terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Escatologia, o estudo das últimas coisas [parte 3/3]




Por Davi Faria de Caires*


Quando se dará a volta de Cristo? A humanidade sempre se preocupou com o fim dos tempos?


Em toda história da Igreja, desde o primeiro século, os seres humanos se preocupam com o fim dos tempos. Por conta disso, surgem muitos falsos profetas, fazendo tentativas de previsões acerca de como será o fim do mundo. Nostradamus, um astrólogo francês nascido em 1481, fez uma série de previsões sobre o futuro. Em suas profecias, consta que o Juízo Final dar-se-á no ano 3.797. Algumas de suas profecias de fato se cumpriram, por obra do acaso e certamente também por influência maligna. Mas inúmeras de suas profecias não se concretizaram, provando que é um falso profeta.
No princípio do século dezenove houve um despertamento de interesse pela Segunda vinda de Cristo entre os cristãos.  Guilherme Miller era um pastor batista, e no ano de 1818 dedicou-se ao estudo detalhado das escrituras proféticas. Convenceu-se de que Daniel 8.14 se referia à vinda de Cristo para "purificar o santuário". Calculando que cada um dos 2.300 dias representava um ano, tomou como ponto de partida a carta de regresso de Esdras e seus compatriotas a Jerusalém e 457 a.C., e chegou à conclusão de que Cristo voltaria à terra em 21 de Março de 1843. Chegou o dia e o evento esperado não aconteceu. Miller revisou os seus cálculos, descobriu um erro de um ano. Devia ser no dia 21 de março de 1844. Ao chegar essa data, nada aconteceu. Uma vez mais um novo cálculo indicou que seria o dia 22 de outubro de mesmo ano. Porém essa previsão também falou. Depois deste fracasso, Miller se arrependeu publicamente, se retratando por suas falsas previsões. Porém os discípulos de Miller fundaram a Igreja Adventista do Sétimo dia, sendo a principal expoente Ellen G. White.
Outras predições falidas foram feitas por Charles Taze Russell, fundador de um grupo de estudos que posteriormente deu origem ao que hoje é conhecido como as Testemunhas de Jeová. No ano 1870, Russel fez uma série de predições sobre o arrebatamento. Indicou os anos 1881, 1910 e 1914 como a data do arrebatamento dos santos. Porém todas essas datas se passaram, e a suas profecias não se cumpriram.


Aguardando pela segunda vinda de Cristo

Uma das peculiaridades da nossa santa religião é esperar pela segunda vinda de Cristo: “E esperar dos céus o seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura” (1 Tessalonicenses 1.10).  Aqueles que crêem que Ele virá esperam que virá para a nossa alegria. Os crentes debaixo do Antigo Testamento esperavam pela vinda do Messias, e os crentes agora esperam pela sua segunda vinda. Ele está para chegar. E há um bom motivo para crer que Ele virá, porque Deus o ressuscitou dos mortos. Essa é uma garantia para todas as pessoas de que Ele virá para o julgamento (At 17.31). E há um bom motivo para esperar por essa vinda, porque Ele nos libertou da ira vindoura. Ele veio para obter a salvação, e a trará consigo quando voltar, uma libertação plena e final do pecado, e da morte, e do inferno, dessa ira vindoura que virá sobre os incrédulos. Quando essa ira chegar, ela continuará, porque é um fogo eterno, preparado para o diabo e seus
anjos (Mt 25.41) (Henry, 2008). 


Advertências e exortações finais

A bíblia fornece advertências sobre as coisas do porvir. O apóstolo Paulo adverte-nos: “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias virão tempos angustiantes.” (2 Timóteo 3.1). Com esta antecipação, o apóstolo pretendia aumentar ainda mais a diligência de Timóteo. Quando as coisas caminham como queremos, a tendência é nos tornarmos mais displicentes; a necessidade dos últimos tempos, porém, nos põe em alerta. Assim Paulo adverte a Timóteo, dizendo que a Igreja estará sujeita a terríveis enfermidades e tribulações que demandarão de seus pastores incomum fidelidade, diligência, prudência, sabedoria e incansável constância (Calvino, 2009). Quanto mais se aproxima a segunda vinda de Cristo, a Igreja tem de lidar com os ímpios e os perversos, tal como fizeram os profetas e sacerdotes piedosos de outrora.



Leia aqui a parte 1/3
Leia aqui a parte 2/3



Obras consultadas:
CALVINO, João. "Pastorais. Série comentários bíblicos". São José dos Campos: Fiel, 2009.
CHAMPLIN, Russel Norman. "O novo testamento interpretado versículo por versículo". São Paulo: Candeia, 1982
EARLE, Ralph; SANNER, A. Elwood e CHILDERS, Charles L. "Comentário Bíblico Beacon - Vol. 6". Rio de Janeiro: CPAD, 2006
HENRY, Matthew. "Comentário bíblico Novo Testamento. Atos a Apocalipse". Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
PATE, C. Marvin. “As interpretações do apocalipse”. São Paulo: Vida, 2002
PENTECOST, J. Dwight. “Manual de escatologia”. São Paulo: Vida, 2006.
GILBERTO, Antônio. Daniel e Apocalipse: o panorama do futuro”. EETAD, 2007.
RENOVATO, Elinaldo. “O final de todas as coisas”. Rio de Janeiro: CPAD, 2015
RENOVATO, Elinaldo. “Revista Lições Bíblicas - 1º trimestre de 2016”. Rio de Janeiro: CPAD, 2016


Sobre o autor:
Davi Faria de Caires
Cristão protestante, casado, residente e natural de Campinas-SP, é membro da Igreja Batista Regular no Jd Liza (Campinas-SP). Músico formado pela Escola Livre de Música (UNICAMP), formado em Psicologia (PUCCAMP) e em Gestão de Recursos Humanos (UNIDERP); graduando em Teologia pela Faculdade Batista Teológica de Campinas (FTBC) e pelo Centro Universitário Filadélfia (UniFil). Psicólogo clínico com atuação em Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) e em Desenvolvimento Humano Organizacional (DHO) na Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). Criador do Grupo de Estudos Teologia com Propósito®Contato: davifariadecaires@gmail.com


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