segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

O TEMPLO E O CATIVEIRO: Reflexão sobre a história redentora


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A construção do templo foi desejada por Davi, com o objetivo de fazer uma casa para a Arca da Aliança. Davi não pôde construir esse templo. A construção foi realizada por Salomão, em um trabalho que perdurou por sete anos, conforme registrado em 1 Reis 6.37,38: "No ano quarto se pôs o fundamento da casa do SENHOR, no mês de Zive. E no ano undécimo, no mês de Bul, que é o mês oitavo, se acabou esta casa com todas as suas coisas, e com tudo o que lhe convinha; e a edificou em sete anos." Esse templo foi destruído por Nabucodonosor, rei de Babilônia, em 586aC, período que marca o início dos 70 anos de Cativeiro Assírio-Babilônico. A destruição do templo culminou no exílio dos judeus em Babilônia.

A realização do cativeiro retrata o cumprimento fiel de profecias feitas anteriormente! Deus usou a babilônia como agente de juízo para julgar Israel por seus pecados de idolatria e rebelião contra seu Senhorio. Houveram várias etapas de ida ao exílio e retorno do Exílio, entre os séculos VIaC e VaC. Conforme profecias anteriores, os hebreus retornariam setenta anos após o exílio. Essa profecia cumpriu-se, e Deus realiza seu plano. Os judeus foram autorizados por Ciro a retornar a Israel, e começam a reconstruir a cidade e o templo. Após esse retorno, liderado por Esdras e Neemias, Deus realiza um avivamento entre o povo judeu e culmina na reconstrução do templo. Como se pode notar, tanto em perspectiva histórica quanto teológica, o templo e o exílio são temas paralelos neste período da história dos hebreus.   

Os efeitos do cativeiro são decisivos no coração de Israel. Houve um forte impacto sobre a nação quando retornam à terra. É fato que este povo nunca mais vai se corromper pela idolatria e falsos deuses de nações vizinhas. Deus também usa o exílio para julgar os babilônios por seus pecados, e este império cai sob os medo-persas. Deus prova mais uma vez que suas promessas são fiéis e infalíveis. Deus promete precisamente que iria trazer o exílio caso o povo não se arrependesse da quebra da aliança. Conforme vemos em Jeremias 25, Deus promete que iria levar o povo do norte e do Sul cativos, os fariam escravos e que serviriam à babilônia por setenta anos. Muito espaço à profecia é dado sobre este motivo na Bíblia. O povo estava quebrando a aliança. Não estavam guardando as leis do descanso, do sábado e da terra, que deveria ser observado a cada sete anos, conforme orientado em Levítico 25. Portanto, Levítico 25 e Jeremias 25 são estratégicos em justificar o ato de Deus de levar seu povo cativo à babilônia.

O templo e a guarda dos períodos de descanso serviriam como instrumentos didáticos para o povo. O templo e a guarda dos períodos de descanso tinham pouco efeito em si mesmo, mas deveriam apontar para o desenvolvimento de um coração justo e piedoso, reverente e dependente perante o Deus da aliança. O povo deixou de observar os acordos da aliança, descritos detalhadamente em Deuteronômio. No Capítulo 28, Deus já havia decretado, na descida do Monte Sinai, e elencado detidamente sobre as bênçãos resultantes da obediência e das maldições advindas da desobediência do povo para com o Eterno.

Há implicações neotestamentárias desses fatos. O caráter de Deus não mudou. Deus fez uma aliança com seu povo por intermédio de seu Filho, através do qual julga o pecado e condena o pecador, e suas promessas de redenção dos redimidos permanecem seguras e confiáveis. Deus demonstra-se estável em toda História. Não há nele variações. O homem irá falhar e quebrar a aliança. Porém Deus permanece justo em todos os seus caminhos.

O objetivo do templo e do tabernáculo é revelar que Deus viria em carne para habitar conosco. No Novo Testamento, temos melhor entendimento sobre a importância do tabernáculo. Em Cristo, somos o templo de Deus pela obra do Espírito Santo. Fomos transformados em habitação santa de Deus. Somos a casa de Deus. Tanto nos tempos dos hebreus quanto no Novo Testamento, após o véu ter se rasgado, Deus não tinha obrigação nenhuma de habitar conosco, e nem possui a necessidade inerente de habitar com os homens, mas por causa de seu amor e para sua glória, ele decidiu habitar conosco e em nós. Ele tem prazer em estabelecer seu tabernáculo entre os homens, para que possamos conhecê-lo, amá-lo e glorificá-lo agora e para sempre, como registrou o apóstolo João em Apocalipse 21.3: "E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus.”

Conclusão
No ato do cativeiro e na destruição do templo, portanto, Deus demonstra uma tríplice revelação de seu caráter:
(1) Deus é fiel ao seu povo;
(2) Deus julga o pecado;
(3) As promessas de Deus são seguras e confiáveis.


Davi Faria de Caires
Casado, natural de Campinas-SP e residente em Atibaia-SP, acadêmico do Master of Divinity (M.Div) pela Escola de Pastores da Primeira Igreja Batista de Atibaia-SP (EPPIBA). Membro da Igreja Batista Regular no Jd Liza (Campinas-SP). Criador do Grupo de Estudos Teologia com Propósito®

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