Certa
vez um irmão em Cristo me fez essa seguinte pergunta, “Porque foi para a igreja
presbiteriana?”. Ele todo sem graça e sem jeito de fazer a pergunta, dizendo,
“se me permite”, a fez. Veio-me a mesma reflexão que tive quando me desliguei
de uma igreja para ir congregar na IPB (Igreja Presbiteriana do Brasil). Para
respondê-lo usei algumas características que me levou a ir para IPB, que são
elas:
1ª Uma Igreja Confessional / Reformada
2ª O Presbiterianismo
3ª Integridade no Púlpito
Em
uma breve fala expliquei para ele esses pontos, e aqui quero abordar um pouco
mais e explicar cada um, para responder a pergunta, “Porque foi para a igreja
presbiteriana?”.
1º Uma Igreja Confessional
A Igreja Presbiteriana do Brasil é uma igreja
confessional, que quer dizer uma instituição comprometida com uma linha de
confissão, isso é expresso no capitulo 1, do artigo 1º da constituição da
igreja, que diz:
“Art.1 - A Igreja Presbiteriana do Brasil é
uma federação de Igrejas locais, que adota como única regra de fé e prática as
Escrituras Sagradas do Velho e Novo Testamento e como sistema expositivo de
doutrina e prática a sua Confissão de Fé e os Catecismos Maior e Breve;...”.
Algumas
pessoas acham que a confissão e os catecismos são idolatrados dentro das
igrejas, outros já acham que são ultrapassados e que não tem mais
significância. A confissão e os catecismos são chamados de símbolos de fé das
igrejas presbiterianas, e esses símbolos de fé não entram em detrimento com a
Palavra de Deus, como na constituição, “sistema
expositivo de doutrina e prática”, esses símbolos são usados para defender
a sã doutrina, educar, edificar, consolar e ensinar os filhos de Deus, usando
um sistema expositivo das Escrituras Sagradas. Esses símbolos de fé são de
origem Reformada Calvinista. A IPB também é representada no TULIP, que é um acróstico resumido e
extraído dos Cânones de Dort e formado
pelas iniciais em inglês.
(Total
Depravity) Depravação Total
(Unconditional
Election) Eleição Incondicional
(Limited
Atonement) Expiação Limitada
(Irresistible
Grace) Graça Irresistível
(Perseverance
of the Saints) Perseverança dos Santos
Estes
são chamados de 5 (cinco) pontos do
Calvinismo que de forma sistemática e gloriosa é representado como a salvação
de Deus provém da livre escolha de seu amor eletivo. É realizada mediante o dom
do Filho eterno que, por sua perfeita obediência, mereceu a vida eterna para os
eleitos de Deus e que morreu na cruz como representante destes, expiando seus
pecados e assegurando-lhes a salvação. O Espírito Santo, enviado do trono do
Senhor Jesus Cristo, aplica sua salvação àqueles que foram dados pelo Pai ao
Filho, regenerando- os de forma que sejam convencidos e capacitados a assumir Cristo,
do modo em que ele é livremente oferecido no evangelho, dando-lhes ainda a
graça de perseverarem na fé.
2º O Presbiterianismo
Esse
termo de uma forma sucinta vem de uma forma de governo eclesiástico, por meio
de presbíteros. O presbiterianismo surgiu particularmente em Calvino, nas
Instituições da Religião Cristã (As Institutas), especificamente no volume
quatro, são claramente encontrada a tradição e a unidade presbiteriana. O governo da igreja é denominado de
escriturístico, ou seja, fidelidade as Escrituras. Na Constituição, artigo 1°,
diz, “...é pessoa jurídica, de acordo com
as leis do Brasil, sempre representada civilmente pela sua Comissão Executiva e
exerce o seu governo por meio de Concílios e indivíduos, regularmente
instalados.” Dentre essas questões
de governo da igreja, temos os presbíteros docentes, reconhecidos como
ministros da Palavra e os que governam chamados de presbíteros regentes. Os
diáconos exercem ministério e são encarregados de serviços, ajuda na organização,
exercer misericórdia aos necessitados etc. Um sistema de assembleias reflete a unidade,
regional e local, da Igreja, pois os presbíteros governam em conjunto por meio
da assembleia local (conselho), assembleia regional (presbitério) e assembleias
mais amplas (sínodo, assembleia geral ou supremo concilio). E dentro do
presbiterianismo quero envolver também, “Código de Disciplina, Princípios de
Liturgia e Estatutos da Igreja Presbiteriana do Brasil”, estes estão dentro do Manual Presbiteriano, que traz um padrão
que é necessário para o bem estar espiritual da igreja e para o bem da comunhão
dos santos. Igreja presbiteriana diferente de todas as igrejas, nas quais o
governo está nas mãos de um único presidente, e, de outro lado, daquelas nas
quais o governo está com o povo em geral. Ela não acredita em nenhum governo de
um homem só, seja este um pastor, presbítero e nem tampouco acredita em governo
popular. Elas elegem presbíteros regentes como seus representantes, e estes,
juntamente com os ministros, formam um conselho para o governo da igreja local.
3º Integridade no Púlpito
Diante
das duas características abordadas acima, do impacto que elas carregam e, a
semente que plantam, colhemos agora o 3° ponto que me fez ir para a IPB.
Colhemos a integridade no púlpito, os púlpitos presbiterianos desde sua
fundação até os dias atuais, foram e é um dos fortes doutrinariamente e com
fortes convicções, abrangendo uma espiritualidade sã na Palavra de Deus, entre
eles, cito alguns que tem forte influencia em minha vida, João Calvino, Robert
Murray M’Cheyne, Charles Hodge, R.C Sproul e Sinclair B. Ferguson.
Essa
integridade ainda reside em muitas igrejas presbiterianas, ela não é por acaso,
o simples fato de ser uma integridade construída desde o começo do ministério
pastoral, quando ele ainda é candidato ao Ministério da Palavra de Deus. No
antigo livro chamado “Manual do Candidato” em 2008, pelo Supremo Concilio, teve
um anexo – “Modelo de Manual do Candidato”, intitulado: “VOCAÇÃO: Preparação
Para o Ministério”, e na apresentação, no primeiro parágrafo desse novo anexo, é
perceptível a preocupação com essa integridade, ela diz,
“Uma das atividades mais abençoadoras e
críticas de um Presbitério é o exame daqueles que aspiram ao ministério da
Palavra na Igreja de Cristo. Nossa Constituição impõe sérios requisitos que
devem ser cumpridos passo a passo, o que demonstra a seriedade com que essa
tarefa deve ser conduzida.”
E
não termina ai, o candidato recebe um tutor para conduzi-lo no caminho e nos
deveres correto. Sobre o candidato, o tutor deverá apresenta um relatório sobre
as seguintes áreas do candidato:
1. O desempenho acadêmico;
2. A capacidade intelectual;
3. A vida espiritual;
4. A lista dos livros lidos pelo aluno no decorrer do ano;
5. A dedicação, zelo e responsabilidade do candidato no
cumprimento de suas tarefas;
6. O campo de atuação na vida eclesial determinado para que
o candidato desenvolvesse
sua vocação;
7. A capacidade de adaptação e postura;
8. A aptidão para a tribuna e a cátedra;
9. As condições de ordem financeira, familiar, emocional e
acadêmica;
10.
Cópia do relatório anual prestado pelo candidato ao tutor;
Essas e mais ações são feitas
no decorre do tempo de uma longa jornada de formação no seminário. E tudo isso
para preservar a igreja integra, longe de escândalos, expelindo o erro
doutrinário e com uma vigilância na formação pastoral, pois como diz o Manual
de Candidato, “A Constituição da IPB,
tratando da Doutrina da Vocação define, com muita propriedade, que vocação para ofício na Igreja é a chamada de
Deus, pelo Espírito Santo. E vai além. Põe à prova os indícios, os sinais
da vocação, no momento em que exige o
testemunho interno de uma boa consciência.”
Diante
dessas evidencias, vale a pena ressaltar a pergunta novamente, “Porque foi para
a igreja presbiteriana?”.
Por
que diante de uma cultura que sofre com um país laico, a grande aberração do
mundanismo, o vírus mortal do relativismo, a ridícula ganância de querer poder
e status, a ascensão de movimentos pragmáticos e subjetivos, outros místicos e
com espiritualidade extravagante, uma igreja que uni essas três características
e outras, certamente terá mais resistência nesse mundo contra esses males. Pela
doutrina reformada que sustenta, pela coerência bíblica, por gerar uma
espiritualidade saudável e promover a comunhão de irmãos em Cristo, e ter acima
de tudo e por máxima, a Soberania de Deus em tudo, na salvação, na providência,
na escolha dos ministros, no bem da igreja e por toda a nossa fé. Pelo sistema
ser diferente de outras igrejas, por ter um zelo intransferível na formação de
novos pastores, na zelosa escolha dos diáconos e presbíteros, e no sistema
expositivo de doutrina e por ser para mim uma igreja que tem compromisso com a
Palavra de Deus, e compromisso na integra, com consulta cuidadosa na exegese de
textos Sagrados, ter na forma literal o “partir do pão” no momento da Ceia do
Senhor, por lutar pela verdade e por promover nos membros a glorificação a
Deus, como está escrito no Breve Catecismo de Westminster, “Pergunta 1. Qual é o fim principal do homem?
R. O fim principal do homem é glorificar a Deus, e gozá-lo
para sempre”.
Referências
As Institutas/ João
Calvino;[tradução Waldir Carvalho Luz] -2ed.- São Paulo: Cultura Cristã, 2006.
(volume IV)
Manual Presbiteriano, 15ª
edição; São Paulo: Cultura Cristã, 1999.
Modelo de Manual do Candidato
ao Ministério da Palavra de Deus-- VOCAÇÃO: Preparação Para o Ministério: JET/
IPB, 2008.
Novo Dicionario de Teologia/
Sinclair B. Ferguson, David F. Wright.—São Paulo: Hagnos, 2009.
O Breve Catecismo. São Paulo: Cultura Cristã, 2001.
Teologia Sistemática/Louis
Berkhof; 4ª Edição Revisada- São Paulo: Cultura Cristã, 2012.
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