
A construção do templo
foi desejada por Davi, com o objetivo de fazer uma casa para a Arca da Aliança.
Davi não pôde construir esse templo. A construção foi realizada por Salomão, em
um trabalho que perdurou por sete anos, conforme registrado em 1 Reis 6.37,38: "No
ano quarto se pôs o fundamento da casa do SENHOR, no mês de Zive. E no ano
undécimo, no mês de Bul, que é o mês oitavo, se acabou esta casa com todas as
suas coisas, e com tudo o que lhe convinha; e a edificou em sete anos."
Esse templo foi destruído por Nabucodonosor, rei de Babilônia, em 586aC,
período que marca o início dos 70 anos de Cativeiro Assírio-Babilônico. A
destruição do templo culminou no exílio dos judeus em Babilônia.
A realização do cativeiro
retrata o cumprimento fiel de profecias feitas anteriormente! Deus usou a
babilônia como agente de juízo para julgar Israel por seus pecados de idolatria
e rebelião contra seu Senhorio. Houveram várias etapas de ida ao exílio e
retorno do Exílio, entre os séculos VIaC e VaC. Conforme profecias anteriores,
os hebreus retornariam setenta anos após o exílio. Essa profecia cumpriu-se, e
Deus realiza seu plano. Os judeus foram autorizados por Ciro a retornar a
Israel, e começam a reconstruir a cidade e o templo. Após esse retorno,
liderado por Esdras e Neemias, Deus realiza um avivamento entre o povo judeu e
culmina na reconstrução do templo. Como se pode notar, tanto em perspectiva
histórica quanto teológica, o templo e o exílio são temas paralelos neste
período da história dos hebreus.
Os efeitos do cativeiro
são decisivos no coração de Israel. Houve um forte impacto sobre a nação quando
retornam à terra. É fato que este povo nunca mais vai se corromper pela
idolatria e falsos deuses de nações vizinhas. Deus também usa o exílio para
julgar os babilônios por seus pecados, e este império cai sob os medo-persas.
Deus prova mais uma vez que suas promessas são fiéis e infalíveis. Deus promete
precisamente que iria trazer o exílio caso o povo não se arrependesse da quebra
da aliança. Conforme vemos em Jeremias 25, Deus promete que iria levar o povo
do norte e do Sul cativos, os fariam escravos e que serviriam à babilônia por
setenta anos. Muito espaço à profecia é dado sobre este motivo na Bíblia. O
povo estava quebrando a aliança. Não estavam guardando as leis do descanso, do
sábado e da terra, que deveria ser observado a cada sete anos, conforme orientado
em Levítico 25. Portanto, Levítico 25 e Jeremias 25 são estratégicos
em justificar o ato de Deus de levar seu povo cativo à babilônia.
O templo e a guarda dos
períodos de descanso serviriam como instrumentos didáticos para o povo. O
templo e a guarda dos períodos de descanso tinham pouco efeito em si mesmo, mas
deveriam apontar para o desenvolvimento de um coração justo e piedoso,
reverente e dependente perante o Deus da aliança. O povo deixou de observar os
acordos da aliança, descritos detalhadamente em Deuteronômio. No Capítulo 28,
Deus já havia decretado, na descida do Monte Sinai, e elencado detidamente
sobre as bênçãos resultantes da obediência e das maldições advindas da
desobediência do povo para com o Eterno.
Há implicações
neotestamentárias desses fatos. O caráter de Deus não mudou. Deus fez
uma aliança com seu povo por intermédio de seu Filho, através do qual julga o
pecado e condena o pecador, e suas promessas de redenção dos redimidos
permanecem seguras e confiáveis. Deus demonstra-se estável em toda História.
Não há nele variações. O homem irá falhar e quebrar a aliança. Porém Deus
permanece justo em todos os seus caminhos.
O objetivo do templo e do
tabernáculo é revelar que Deus viria em carne para habitar conosco. No Novo
Testamento, temos melhor entendimento sobre a importância do tabernáculo. Em
Cristo, somos o templo de Deus pela obra do Espírito Santo. Fomos transformados
em habitação santa de Deus. Somos a casa de Deus. Tanto nos tempos dos hebreus
quanto no Novo Testamento, após o véu ter se rasgado, Deus não tinha obrigação
nenhuma de habitar conosco, e nem possui a necessidade inerente de habitar com
os homens, mas por causa de seu amor e para sua glória, ele decidiu habitar
conosco e em nós. Ele tem prazer em estabelecer seu tabernáculo entre os
homens, para que possamos conhecê-lo, amá-lo e glorificá-lo agora e para
sempre, como registrou o apóstolo João em Apocalipse 21.3: "E ouvi uma
grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens,
pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com
eles, e será o seu Deus.”
Conclusão
No ato do cativeiro e na
destruição do templo, portanto, Deus demonstra uma tríplice revelação de seu
caráter:
(1) Deus é fiel ao seu
povo;
(2) Deus julga o pecado;
(3) As promessas de Deus
são seguras e confiáveis.
Davi Faria de Caires
Casado, natural de Campinas-SP e residente em Atibaia-SP, acadêmico do Master of Divinity (M.Div) pela Escola de Pastores da Primeira Igreja Batista de Atibaia-SP (EPPIBA). Membro da Igreja Batista Regular no Jd Liza (Campinas-SP). Criador do Grupo de Estudos Teologia com Propósito®.
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