonte: João Calvino, Institutas da Religião Cristã, IV: 19, 18.).

6. John Owen (1616-1683)

Dons que em sua própria natureza excederam completamente o poder de todas as nossas habilidades, essa dispensação do Espírito há muito cessou e onde ela agora é simulada por alguém, pode ser justamente presumida como um delírio entusiasmado. (Fonte: John Owen, Obras, IV:518.).

7. Thomas Watson (1620-1686)

Claro, há tanta necessidade de ordenação hoje como no tempo de Cristo e no tempo dos apóstolos, quando então havia dons extraordinários na igreja, os quais agora cessaram. (Fonte: Thomas Watson, As Bem-Aventuranças, 140.).

8. Mattew Henry (1662-1714)

O que eram esses dons nos é largamente dito no corpo do capítulo [1 Coríntios 12], ou seja, ofícios e poderes extraordinários, concedidos a ministros e cristãos nos primeiros séculos, para a convicção dos descrentes, e propagação do evangelho. (Fonte: Mattew Henry, Comentário Completo, em referência a 1 Coríntios 12).

O dom de línguas foi um novo produto do espírito de profecia e dado por uma razão particular, retirar o judeu e demonstrar que todas as nações podem ser conduzidas à igreja. Estes e outros sinais da profecia, começaram como sinais, e há muito cessaram e foram deixados para trás, e nós não temos nenhum incentivo para esperar um avivamento deles; mas, pelo contrário, somos direcionados para o chamado das Escrituras a mais certa palavra de profecia, mais certa que vozes dos céus, e ela nos orienta a tomar cuidado, a busca-la e se firmar nela. (Fonte: Mattew Henry, Prefácio ao Vol IV de sua Exposição do At e NT, vii.).

9. John Gill (1697-1771)

Agora esses dons foram concedidos comumente, pelo Espírito, aos apóstolos, profetas e pastores, ou anciãos da igreja, naqueles primeiros tempos: a cópia de Alexandria, e a versão Latina da Vulgata, dizem, “por um só Espírito”. (Fonte: Comentário de John Gill de 1 Coríntios 12:9).

Não; quando estes dons estavam presentes, nem todos os possuíam.  Quando a unção com óleo, a fim de curar o doente, estava em uso, ela só foi executada pelos anciãos da igreja, e não pelos seus membros comuns, que deveriam buscar o doente nesta ocasião. (Fonte: Comentário de John Gill de 1 Coríntios 12:30.).

10. Jonathan Edwards (1703-1758)

Nos dias de sua [Jesus] encarnação, os seus discípulos tinham uma medida dos dons miraculosos do Espírito, sendo habilitados desta forma para ensinar e fazer milagres.  Mas, depois da ressurreição e ascensão, ocorreu o mais completo e notável derramamento do Espírito em seus dons milagrosos que já existiu, começando com o dia de Pentecostes, depois da ressureição Cristo e Sua ascensão ao céu.  E, em consequência disto, não somente aqui e ali uma pessoa extraordinária era dotada de dons extraordinários, mas eles eram comuns na igreja, e assim continuou durante a vida dos apóstolos, ou até a morte do último deles, mesmo o apóstolo João, que viveu por cerca de cem anos desde nascimento de Cristo, de modo que os primeiros cem anos da era cristã, ou o primeiro século, foi a era dos milagres.

Mas, logo após a finalização do cânon da Escritura quando o apóstolo João escreveu o livro do Apocalipse, não muito antes de sua morte, os dons miraculosos tiveram seu fim na igreja. Pois, agora, a revelação escrita da mente e da vontade de Deus estava completa e estabelecida. Revelação na qual Deus havia perfeitamente gravado uma regra permanente e totalmente suficiente para Sua igreja em todas as eras.  Com a igreja e a nação judaica derrotadas, e a igreja cristã e a última dispensação da igreja de Deus estabelecidas, os dons miraculosos do Espírito já não eram mais necessários e, portanto, eles cessaram; pois embora eles tenham continuado na igreja por tantas eras, eles se extinguiram, e Deus fez com que fossem extintos porque já não havia ocasião favorável a eles.  E assim foi cumprido o que está dito no texto: “Havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; Havendo ciência, desaparecerá”.  E agora parece ser o fim para todos os frutos do Espírito tais como estes, e não temos mais razão de esperar que voltem. (Fonte: Jonathan Edwards, sermão intitulado “O Espírito Santo deve ser comunicado ao Santos para sempre, In na graça da caridade, ou amor divino”, em 1 Coríntios 13:8).

Os dons extraordinários foram dados para a fundação e o estabelecimento da igreja no mundo. Mas, depois que o cânon das Escrituras foi concluído e a igreja cristã foi plenamente fundada e estabelecida, os dons extraordinários cessaram. (Fonte: Jonathan Edwards, Caridade e seus frutos, 29.).

Senhoras e senhores do grupo Teologia Propósito, sinto-me imensamente honrado pelo convite para protagonizar ao lado do amável amigo e irmão Renato, mais um debate teológico neste grupo.

Como é sabido de todos, em apenas duas horas não é nada possível realizarmos uma discussão minuciosa com citação de teóricos e passagens da bíblia relacionadas ao assunto, com coerência interpretativa.

Outrossim, quanto ao tema, preciso deixar claro que cessacionistas ACREDITAM que Deus tem o poder e, querendo, pode realizar milagres em nossos dias. Não há nada que possa impedi-lo.

Concluo agradecendo a atitude amistosa do Renato durante a interação do começo ao fim. Parabéns! Parabéns também ao moderador pela direção inteligente, sensata e imparcial.

Obrigado!


CONSIDERAÇÕES FINAIS DE RENATO OLIVEIRA PIMENTEL:

Concordo Cleuberth, o tempo foi curto, mas espero podermos protagonizar outros [debates] com maior tempo. Agradeço a oportunidade de estar aqui no TP mais uma vez debatendo com um debatedor de tão alto nível como Cleuberth, e a todos que acompanharam educadamente, respeitando as regras do debate e dando atenção as nossas humildes opiniões sobre a bíblia que é viva.

Quero expressar um último sentimento acerca do continuísmo que é o que acredito...

Quando se diz respeito à profecia de Joel, eu não me lembro, no dia de pentecostes, do Sol ficando escuro e a lua tendo cor de sangue, nem me lembro de alguém sonhando e tendo visões naquele dia. Sangue, fogo e colunas de fumaças, também não estão na minha memória sobre os relatos daquele dia.

E alguém dirá: Mas provavelmente, aconteceram nos dias que se seguiram. E é exatamente aí que mora a questão!

A profecia não se referia apenas àquele dia em específico, mas a uma sequência de dias que começariam a partir dali. Isso nos faz pensar no seguinte: Onde está escrito quantos dias durou ou durariam os fatos descritos naquela profecia? Em lugar nenhum!

Assim como criam os pais da igreja, que declararam:


"Entre nós, com efeito, até o presente momento, existem carismas proféticos" (Justino de Roma - 100/165 d.C.)

"Deus conferiu do alto a graça e o dom divino da profecia e os homens que o "recebem" falam onde e como ele quer" (Irineu de lyon 130/212 d.C.)

"Ainda ouvimos muitos irmãos na igreja que possuem carismas proféticos e que pelo Espírito falam em línguas, revelam as coisas escondidas dos homens para sua utilidade e expondo os mistérios de Deus" (Irineu de lyon)

"Foi dito em uma visão (que ele teve): Peça e receberá!" (Cipriano de Cartago 200/258 d.C.)

"Esse Deus, ordena e arranja quaisquer outros dons que existam dos carismas e assim faz a igreja do Senhor em toda parte e em tudo é aperfeiçoada e completa" (novaciano de roma 210/280 d.C.)

"Nós conhecemos Bispos que operam maravilhas, assim como monges que não o fazem" (Atenás de Alexandria 296/373 a.C.)


St. Agostinho Diz que sua mãe teve um sonho e nesse sonho viu que ele era convertido e ainda diz que ouvia uma voz que o dizia "Toma e lê!" e ele leu o texto de romanos e se converteu. Ele afirma o seguinte: "E eu permanecia naquela fé que tantos anos antes havia sonhado a minha mãe".

"Paulo chama profetas, não a qualquer intérprete da vontade divina, mas aos que recebiam alguma revelação particular. Hoje, tais profetas não existem OU são menos visíveis". (João Calvino)

"Não excluo o dom de profecia preditiva, desde que ela esteja conectada ao dom de ensino" (João Calvino)

Charles Spurgeon, no meio do culto, interrompe a liturgia e diz a um jovem: "Meu jovem, essas luvas que você está usando, não foram compradas, você a roubou de seu patrão". Posteriormente, o fato foi conferido e confirmado.

Mostrando para nós que o ensino continuísta rompeu as barreiras do século e nos dando o exemplo a seguir.

"Os Dons serão dados aos que creem" (Mc. 16:17).

Shalom Ha'Shem!



Sobre os debatedores:
Cleuberth Lima
Maranhense, 35 anos, residente em Icatu-MA, acadêmico de Direito, Pedagogo e Bacharel em Teologia.


Renato de Oliveira Pimentel
Casado, 23 anos, Técnico em Informática, Bacharel em Teologia pela Faculdade Betesda e Pastor local na Igreja Assembleia de Deus em Nanuque - MG.


Se você gostou deste artigo, está autorizado a reproduzir e distribuir este material em qualquer formato, desde que informe os autores e cite a fonte. Não altere o conteúdo original e não o utilize para fins comerciais.



sábado, 4 de fevereiro de 2017

Continuísmo versus Cessacionismo: qual das visões está correta? [PARTE 2]





Transcrição do debate entre os teólogos Renato Oliveira Pimentel e Cleuberth Lima, sob o tema: "Continuísmo versus Cessacionismo", ocorrido dia 29 de Janeiro de 2017 no Grupo de Estudos “Teologia com Propósito”.


         Veja abaixo a posição de cada teólogo neste tema:


Renato Oliveira Pimentel:
“Eu pretendo defender a doutrina continuísta, visto que não existe em lugar nenhum das escrituras sagradas algo que diz o contrário a isso.”


Cleuberth Lima:
“Neste debate, irei defender o cessacionismo por acreditar que tal sistema teológico interpretativo é coerente que os textos bíblicos que tratam dos dons carismáticos.”


Confira abaixo o desenvolvimento da segunda parte deste debate, com perguntas, respostas, réplicas e tréplicas.

Para ler a primeira parte deste debate, clique aqui.


Renato Oliveira Pimentel: [PERGUNTA]

Se os dons cessaram, como a seguinte profecia se cumprirá completamente?


"E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e sonharão vossos velhos; até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e profetizarão. Mostrarei prodígios em cima no céu e sinais embaixo na terra: sangue, fogo e vapor de fumaça."
(Atos 2:17-19)


Cleuberth Lima: [RESPOSTA]
Acredito que você não citou o trecho de uma profecia a se cumprir, ou em cumprimento, mas, o que você fez foi extrair do Livro dos Atos uma citação feita por Pedro do trecho de Joel 2:28-32.

Pedro cita a profecia feita por Joel séculos atrás (séculos antes da pregação de Pedro) para afirmar que o que estava ocorrendo (o Espírito foi derramado sobre todos que estavam reunidos no cenáculo e pessoas de todas as partes do mundo foram atraídas, naquela ocasião, para ouvir sobre o Senhor) era o cumprimento do que Joel profetizou.
Então, em Joel temos a promessa.

Em Atos 2.16, de onde você retirou o texto, Pedro diz que temos o cumprimento. Mas o que ocorre é o que foi dito por intermédio do profeta Joel. Logo, concluo que em Atos não há uma profecia referindo-se a algo a ocorrer em nossa era; mas, uma citação de Joel com base na qual Pedro afirma que o que estava ocorrendo ali era o cumprimento daquela profecia. A profecia de Joel, quanto ao derramamento do espírito já se cumpriu no primeiro século. Não existem profetas (a não ser os expositores da mensagem escriturística) em nossos dias.


Renato Oliveira Pimentel: [RÉPLICA]
Imaginei que sua resposta fosse ser assim. A profecia de Joel, quanto ao derramamento do espírito já se cumpriu no primeiro século. Quando Pedro diz a referida frase do vs.16 de atos 2, ele vai usar a palavra "στ". Para quem não entende, στ é uma palavra que está na terceira pessoa do singular do presente do indicativo da palavra "ειμι". Essa declinação tem um significado muito importante. Nas traduções mais usadas, ela é traduzida como algo, não que "aconteceu", mas que está acontecendo. Isso quer dizer, que o período conhecido como "Últimos dias", apenas começou no evento do pentecostes.

"E acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões; até sobre os servos e sobre as servas derramarei o meu Espírito naqueles dias. Mostrarei prodígios no céu e na terra: sangue, fogo e colunas de fumaça. O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes que venha o grande e terrível Dia do SENHOR. E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo; porque, no monte Sião e em Jerusalém, estarão os que forem salvos, como o SENHOR prometeu; e, entre os sobreviventes, aqueles que o SENHOR chamar."
Joel 2:28-32


Como foi bem lembrado por você, Pedro estava mencionando a profecia de Joel e pode-se ver que não foi totalmente cumprido. Estamos vivendo o "tempo da igreja" ou "Últimos dias" e a grande marca desse tempo é que qualquer um, pode ser agraciado com os dons espirituais, até que venha "O grande e temível dia do YHWH".


Cleuberth Lima: [TRÉPLICA]
Concordo que Pedro, literalmente, disse: o que está acontecendo. Óbvio, literalmente, o fenômeno ESTAVA ACONTECENDO enquanto ele falava. A PROFECIA ESTAVA SE CUMPRINDO ali. Lucas relata o fato de modo vívido, levando-nos ao presente momento em o fenômeno aconteceu e Pedro passou a proclamar. Portanto, usa palavras que nos colocam, como leitores, no presente momento vivido por Pedro, diante de algo que está acontecendo agora na percepção do leitor (mas, não literalmente neste instante concreto).

Por outro lado, deixei claro em meu texto: "A profecia de Joel, quanto ao derramamento do espírito já se cumpriu no primeiro século." Não quanto a todos os detalhes.

Quanto à invocação do nome YHWH. Tal invocação se daria depois/a partir do derramamento do espírito: derramarei do meu espírito... então, isto e aquilo ocorrerá... e... todo aquele que invocar o nome de YHWH será salvo.

Deus derramou seu espírito, inúmeros fenômenos espirituais aconteceram naquele dia, Pedro pregou e milhares de pessoas invocaram ao nome de YHWH.

Quanto a invocação do nome de YHWH para a salvação, isto não é algo dito apenas em associação ao derramamento do espírito, mas, essa é uma solução para todo pecador que, ao ouvir o evangelho, se arrepender dos seus pecados e se converter ao Deus de Israel. Paulo diz, citanto o Tanakh, todo aquele que invocar o nome de YHWH será salvo.


Cleuberth Lima: [PERGUNTA]
Jesus, como apóstolo de Deus, tinha o poder de curar enfermos milagrosamente.


“E, descendo com eles, parou numa planura onde se encontravam muitos discípulos seus e grande multidão do povo, de toda a Judéia, de Jerusalém e do litoral de Tiro e de Sidom, que vieram para o ouvirem e serem curados de suas enfermidades; também os atormentados por espíritos imundos eram curados. E todos da multidão procuravam tocá-lo, porque dele saía poder; e curava todos.” - Lucas 6:17-19


Pedro, Paulo, e os demais apóstolos do primeiro século foram enviados para lançar os fundamentos da Igreja, e tinham o poder de curar enfermos milagrosamente.


“Afluía também muita gente das cidades vizinhas a Jerusalém, levando doentes e atormentados de espíritos imundos, e todos eram curados.” - Atos 5.16


Tais milagres, realizados por Jesus e pelos apóstolos, eram sinais que autenticavam o envio deles (o ministério deles):

João 4:48 – “Então, Jesus lhe disse: Se, porventura, não virdes sinais e prodígios, de modo nenhum crereis”.

João 6:2 – “Seguia-o numerosa multidão, porque tinham visto os sinais que ele fazia na cura dos enfermos”.

Atos 2:22 – “Varões israelitas, atendei a estas palavras: Jesus, o Nazareno, varão aprovado por Deus diante de vós com milagres, prodígios e sinais, os quais o próprio Deus realizou por intermédio dele entre vós, como vós mesmos sabeis”.

Atos 2:43 – “Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos.”

Atos 5:12 – “Muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos. E costumavam todos reunir-se, de comum acordo, no Pórtico de Salomão.”

Jesus e os apóstolos não tentavam curar as pessoas ao lhe impor as mãos, eles efetivamente curavam, pois tinham tal poder.

Renato, se o dom de operar milagres, e de curar enfermos, ainda é concedido nos nossos dias, responda-me:

1) Quantas e quais pessoas você conhece que, sempre que impõe as mãos sobre os enfermos e ordena a saúde, os cura?

2) Se não conhece ninguém que tenha esse dom, e tal dom ainda é concedido, porque ninguém o recebe?


Renato Oliveira Pimentel: [RESPOSTA]
Em primeiro lugar:

Você agora diz de "Pedro, Paulo", que tinham poder para lançar fundamentos e fazer prodígios pois eram apóstolos de Cristo. Porém há pouco atrás você disse que isso era só para os 11 que estavam a mesa com Jesus. É natural esse tipo de equivoco quando se força o texto. Mas enfim...
Ao restante da pergunta, ela está totalmente baseada em uma falácia e eu já vou corrigir mais um equívoco. Você diz: Jesus e os apóstolos não tentavam curar as pessoas ao lhe impor as mãos, eles efetivamente curavam, pois tinham tal poder. Jesus em sua cidade, teve a seguinte experiência:

“Não pôde fazer ali nenhum milagre, senão curar uns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos." - (Marcos 6:5)

Paulo não curou a si próprio...

"E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte. Por causa disto, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim. Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo."- (2 Co 12:7-9)

Nem operou milagre algum em Timóteo (esperaríamos que fizesse, não?). Além disto, [Paulo] deixou Trófimo doente em Éfeso:

"Quanto a Trófimo, deixei-o doente em Mileto." - (2Tm. 4:20)

Não curou a enfermidade gravíssima de Epafrodito:

"porquanto tinha muitas saudades de vós todos e estava muito angustiado de que tivésseis ouvido que ele estivera doente. E, de fato, esteve doente e quase à morte, mas Deus se apiedou dele e não somente dele, mas também de mim, para que eu não tivesse tristeza sobre tristeza. " - (Fp 2:26-27)


...portanto, as coisas não são exatamente como você diz, sobre Jesus e os apóstolos.

Isso por si só, invalida sua perguntas, mas depois, se você quiser, posso lhe indicar grandes coisas que Deus fez através de homens pequenos que acreditaram que podiam ser usados.


Cleuberth Lima: [RÉPLICA]
Bem, quanto a esta parte de sua fala:

"Em primeiro lugar: você agora diz de "Pedro, Paulo", que tinham poder para lançar fundamentos e fazer prodígios pois eram apóstolos de Cristo. A pouco atrás você disse que isso era só para os 11 que estavam a mesa com Jesus. É natural esse tipo de equivoco quando se força o texto. Mas enfim..."

Insisto em afirmar, pelas regras da hermenêutica, que, no episódio narrado por Marcos, Jesus deu a ordem e fez a promessa aos 11. Outrossim, ressaltei em minha fala:

"3 - A ordem foi dada aos 11. Igualmente, a promessa foi feita aos 11. Sim, é fato que esses onze parecem representar o corpo apostólico como um todo, bem como o trabalho (ministério) apostólico desenvolvido no primeiro século."

Aqueles 11 representavam o corpo apostólico, aos quais foram agregados outros apóstolos e auxiliares direto que, tanto ajudava na escrita das cartas, quanto na pregação e na operação dos sinais e prodígios, de modo que não muda o fato de que sinais e prodígios eram credenciais dos apóstolos, e, portanto, coisa do primeiro século.

Quanto a sua reposta (resposta?) às minhas perguntas:

Nado do que você disse é prova em contrário ao que eu afirmei. Veja o que eu afirmei: "Jesus e os apóstolos não tentavam curar as pessoas ao lhe impor as mãos, eles efetivamente curavam, pois tinham tal poder."

Jesus tentou (se pôs propositalmente a fazer) curar pessoas e, mesmo tentando, impondo as mãos sobre elas, ordenando a cura, etc, não conseguiu curá-las? Claro que não!

Paulo tentou se autocurar, usar o dom que era pra ser sinal do seu apostolado para promover saúde pessoal, tentou tentou, ordenou, tocou na região doente, determinou, e, enfim, não conseguiu? Claro que não! E mesmo, ele não recebeu o poder de curar para evitar ficar doente, não era essa a finalidade.

Paulo tentou, impôs as mãos, determinou a cura, sobre Timóteo e Epafrodito e, mesmo tentando e querendo, não conseguiu curá-los? Não há evidências.

Eu disse e repito: "Jesus e os apóstolos não tentavam curar as pessoas ao lhe impor as mãos, eles efetivamente curavam, pois tinham tal poder."

Mas, você não respondeu nenhuma das minhas perguntas, as quais repito:

1) Quantas e quais pessoas você conhece que, sempre que impõe as mãos sobre os enfermos e ordena a saúde, os cura?

2) Se não conhece ninguém que tenha esse dom, e tal dom ainda é concedido, porque ninguém o recebe?


Renato Oliveira Pimentel: [TRÉPLICA]
Cleuberth, eu sei que [pelas regras do debate] temos pouco tempo para ler os textos e responder, não sei se você está deixando de ler os textos, mas os mesmos dizem claramente que Paulo, tentou sim, se curar!

Sobre sua afirmação (indireta) de que Paulo deixou deixou Epafrodito, agonizando a beira da morte, causando nele próprio (Paulo) angústia, porque ele simplesmente não quis curá-lo e que de igual modo fez com a úlcera no estômago de Timóteo, tal afirmação é ridícula!

Quando Marcos diz sobre Jesus: "Não pôde!", esse "pode" é "δυναμαι" e quer dizer literalmente que ele não teve "força", "Competência" ou "poder". Esse é o significado da palavra.

Não porque Jesus não tivesse poder para fazer o que quisesse, mas porque ele atende as regras que ele mesmo criou, entre as quais, o livre arbítrio. Me desculpe calvinistas de plantão, que vão discordar de mim mas o texto é muito claro.


Para ler a terceira (e última) parte deste debate, clique aqui.


Sobre os debatedores:
Cleuberth Lima
Maranhense, 35 anos, residente em Icatu-MA, acadêmico de Direito, Pedagogo e Bacharel em Teologia.


Renato de Oliveira Pimentel
Casado, 23 anos, Técnico em Informática, Bacharel em Teologia pela Faculdade Betesda e Pastor local na Igreja Assembleia de Deus em Nanuque - MG.


Se você gostou deste artigo, está autorizado a reproduzir e distribuir este material em qualquer formato, desde que informe os autores e cite a fonte. Não altere o conteúdo original e não o utilize para fins comerciais.


quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Continuísmo versus Cessacionismo: qual das visões está correta? [PARTE 1]





Transcrição do debate entre os teólogos Renato Oliveira Pimentel e Cleuberth Lima, sob o tema: "Continuísmo versus Cessacionismo", ocorrido dia 29 de Janeiro de 2017 no Grupo de Estudos “Teologia com Propósito”.


         Conheça cada teólogo em sua apresentação inicial logo abaixo:


CONTINUÍSMO:

 “Eu pretendo defender a doutrina continuísta, visto que não existe em lugar nenhum das escrituras sagradas algo que diz o contrário a isso. Acreditando que o cessacionismo é fruto de frustrações com os extremismos e abusos encontrados em nosso tempo no que diz respeito aos dons espirituais em união com uma má interpretação bíblica que pretendemos dirimir nessa tarde.” – Renato Oliveira Pimentel

Renato Oliveira Pimentel é casado, 23 anos, Técnico em Informática, Bacharel em Teologia pela Faculdade Betesda e pastor local na Igreja Assembleia de Deus em Nanuque - MG.


CESSACIONISMO:
 “Meu nome é Cleuberth Lima. Tenho 35 anos. Acredito que Yeshua ben Yosef (a quem chamamos de Jesus) é o Messias prometido pelo Eterno Criador. Sou maranhense da cidade de Icatu-MA. Sou acadêmico de Direito, Pedagogo e Bacharel em Teologia. Neste debate, irei defender o cessacionismo por acreditar que tal sistema teológico interpretativo é coerente que os textos bíblicos que tratam dos dons carismáticos.” - Cleuberth Lima



Confira abaixo o desenvolvimento da primeira parte deste debate, com perguntas, respostas, réplicas e tréplicas.


Renato Oliveira Pimentel: [PERGUNTA]
Existe algum versículo/texto bíblico que afirme que em algum momento da história da "Igreja" os dons cessariam?


Cleuberth Lima: [RESPOSTA]
Não! Não existe...
Entretanto, existe um texto, escrito há quase dois mil anos, onde se ensina que alguns dons cessariam, indicando algo que ocorreria no futuro.
Além disso, existem textos que falam em conjunto de vários dons que eram contemporâneos de Paulo, mas que, evidentemente, não são mais concedidos, visto que cumpriram o seu propósito. Exemplo: o dom do apostolado.

Por fim, Romanos e Coríntios (as várias cartas) devem ter sido escritas por Paulo entre as suas quatro primeiras cartas. Nas cartas aos Coríntios, Paulo fala sobre dons espirituais miraculosos e de revelação (profecia e palavra do conhecimento, por exemplo); mas, nas suas cartas posteriores, especialmente nas últimas, ele instrui crentes e líderes sobre muitas virtudes, comportamentos e deveres associados à vida na comunidade da fé; porém, não fala dos dons espirituais miraculosos, a não ser nos sinais que Deus executou por meio do seu apostolado como sinal de seu chamado e envio.


Renato Oliveira Pimentel: [RÉPLICA]
Imagino que o texto ao qual você se refere seja o de 1 Coríntios 13, que diz:
 

"A caridade nunca falha; mas, havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos. Mas, quando vier o que é perfeito, então, o que o é em parte será aniquilado."


A palavra que aqui é traduzida como "Perfeito", como você bem deve saber, é a palavra "τελειος" que indica claramente o fim de algo ou de um tempo. Entende-se que Paulo se refere ao fim no sentido escatológico, pois de outra maneira, a "ciência" não pode ser aniquilada, visto que ainda a usamos, mesmo hoje quando debatemos a cerca da palavra de Deus. O fato de Paulo não ter tratado um ou outro assunto numa carta não diz nada sobre o tema, só diz que eles estavam precisando duma instrução e não de outra, que já haviam obtido.

E por fim, ao dom de apostolado, cabe mais discussão...


Cleuberth Lima: [TRÉPLICA]
Sim, o texto que falar sobre a cessação que ocorreria no futuro é esse.
No contexto, o que era parcial (em parte)? O conhecimento e a profecia. E o que será completo, perfeito, integral? O fim do tempo? É o fim do tempo/ou de algo que se contrapõe ao conhecimento parcial e à profecia parcial nesse contexto? Não parece uma interpretação coerente.
Algo é parcial: o conhecimento e a profecia. Algo será completo: o conteúdo parcialmente conhecido e parcialmente profetizado. O contexto, parece-me, indica conhecimento completo que resultará em proclamação completa contrapondo conhecimento parcial que resulta em profecia parcial.
Apóstolos e Profetas lançaram o fundamento da igreja. Enquanto lançavam o fundamento, a essa atura do campeonato, Paulo diz que o conhecimento e a profecia eram parte, incompletas.
Lançando está o fundamento pelos Apóstolos e pelos Profetas, mensagem anunciada, missão cumprida. O que era parcial agora está completado, íntegro e, nesse ponto, você tem razão, o ministério dos Apóstolos e dos Profetas chegou ao fim (cumpriu sua finalidade).


Cleuberth Lima: [PERGUNTA]
Considerando o texto de Marcos 16.14-20:

“Finalmente, apareceu Jesus aos onze, quando estavam à mesa, e censurou-lhes a incredulidade e dureza de coração, porque não deram crédito aos que o tinham visto já ressuscitado. E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado. Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: em meu nome, expelirão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados. De fato, o Senhor Jesus, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à destra de Deus. E eles, tendo partido, pregaram em toda parte, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra por meio de sinais, que se seguiam.”


Responda-me:

1 - Qual foi a ordem dada por Jesus?

2 - Qual foi a promessa dada por Jesus?

3 - A quem foi dada a ordem e feita a Promessa?

4 - O texto descreve o cumprimento da promessa? Caso a resposta seja sim, como o texto descreve tal cumprimento?

5- O texto, escrito entre os anos 60 a 80 d. C. trata de algo que já correu, sim ou não?


Renato Oliveira Pimentel: [RESPOSTA]
O texto diz que quando cessassem as línguas e as profecias, também a ciência "gnosis" deixaria de existir. Não acredito que ela tenha deixado de existir, mas tudo bem... Respondendo a atual pergunta:

1) A ordem foi que pregassem o evangelho em todo o lugar e a todas as pessoas.

2) Ele disse que os sinais supracitados acompanhariam aqueles que cressem. Em que? Na pregação que ele logo anteriormente havia ordenado que fizessem.

3) A ordem foi dada aos 11 que estavam à mesa, mas aparentemente, se estendeu a todos que se juntaram a eles em espírito e propósito, visto que não foram só eles que pregaram o evangelho. Isso é lógico!

4) Sim, descreve! De forma parcial, nos momentos da pregação do evangelho feito pelos 11 e que depois também seria feita por outros que foram acrescentados no decorrer do ministério.

O texto trata de algo que ocorreu, está ocorrendo e continuará ocorrendo

Cleuberth Lima: [RÉPLICA]

Então,

1 - A ordem foi que pregassem o evangelho a todos os povos, isto é, pregassem para judeus e não judeus.

2 - A promessa diz respeito aos SINAIS que acompanhariam a pregação dos apóstolos, ocorrendo entre os crentes na mensagem.

Como se traduz na Tradução Brasileira o v. 20: “cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra pelos milagres que a acompanhavam”.

Os milagres (sinais) acompanhavam a pregação deles.

3 - A ordem foi dada aos 11. Igualmente, a promessa foi feita aos 11. Sim, é fato que esses onze parecem representar o corpo apostólico como um todo, bem como o trabalho (ministério) apostólico desenvolvido no primeiro século.

4 - Quanto à descrição do cumprimento da promessa, nos versículos 19 e 20, Marcos registrou que Jesus foi Exaltado e, após, os apóstolos obedeceram a ordem que ele lhes dera (eles, tendo partido, pregaram em toda parte), e Jesus cumpriu a promessa que lhes fizera, confirmando a pregação deles com a ocorrência de sinais (cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra por meio de sinais, que se seguiam).

Na conclusão, Marcos nos leva a entender que os sinais não estavam atrelados diretamente à fé daqueles que criam, mas à pregação feita pelos apóstolos, de modo que os sinais ocorriam para confirmar a mensagem anunciada pelos apóstolos, autenticando assim, o ministério deles. Como se traduz na Tradução Brasileira: “cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra pelos milagres que a acompanhavam”.

O texto é uma narração histórica. O autor narra algo que já aconteceu, antes mesmo de ele escrever o seu evangelho. Portanto, tais sinais dizem respeito ao ministério apostólico desenvolvido no primeiro século.


Renato Oliveira Pimentel: [TRÉPLICA]

1) Não é Judeus e não judeus, e sim Toda criatura;

2) A promessa não eram para os que pregassem e sim para os que cressem na pregação;

3) Se a ordem foi dada somente aos 11 e estava restrita somente a eles, então todo e qualquer outro pregador que não esses 11, não tem autenticidade! A isso incluem-se: Paulo, Timóteo, Barbabé, Tito entre outras dezenas

4) Jesus Cumpriu e continua cumprindo porque o evangelho ainda hoje é pregado. Disso não tenho dúvidas.
"Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado. Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: em meu nome, expelirão demônios; falarão novas línguas..."

Fica claro a partir do contexto imediato que Marcos se refere aqueles que recebessem a palavra.


Para ler a segunda parte deste debate, clique aqui.


Sobre os debatedores:
Cleuberth Lima
Maranhense, 35 anos, residente em Icatu-MA, acadêmico de Direito, Pedagogo e Bacharel em Teologia.


Renato de Oliveira Pimentel
Casado, 23 anos, Técnico em Informática, Bacharel em Teologia pela Faculdade Betesda e Pastor local na Igreja Assembleia de Deus em Nanuque - MG.



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