Por Davi Faria de Caires*
Deus nos criou à sua imagem e
semelhança (Gn 1.26 – “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem...”) Por
isso em muitas coisas somos parecidos com Ele. Porém, com a entrada do pecado
no mundo através de Adão, a raça humana estava corrompida e condenada à morte
("Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a
vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor." (Romanos 6.23). Mas através
da regeneração encontrada em Jesus Cristo, somos salvos e santificados
continuamente, para que nos tornemos cada vez mais parecidos com Deus.
Quando
aceitamos a Cristo tudo deve mudar em nossas vidas. Pensamentos, sentimentos e
ações são transformados. Desde então, o nosso comportamento passa a refletir a
ação do Espírito Santo em nossas mentes e corações.
Quando Adão comeu do fruto
da árvore do conhecimento do bem e do mal, passou a ter consciência para
julgar. Nasce aí a moralidade e o juízo humanos. Adão passa a ter vergonha de
sua nudez e reconhece que desobedeceu a Deus. Foge, se esconde e cobre sua
nudez. Vemos em ação o julgamento de sua consciência: o discernimento entre o
bem e mal. Desde então, todos os seres humanos possuem a capacidade de
discernir entre o bom e o mau, entre o certo
e o errado, entre o bem e o mal. Mesmo alguém que ainda não foi evangelizado, é
capaz de discernir em seu espírito se o que fez e faz são atos positivos ou
negativos, caso sua mente não esteja cauterizada pelo pecado. Essa é a lei da
consciência. Além do Espírito Santo, nossa consciência julga nossas ações,
sentimentos e pensamentos. Em II Coríntios, Paulo apela para sua consciência
para defender seu apostolado diante da igreja em Corinto e dos falsos mestres
que tentavam desconstruir suas mensagens. O apóstolo adverte a igreja em
Corinto da seguinte forma: “Porque a nossa glória é esta: o testemunho da
nossa consciência, de que com simplicidade e sinceridade de Deus, não com
sabedoria carnal, mas na graça de Deus, temos vivido no mundo, e de modo particular
convosco." (II Coríntios 1.12). Aos
Romanos, Paulo também defende-se através de sua consciência: "Em Cristo
digo a verdade, não minto (dando-me testemunho a minha consciência no Espírito
Santo)" (Romanos 9.1).
A consciência humana pode estar corrompida e cauterizada
pelo pecado "Pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo
cauterizada a sua própria consciência;"
(I Timóteo 4.2). Através da Bíblia, somos muitas vezes estimulados e
orientados a obter, desenvolver e manter uma boa consciência, senão vejamos:
"Guardando o mistério da fé numa consciência pura." (I Timóteo 3.9)
"Orai por nós, porque
confiamos que temos boa consciência, como aqueles que em tudo querem portar-se
honestamente." (Hebreus 13.18)
Como vimos, Paulo apela para sua consciência para
defender-se, por estar pura diante de Deus. E o SENHOR nos dá seu exemplo na
criação de todas as coisas, conforme Gênesis capítulo primeiro (vv.
4,10,12,18,25,31):
“E viu Deus
que era boa a luz; e fez Deus separação entre a
luz e as trevas. E chamou Deus à porção seca Terra; e ao ajuntamento das águas
chamou Mares; e viu Deus que era bom. E a terra produziu erva, erva
dando semente conforme a sua espécie, e a árvore frutífera, cuja semente está
nela conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom. E para governar o
dia e a noite, e para fazer separação entre a luz e as trevas; e viu Deus
que era bom. E fez Deus as feras da
terra conforme a sua espécie, e o gado conforme a sua espécie, e todo o réptil
da terra conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom. E viu Deus
tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã,
o dia sexto.”
Neste
excerto sagrado, vemos seis afirmações de que Deus aprovava tudo quanto tinha
feito. Deus criou o Universo e tudo o que nele há em seis dias, então
proporcionalmente temos uma afirmação para cada dia. Deus não criou tudo num só
dia, mas fez isso por etapas. E ao final de cada dia via o que tinha feito e
via que era bom. O que havia feito agradava o seu coração!
E assim como Deus, dia após
dia nós agimos neste mundo. Acordamos, tomamos escolhas, trabalhamos e vivemos,
enfim. E se ao final de cada dia fizéssemos uma auto análise ("Examine-se,
pois, o homem a si mesmo...” - I Coríntios 11.28)), o que nos diria a nossa
consciência? Será que diríamos como Deus: “Tudo
o que fiz hoje é bom!”?
As
conseqüências de uma conduta fundamentada em má consciência podem ser desastrosas!
Vemos um alerta de Paulo a Timóteo: "...Conservando a fé, e a boa
consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé." (I Timóteo 1.19). Neste versículo, vemos
Paulo afirmando que alguns crentes da época fracassaram na fé cristã por não
terem conservado uma boa consciência. O pecado separa o homem de Deus.
Precisamos
refletir a imagem de Deus. Ele deseja isso! O Criador se alegra quando encontra
os fiéis na terra que preservam uma boa e pura consciência mesmo vivendo em
dias de crise moral. Fomos criados para o seu prazer. E encontraremos plena
satisfação espiritual quando estivermos no melhor lugar do mundo: o centro da
vontade de Deus! Faz-se imperioso a todos seres humanos apurarmos a nossa
consciência afim de nos aproximarmos de Deus e de Sua maravilhosa presença,
como Adão tinha comunhão no Jardim do Éden. Para isso, a Bíblia aponta o
caminho do retorno: "Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Limpai as
mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai os corações." (Tiago 4.8)
Mesmo tendo pecado, nós seres humanos temos a consciência
que nos auxilia a caminhar pelo caminho certo. A consciência não mente. Por
isso e por tê-la sempre limpa, Paulo a usava para defender-se! É possível enganar
outras pelas palavras, mas nunca a nós mesmos. Portanto, usemos esta ferramenta
para julgar os atos do dia a dia e "Cheguemo-nos com verdadeiro coração,
em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o
corpo lavado com água limpa" (Hebreus 10.22).
Escrito em 19 de Janeiro de 2010
Sobre o autor:
Davi Faria de Caires
Cristão protestante, casado, residente e natural de Campinas-SP, é membro da Igreja Batista Regular no Jd Liza (Campinas-SP). Músico formado pela Escola Livre de Música (UNICAMP), formado em Psicologia (PUCCAMP) e em Gestão de Recursos Humanos (UNIDERP); graduando em Teologia pela Faculdade Batista Teológica de Campinas (FTBC) e pelo Centro Universitário Filadélfia (UniFil). Psicólogo clínico com atuação em Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) e em Desenvolvimento Humano Organizacional (DHO) na Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). Criador do Grupo de Estudos Teologia com Propósito®. Contato: davifariadecaires@gmail.com
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Ótimo artigo, parabéns Davi!
ResponderExcluirMuito bom ....
ResponderExcluirMuito bom ....
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